Arquibancada
Lá se foi mais um! Entre as nossas recentes idas estão Toby, Reginaldo Araújo e Zé Roberto. Agora ficamos sem o capitão, o lateral direito. É verdade que de outra seleção, a brasileira, mas este merece registro. Mesmo que em toda a sua história não tenha vestido o manto sagrado alviverde.
Tenho visto por aqui algumas manifestações contrárias a este romantismo do futebol dos anos 60 e 70, do qual também faço parte, mas sempre do lado de cá, na arquibancada.
É que foi graças a este time de veteranos, que está nos deixando, que aprendi a gostar de futebol. E por isso me tornei o chato de hoje, ainda na esperança de que algum dia retomemos a qualidade do futebol jogado hoje.
Tinha 13 anos na Copa de 70. Duas cenas me marcaram naquele tri, no México: a bola arrumada por Pelé, para o Capita bater de primeira na entrada da área. Era o quarto gol brasileiro na decisão que dava o título definitivamente ao Brasil, como o último prego no caixão da Itália. A segunda imagem que guardo daquela Copa foi a taça sendo levantada naquela tarde de domingo, devolvendo ao futebol brasileiro a autoestima.
Carlos Alberto Torres conseguia despertar o sentimento de querer ele no time da gente. Não só pela qualidade do futebol que jogava, mas principalmente pela figura carismática que sempre foi.
Aos não saudosistas, os que não viram Carlos Alberto jogar, e nunca saberão o que quero dizer, fica o lamento pelo fim da vida de um grande comentarista e conhecedor do futebol que sempre foi.
Era bom ligar a tv no domingo à noite e ver os comentários sensatos do Capita, na avaliação da rodada. Aliás, dos poucos que dava pra levar em conta, de um enorme time de comentaristas que infestam as tvs com bobagens e falta de conhecimento.
Capita vai fazer falta como craque que foi, como gente, como comentarista que vai deixar saudades. Se já estávamos pobres, ficamos ainda mais com a morte física do Capita.
Estão morrendo e a prateleira está cada vez mais vazia. A reposição não está sendo feita para repor a falta que esta turma já faz.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)