Arquibancada
Primeiro aprendi a gostar do Coritiba. Gostar do futebol vem depois. Gostar de futebol foi inevitável. O Coritba ainda é maior que ele. Coisa de torcedor. Coisa de Coxa-Branca.
Já vivi de tudo um pouco com este nosso time. Mais alegrias que tristezas. Tive a felicidade de nos anos 60, com quase 10 anos, ser um daqueles torcedores que lotava o Belfort Duarte para ver o que hoje não atrai mais. Coritiba e Jandaia, por exemplo, ou Coritiba e Grêmio Oeste, Coritiba e Seleto, como Coritiba e Santos, Botafogo, Flamengo, Corinthians, de Rivelino, de Gerson, de Pelé, Tostão e Jairzinho .
São os anos modernos. De um futebol que precisava mudar e ganhou ares mais profissionais. Cada vez mais profissional. Mas aqui dentro de mim, ficaram impregnados os anos dourados. São meus e daquela turma com quem dividi as arquibancadas da nossa casa que chamamos de Couto Pereira.
Onde naquela época não havia divisões, setores. A gente assistia o primeiro tempo de um lado, para onde o Coxa atacava e mudava para o outro lado no segundo tempo. Tamanha era a confiança que a gente tinha em gols, que na verdade nunca nos deixaram na mão.
Os anos foram passando, a gente achando que o futebol começava a viver caminhos diferentes e melhores. Muita coisa mudou e de fato melhorou, mas em outras não.
Me junto aos românticos e choramos a falta do cheiro de mimosa, de pinhão, vendido num pacotinho em forma de cone, do pão com bife, das figuras folclóricas que habitaram aquelas arquibancadas, de um alambrado para se pendurar e pressionar o bandeirinha.
Sem falar, claro, das estrelas como Kruger, Kosilek, Passarinho, Célio, Nico, Nilo, Cláudio Marques, Bequinha, Oromar, Ze Roberto e tantos outros, de muitas e muitas gerações de craques que nos deram mais alegrias que tristezas.
Nestes três anos de COXAnautas tive a oportunidade de viver um outro lado desta minha vida de mais de meio século nas arquibancadas do Berfort e agora Couto. Onde também fiz grandes amigos. Conheci um outro lado da arquibancada, graças a quatro amigos em especial: Marcelo Carneiro, Ricardo Honório, Fabiano Merlin e Luiz Budant. Pra não citar os comentaristas que religiosamente participam, cobram e frequentam, esquentando nossas colunas.
Por força da profissão, preciso me ausentar daqui. Saio de cena, mas não do futebol e principalmente do Coritiba, que daqui do meu coração jamais sairá.
Obrigado pelo carinho, me desculpem pelo mau jeito. Obrigado Marcelo Carneiro pela oportunidade, obrigado Honório pela confiança. Obrigado Fabiano e Luiz pelo primeiro convite.
Abraços a todos, indistintamente. O Coritiba nos une. Tamo junto! Nos vemos por aí!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)