RETROSPECTIVA
Conforme anteriormente noticiado, o Portal COXAnautas estará relembrando os fatos que marcaram a difícil e desafiadora temporada de 2010, numa série de publicações. Após superar inúmeras dificuldades ao longo de 2010, o Verdão conquistou o acesso, garantiu o título da Série B, apresentou o seu novo treinador para a próxima temporada e anunciou a renovação de contrato de vários dos atletas que compuseram o elenco campeão. Confira os fatos que marcaram os meses de novembro e dezembro no Alto da Glória:
NOVEMBRO:
Poucos dias após a vergonhosa derrota em São Caetano do Sul/SP, o Coritiba voltava a campo no dia 02 para enfrentar a equipe do Bahia/BA, que vinha numa acentuada ascendente. Dentro da panela de pressão que foi o Estádio de Pituaçu durante toda a Série B deste ano, se o Tricolor baiano vencesse, tomava do Coritiba a liderança.
Com mudanças no time, tendo que abrir mão de nomes importantes com Edson Bastos e Léo Gago, Ney Franco mandou o Coritiba a campo. E o que se viu foi um time com uma postura totalmente diferente daquele que jogou no interior paulista.
O Cori bateu de frente com o tricolor da 'Boa terra', não se assustando com as mais de 30.000 pessoas presentes, mostrando porque estava se credenciando não somente ao acesso, mas também ao título.
Num jogo em que a arbitragem 'não viu' o pênalti que originou a gravíssima contusão de Triguinho, que 'viu' e marcou uma penalidade inexistente da zaga Coxa – que não foi conferida pelo Bahia/BA - o Cori jamais esmoreceu, mesmo sofrendo o gol aos 38' do segundo tempo, chegou ao empate nos minutos finais, pelos pés de Bill. Se não disparou na liderança, aquele empate em um gol foi importante, pois segurou o Bahia/BA, e manteve o Coritiba dois pontos a frente do segundo colocado.
Vale lembrar ainda o apoio que o lateral Triguinho recebeu da torcida, com mobilizações maciças via internet e no próprio Alto da Glória, na sexta-feira seguinte, quando do jogo contra o Ipatinga/MG. A diretoria cumpriu com sua promessa, renovando o contrato do atleta e oferecendo todas as condições para que se recupere o mais brevemente possível.
Outro acontecimento relevante naquela semana, foi o anúncio pela diretoria, por meio do vice presidente Vilson Ribeiro de Andrade, que no ano de 2011 as categorias de base contarão com um CT exclusivo, que inclusive será utilizado pelos profissionais para a pré temporada.
Na sexta-feira, dia 05, o Coritiba recebia o Ipatinga/MG em seu estádio. Diante de um público de 15.000 pessoas, uma vitória ao natural, por 3x0. Ainda não era suficiente para a classificação matemática para a primeira divisão, mas esta não tardaria a acontecer.
Foi no dia 09, visitando o Duque de Caxias/RJ em São Januário, que veio o retorno à elite. Após 20’ minutos de jogo o placar já apontava 2x0 para o Cori, gols de Léo Gago – mais um de falta - e Enrico. Contudo, o time carioca diminuiu aos 31’ e acabou empatando na etapa final, aos 42’, coroando toda a sua valentia, comprovado qu a equipe fluminense veio a campo disposto a complicar a vida do Cori.
No entanto, aos 44’, numa jogada genial de Tcheco - com quatro toques na bola, desmantelou a zaga carioca, livrando-se de quatro marcadores – e rolou a bola mansamente para que Marcos Aurélio pudesse dar números finais ao placar e encerrar a agonia Alviverde na segunda divisão.
Aquele gol no minuto final era mais um daqueles sofridos, feitos no apagar das luzes, e que se transforma em história no Coritiba. A mística da Alma Guerreira mais uma vez aparecia e prevalecia, num tento anotado já quase nos descontos.
Após o apito final, os jogadores correram para a torcida, e em uníssono cantaram e celebraram o retorno à elite. Era a coroação de um trabalho desgastante, difícil, árduo, mas sobretudo sério, realizado por profissionais dedicados e abdicados em favor da causa coritibana. Ney Franco e os jogadores remanescentes do elenco de 2009 tinham razões claras para comemorar.
A partir deste jogo no Rio de Janeiro, o objetivo passou do 'simples' acesso, para o título. Tal objetivo era declarado abertamente pela torcida – e talvez até nos bastidores do clube – no entanto, para todos os efeitos, Ney Franco só pensaria em título após a classificação matemática para a elite.
No dia seguinte, a delegação chegava ao Aeroporto Afonso Pena, sendo recepcionada por milhares de torcedores.
No dia 13, o Cori voltava a campo, desta vez recebendo um motivadíssimo Figueirense/SC, que ainda lutava pela classificação matemática À série A. E conforme todas as previsões, demonstrando mais uma vez que o Alto da Glória e sua torcida são pontos de desequilíbrio, em uma partida emocionante, o Coxa venceu a equipe catarinense pelo placar de 2x1, gols de Jeci e Rafinha.
Com essa vitória, o Coritiba somava 70 pontos na tabela, precisando para ser campeão, de apenas mais dois pontos nas duas partidas restantes.
Na quinta-feira daquela semana, dia 18, o dirigente Ernesto Pedroso, finalmente anunciava o nome do novo treinador do Coritiba, que substituiria Ney Franco, que deixou o Cori para ser técnico da seleção brasileira Sub20. Trata-se do técnico Marcelo Oliveira, ex-treinador do P. Clube, que se apresentou ao clube na tarde do dia 24, junto com os novos membros da comissão técnica, o auxiliar Cleocir Santos (Tico) e o preparador físico Juvenilson de Souza.
Na tarde do dia 20, o Cori iria até Juazeiro do Norte/CE, enfrentar o Icasa/CE. Debaixo de um forte calor o Coritiba empatou com a motivada equipe cearense, pelo placar de 2x2, resultado que o levou novamente a ser Campeão Brasileiro da Série B. O título veio com uma rodada de antecipação, após a derrota do Bahia/BA frente ao Santo André/SP, pelo placar de 2x1.
Talvez seja até desnecessário dizer, mas o gol do empate que deu o título ao Cori veio somente nos minutos finais do jogo, pelos pés do angolano Geraldo. Alma Guerreira? Mística da camisa alviverde? Os Helênicos, um grupo de torcedores que estuda a história do Coritiba, fez um levantamento de vários jogos decididos pelo Coritiba nos minutos finais, quando as esperanças do mais fiel torcedor já se estavam esgotando. E mais uma vez, esta mística prevaleceu.
No dia 26, a diretoria anunciava a continuidade da reforma e modernização das instalações e infra-estrutura do Alto da Glória, com o início das obras de revitalização do estádio. Em uma primeira fase, foi iniciada a reforma dos alojamentos das categorias de base, com previsão de conclusão em janeiro de 2011.
No dia seguinte, encerrando a temporada de futebol profissional, o Coritiba – ainda de ressaca pelas comemorações do título antecipado - recebia um Guaratinguetá/SP com sérios riscos de rebaixamento. Após um revés de 1x3 no primeiro tempo, o time Coritibano voltou mais aceso para o segundo tempo e descontou a vantagem do time paulista. No entanto, o gol anotado por Marcos Aurélio não foi suficiente para impedir a derrota Coxa-Branca por 2x3.
Após uma temporada altamente desgastante, marcada por inúmeras viagens e deslocamentos, os jogadores Alviverdes disputaram os últimos 90 minutos da Série B, aguardando o apito final do árbitro para, finalmente, erguer a merecida taça de Campeão.
O Coritiba encerrava o ano trazendo dois novos trofeus para o Memorial do Alto da Glória - Campeão Paranaense e Campeão Brasileiro da Série B 2010 - demonstrando uma pronta recuperação após os lamentáveis acontecimentos do ano em que comemorou o centenário.
Nunca é demais relembrar que com a interdição do Alto da Glória, foram percorridos mais de 62.000 quilômetros neste ano de 2010. Estes números podem não representar muito, se analisados de maneira fria.
No entanto, a seriedade e a maturidade apresentadas pela instituição, leva a maiores reflexões. O fato de não jogar no Alto da Glória, não significou somente jogar em gramado estranho e com um número menor de torcedores.
Significou um desgaste e gastos financeiros extras, e o emprego e organização de toda uma estrutura voltada ao atendimento dos jogadores, dos colaboradores do clube e da própria torcida. E a logística de concentração, deslocamentos, viagens, repouso e alimentação empregada pela instituição Coritiba, se não foi perfeita, esteve bastante perto da perfeição. E isto representa avanço organizacional, e talvez seja indicativo de um caminho para que o Coritiba finalmente se organize como um clube competente, e digno da grandeza do nome e da camisa que ostenta, e do orgulho que representa a seus torcedores.
Palavras como trabalho, organização, comprometimento e união serão imprescindíveis para que o clube continue na mesma trilha de superação, sucesso e conquistas, afinal, as dificuldades que certamente serão confrontadas na próxima temporada serão iguais ou ainda mais desafiadoras do que aquelas que acabaram de ser suplantadas.
Encerrada a temporada de futebol profissional, os jogadores entraram em férias. Começava-se o período de especulações e contratações.
DEZEMBRO:
Depois de várias especulações quanto aos nomes de reforços para 2011, foi marcada uma coletiva para o dia 10. Todavia, ao contrário do que se especulava, não foram anunciados reforços, mas somente a renovação contratual dos jogadores Leonardo, Marcos Aurélio, Triguinho, Bill, Tcheco e Pereira. Ainda, confirmou-se a contratação de Anderson Aquino, emprestado ao P. Clube pelo A. Paranaense.
Três dias mais tarde, uma surpresa um tanto quanto desagradável, vinda de Ney Franco. Com objetivo de reforçar a Seleção Brasileira Sub20, convocou o meia Dudu, emprestado ao Coritiba pelo Cruzeiro/MG.
O Cori tinha interesse na elaboração de um novo contrato com o atleta para a temporada 2011. Ocorre que o técnico do clube mineiro, Cuca, 'resolveu' que precisaria usar o jogador na próxima temporada. Sendo assim, provável é que Ney tenha – por meios indiretos – colaborado com a saída de Dudu do Alto da Glória, valorizando ainda mais o passe do atleta, que já ganhara projeção com a conquista do título da Série B.
Em entrevista coletiva na tarde de terça-feira, 14, o Coritiba anunciou um novo patrocinador. Trata-se do grupo J. Malucelli, que terá sua marca estampada na camisa Alviverde em 2011. Não foram divulgados os valores envolvidos no contrato.
No dia 17, a equipe Alviverde Sub20 enfrentou o Vasco da Gama/RJ pelas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro da categoria, na cidade de Santa Maria/RS e acabou sendo derrotada pelo placar de 2x0. Com o resultado, os garotos Coritibanos voltaram para Curitiba onde passarão a se preparar para as disputas da Copa São Paulo de Futebol Junior, que se iniciarão em janeiro de 2011.
No dia seguinte, o vice presidente Alviverde, Vilson Ribeiro de Andrade, anunciou a nova e ambiciosa meta do clube no tocante ao número de sócios. Segundo a projeção idealizada pelos dirigentes Coxas-Brancas, o quadro associativo precisa atingir o número de 25.000 sócios para fazer frente aos desafios financeiros que a instituição enfrentará nas disputas da Série A do Campeonato Brasileiro.
Encerrava-se assim o sexto e último bimestre Alviverde no ano de 2010.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)