Arquibancada
Restou a camisa e uma torcida. A mística de um e o amor do outro andam entrando em campo. Pelo menos ontem foi assim, mais uma vez, como foi contra o Belgrano e que faltou em muitas partidas do Brasileiro.
A coisa só vai com raça, mas movidos pela força da camisa e cobrados pela torcida. Do contrário a coisa não vai.
Mais uma vez será preciso arrumar forças, para superar o que nos espera em dose dupla a partir de agora. Não resta dúvida que temos adversários superiores, com exceção de duas ou três partidas no Brasileiro, mas de resto, o A. N. da Colômbia e a maioria das partidas do Brasileiro, prometem fortes emoções. Do contrário, se não for assim, com raça e superação, ficaremos no meio do caminho nas duas competições.
Na Colômbia a encrenca é maior ainda. Teremos pela frente um time redondo que joga um futebol de muita qualidade. Será uma tarefa quase impossível, como foi na Argentina. Ontem mostrou que pode buscar, como já mostrou que é capaz de reverter, como fez contra o Belgrano.
Temos a nosso favor apenas a camisa, que anda dando ares de sua graça. Alguns iluminados como Iago, andam incorporando o espírito de lendas que passaram pelo Alto da Glória, em históricas e inesquecíveis partidas. Além de Iago, Kazim precisa parar de tentar provar que é craque (coisa que não é), e fazer o que fez ontem: brigar, dar sangue por uma camisa que ele começa a entender como deve ser vestida. Na zaga, os constantes erros de posicionamento, de atenção e falhas de Wilson, não podem mais acontecer. Não será permitido errar. Errou, morreu.
Com um pouco mais de atenção nesta troca de passes do meio de campo do time colombiano, com marcação mais forte, quem sabe a gente consiga parar estes caras. Mas apenas com talento e boa vontade não chegaremos lá. Será preciso mais, muito mais.
A camisa, a mística do manto sagrado precisa estar acima de qualquer técnica ou tática.
Se Carpegiani conseguir passar a ideia do “o jogos de suas vidas” a todo o grupo, nos resta alguma esperança de voltar da Colômbia com uma classificação histórica, como a da Argentina nas oitavas. Entender nossas limitações, aceitá-las e vestir a alma Coxa, será a principal arma que o Coritiba precisa incorporar nesta segunda partida.
As coisas se complicam ainda mais quando pensamos que precisamos manter as atenções no Brasileiro, onde voltamos a ter a corda no pescoço. Justo agora, num momento delicado do campeonato, voltamos a bater na porta da ZR.
É preciso saber dividir responsabilidades, designar tarefas e salvar o Coritiba, mais uma vez.
Quem o colocou nesta situação que agora tire, que resolva o problema. Porque não é só de mística e de torcida que o futebol sobrevive.
De agora em diante, não dá mais pra errar.
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