PALESTRA
Em evento realizado na sede do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR), na última terça-feira, 17, o vice presidente do Coritiba Foot Ball Club, Vilson Ribeiro de Andrade, falou sobre as principais mudanças implementadas no clube após os acontecimentos de dezembro de 2009, destacando a importância de uma gestão empresarial voltada aos clubes de futebol como meio de se atingir o sucesso.
O Café-Palestra organizado pelo presidente do CRA-PR, Gilberto Serpa, teve como tema o Modelo de Gestão Esportiva - Coritiba Foot Ball CLub - um caso de sucesso e a palestra ministrada por Vilson Ribeiro mostrou-se bastante reveladora quanto aos bons resultados alcançados pela equipe Alviverde nos últimos dezessete meses de trabalho.
Confira a primeira parte das principais declarações do vice presidente Coxa-Branca:
Sobre o dia 06/12/2009
"Indo pra minha casa naquele dia fatídico, eu pensei em analisar o que poderia fazer pelo Coritiba como torcedor apaixonado pelo clube. O primeiro convencimento, que eu acho que foi o mais importante, foi o para minha esposa, porque eu prometi a ela que eu nunca seria presidente de algum clube de futebol.
Como vocês sabem, eu venho do mundo financeiro, eu fui executivo do HSBC – Bamerindus, depois HSBC e me aposentei como CEO do HSBC. E tinha os meus afazeres particulares, mas entendi que aquele era o momento de trazer executivos para tentar achar uma solução para um clube centenário que vivia o momento mais difícil da sua história.
Uma semana depois, montamos um projeto muito rápido – um projeto emergencial, e fizemos uma reunião na minha casa com 27 empresários, e houve uma discussão muito grande a respeito do Coritiba dali saiu uma ideia – das pessoas – de que nós comandássemos a eleição que seria para o início de janeiro, com novos executivos pra assumir o clube. Três dias depois tivemos uma nova reunião e não veio ninguém, aliás, três pessoas vieram pra dizer que não podiam assumir o clube.
Então nós usamos a amizade, e convocamos alguns amigos – o Márcio foi um deles – eu falei: “Márcio você vai ser o diretor financeiro”, ele falou: “Como, mas eu não posso aceitar...”, eu disse: “Não, você já aceitou”, senão não vamos ter nem quorum para eleger a diretoria.
E assim nós montamos uma diretoria com o Ernesto Pedroso, Dr. Macedo, Zaneti e alguns outros profissionais como o Petruziello, Guinghone – todos amigos de uma relação muito forte e que amavam profundamente o Coritiba".
Sobre a experiência profissional e a profissionalização voltada ao clube de futebol
"Eu fui professor de Gestão Empresarial em MBA e além da minha experiência de 28 anos numa organização de gestão, então, entendi que um clube de futebol não é mais do que uma empresa. Ele tem as mesmas dificuldades de uma empresa, ele tem um grupo de pessoas que é muito importante para a consolidação desta empresa e acima de tudo, ela tem receita e despesa. Não há como você trabalhar em nenhuma atividade se você não tiver o equilíbrio entre o que entra e o que sai.
No futebol, lamentavelmente, as pessoas faziam o seguinte: gasta primeiro pra ver depois como vai pagar. Esse é o grande erro do futebol. Quando assumimos o Coritiba, fizemos uma auditoria, encontramos uma dívida de 68 milhões. Destes 68 milhões, 47 milhões são de impostos que nunca se pagou no Coritiba. Vocês vão dizer: “Puxa, isso é um absurdo”, não, não é! Flamengo deve trezentos e poucos milhões, Atlético Mineiro mais de duzentos e cinqüenta milhões, por que? Porque os presidentes que entram e nos dois anos que ficam – dois, três anos -, não têm a responsabilidade da continuidade.
Esta é a grande diferença da profissionalização na atividade esportiva. Você tem que ter a responsabilidade da continuidade porque nós não somos nada – nós passamos e a instituição fica! E quando você é um presidente de um clube de futebol ou de uma organização, você tem que ter a responsabilidade com o futuro daquela organização e ser visionário – pensar grande".
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)