Dias atrás usei este espaço para falar do “começar de novo” quando do primeiro jogo do Coxa em casa neste Paranaense 2018, bem como de falar da alegria de comemorar 30 anos frequentando o Gigante de Concreto Armado. Dias atrás, no baile que demos no Pathético em nosso salão de festas, descobri que assim como eu, o Presidente Samir também viu aquele golaço do Tostão em 1989 em cima do nosso mais tradicional freguês.
Eis que naqueles dias chegava Giovanni para ser o nosso novo 10, e também se aguardava como salvador da pátria, o jovem Rodrigão: nosso novo 9. Me pus a pensar então, a lembrar de alguns camisas 9 e camisas 10 que desfilaram por aqui nestes meus 30 anos de Couto Pereira...
Me lembrei com emoção de ver jogar Tostão (o maior de todos), Alex, Evair, Cleber Arado, João Santos e Davi... também me lembrei com tristeza de Kazim, Nardela, Cruvinel, Leandro Tavares, Fernando Macaé e Carlinhos Paraíba... ainda bem que das tiriças não tenho muitas lembranças porque o que é ruim, é melhor deixar pra trás.
Também comecei a lembrar dos camisa 9: Chicão (também pra mim, o maior de todos), Brandão, Sandoval, Marquinhos Cambalhota, Magrão, Liedson, Marcel, Tuta e Keirrison. Por outro lado, aguentar Renaldo, Saulo, Laercio e Eanes, não foi brincadeira.
Mas enfim, faz parte. Agora temos Giovanni e Rodrigão, temos Juan Alano e Igor Jesus... temos nossas esperanças renovadas e o apoio incondicional novamente em evidência; se serão novos Joãos Santos ou Keirrisons; se serão novos Fernandos Macaés e Laercios, só o tempo vai dizer, mas torço muito, muito mesmo para que a elegância de Tostão, Ademir Alcântara e outros, assim como a qualidade de Chicão, Brandão e outros iluminados, me voltem aos olhos por obra destes que aí estão, baluartes do tal futebol moderno.
Falando em futebol moderno, que maldito futebol moderno é esse que paga milhão de reais pra jogadores e deixa garotos, meninos sonhadores, crianças dormindo em contêineres, caixas de metal jogadas em local impróprio, interditado e já alvo de 30 multas aplicadas? Que futebol é esse que pra pagar um caminhão de dinheiro aos Gabigol da vida, Arrascaetas, Ricardos Gulart, Vagners Loves, etc, tira o emprego daquele roupeiro, tia da limpeza e cuidador de estádio em nome de uma austeridade financeira? Que maldito futebol moderno é esse em que se tem folha de pagamento exorbitante para profissionais e deixam novos talentos, portadores de sonhos ainda por realizar, dormindo em verdadeiras armadilhas que não tinham se quer saídas de emergência?
Obrigado futebol moderno por me deixar cada vez mais desapontado com o caminho que o senhor está tomando! Se isso aconteceu no “Flamengo”, poderia ter acontecido em qualquer um... qualquer um mesmo que tem uma condição financeira infinitamente menor que o “Time da Globo”. Aí eu pergunto ao amigo que me dá oportunidade de ter voz: onde estão os Paquetá, os Vinícius Jr, os Neymar e todos esses que um dia viveram em contêineres e hoje ganham rios de dinheiro? Não poderiam se lembrar do que viveram e ajudar crianças como aquelas? Os Diegos, os Gabigol, os Ganso da vida, não poderiam abrir mão de uma noitada regada a boa bebida pra ajudar esses pequenos?
Realmente, não é só futebol: é ganância, é crime, é corrupção! É o tal do “futebol moderno”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)