Sou torcedor do Coritiba desde 1982 e frequento as arquibancadas do Couto desde 1983, sendo meu primeiro jogo Coritiba 3x0 União Bandeirante. Quem me conhece sabe que um dos meus maiores prazeres sempre foi ir ao Couto em dias de jogos, com sol, com chuva, com frios tenebrosos, com temporal.
Comemorei o título brasileiro, ainda que com apenas 8 anos à época, quando ganhei minha primeira camisa do Coxa (já com a estrela amarela no peito), que guardo com carinho até hoje. Acompanhei com orgulho o timaço de 89, com Serginho, Tostão, Carlos Alberto Dias e Osvaldo no maior meio-campo do Coxa que eu vi jogar, acompanhei no estádio o tenebroso início da década de 90, vibrei absurdamente com o timaço de 98 com João Santos e Sandoval pintando e bordando em campo, estive no Pinheirão em 1999 vendo nosso título em cima dos coloridos e nunca comemorei tanto na vida, voltando a pé para o Couto Pereira e invadindo o gramado, acompanhei orgulhosamente o grande time de 2003, estive presente na queda em 2005 contra o Internacional, estive em quase todos os jogos da série B de 2006, fui recepcionar o time campeão de 2007 lá no aeroporto, estive presente no fatídico e maldito 06 de dezembro de 2009... Vi o Coxa ser assaltado pela CBF e máfia do apito em duas finais de Copa do Brasil, quando perdemos pra um time inferior do Vasco e pra um timeco do Palmeiras, que conseguiu ser campeão com 3 gols irregulares. Enfim, são muitas as lembranças boas e nem tão boas que guardo com carinho.
Sou sócio ininterrupto da Mauá desde a semifinal da Copa do Brasil de 2011 contra o Ceará. Mas desde a atrapalhada “gestão” anterior a esta, meu ânimo diminuiu consideravelmente. O que eram momentos de alegria ir ao Couto, tornaram-se em tristeza, decepção e estresse. A cereja do bolo foi a eleição, por apenas 1070 sócios, que sabe-se lá o que estavam pensando quando votaram, de uma chapa despreparada e amadora e que nos fez chegar onde chegamos. Couto vazio, torcida irada e ao mesmo tempo desanimada, um time de pelada amadora em campo, que não conta com NENHUM jogador minimamente aceitável, exceto nosso monstruoso goleiro – que provavelmente está indo embora (e bem que o faz, ele não merece continuar aqui!).
Pois é, meus amigos. Ontem, na óbvia e já cantada derrota para um time falido e semiamador, eu me deparei indo embora do Couto aos 10 minutos do segundo tempo, coisa que NUNCA fiz antes. Minha paciência acabou, meu tesão e minha vontade de ir ao Couto acabaram. Pra mim foi o FIM. A partir de amanhã, dia 05 de novembro de 2018, não serei mais sócio do Coritiba. E não pretendo voltar tão cedo. Minha única esperança é que a torcida fizesse uma megamanifestação EXIGINDO a mudança de estatuto, destituição imediata e expulsão do quadro de sócios de toda a diretoria e conselhos e convocação de novas eleições, com candidatos de verdade, não essa piazada de prédio. Mas como isso não vai acontecer, já que a patética e vendida torcida organizada que temos foi quem elegeu estes incompetentes que aí estão. Espero poder ter vontade de voltar um dia e me orgulhar novamente de ser Coxa.
Até lá, digo: Adeus Coritiba!
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)