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Marcelo A. Almeida25/07/11, 23h44
Futebol, Ciência e Opinião

Tecnologia e Dados X Informação

No último dia 22/07, foi publicado no jornal Gazeta do Povo, uma matéria sobre a utilização do GPS como recurso tecnológico para verificar as distâncias percorridas pelos atletas do Coritiba em treinos e jogos. Com o uso do equipamento também é possível verificar dados qualitativos, ou seja, em que velocidade o jogador se desloca em uma partida, em quais momentos está parado, caminhando, correndo em baixa velocidade e percorrendo distâncias em alta velocidade.

Através da coleta e análise dos dados, é possível detectar o índice de desgaste fisiológico do atleta, assim programar de forma mais precisa os treinamentos durante a semana, até mesmo poupar aqueles que foram submetidos a grandes esforços.

O uso dos dados, associados a outros recursos bioquímicos, como monitoramento das concentrações plasmáticas de CK, que indica níveis de estresse oxidativo, são decisivos na prevenção de lesões musculares.

O uso dessa tecnologia para determinar cargas de treinamento, é um recurso excelente e demonstra o alto nível de profissionalismo do departamento de fisiologia do Coritiba.


Ao final da matéria, entretanto, uma frase do preparador físico Prof. Juvenilson de Souza, chamou a atenção:

“Isso é usado para prescrever a carga de trabalho durante a semana. Temos jogado com três meias e os dados vêm mostrando que eles têm tido maior volume de ações do que um atacante”

Inúmeros artigos publicados nas últimas décadas, demonstra que os jogadores de meio de campo são aqueles que percorrem as maiores distâncias e realizam um maior número de deslocamentos durante uma partida. Obviamente, que a opção tática de atuar com três meias resultará um maior volume de ações em relação a um atacante, tendo em vista as característica da posição.

A questão é, a comissão técnica utiliza esse dado na decisão de atuar com três jogadores de meio de campo ao invés do segundo atacante ?


CONSIDERANDO AS 6 PRIMEIRAS RODADAS DO BRASILEIRO 2011


Jogos iniciando com 3 meias e 1 atacante

4 jogos - 66,7 %

Vitórias - 0%

Empates - 25%

Derrotas - 75%

Pontos disputados - 12

Pontos conquistados - 1 (8,3%)


Jogos iniciando com 2 meias e 2 atacantes

2 jogos - 33,3%

Vitórias - 50%

Empates- 0%

Derrotas - 50%

Pontos disputados - 6

Pontos conquistados - 3


*Comparativo entre gols sofridos e efetuados com 1 ou 2 atacantes em campo

Gols pró - 9
Gols sofridos - 10

Gols efetuados com 1 atacante em campo - 1 (11,1%)
Gols efetuados com 2 atacantes em campo- 8 (88,9%)

Gols sofridos com 1 atacante em campo - 6 (60%)
Gols sofridos com 2 atacantes em campo- 4 (40%)


* Gols efetuados e sofridos em relação a formação no momento da partida, independente da formação inicial.


CONSIDERANDO AS 4 ÚLTIMAS PARTIDAS DA COPA DO BRASIL


*Comparativo entre gols sofridos e efetuados com 1 ou 2 atacantes em campo

Gols pró - 4
Gols sofridos - 3

Gols efetuados com 1 atacante em campo - 0 (0%)
Gols efetuados com 2 atacantes em campo- 4 (100%)

Gols sofridos com 1 atacante em campo - 1 (33,3%)
Gols sofridos com 2 atacantes em campo - 2 (67,7%)


* Gols efetuados e sofridos em relação a formação no momento da partida, independente da formação inicial




CONCLUSÃO

Os dados demonstram, que a equipe atuando com três meias possui um rendimento ofensivo e defensivo inferior ao sistema com dois meias e dois atacantes.

O maior volume de ações dos meias durante as partidas em relação ao segundo atacante, não corresponde uma maior eficiências da equipe, pelo contrário, o rendimento é estatisticamente inferior.

Se a opção em atuar com três meias leva em consideração o volume de ações e deslocamentos, ocorre um erro entre Dados X Informação.


HOMENAGEM




Uma homenagem a um dos maiores torcedores do Coritiba que pude conhecer, JOSEMAR CARSTENS, nascido em 19 de fevereiro de 1950 e que nos deixou em 20 de abril de 2010, que apesar de não estar junto a nós de corpo presente, sem dúvida nenhuma continua acompanhando o Alviverde de onde esteja e vibrando com as conquistas mais recentes do seu amado Coxa.

Marcelo A. Almeida

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