Memória Coxa-Branca
Por: Kerwin Kuhlemann
A década de 90 foi um período marcado por muitas turbulências e dificuldades, mas também por muitos personagens importantes que permanecem até hoje marcados na memória do torcedor Coritibano. Um deles é o atacante Valdeci Basílio da Silva, conhecido apenas como Basílio.
Utilizando a mesma alcunha do famoso atacante corintiano que marcou época nos anos 70, Basílio chegou ao Coritiba em 1995 após atuar por vários times do interior de São Paulo como XV de Jaú, Andradina, Inter de Bebedouro e Olímpia.
Nascido 14/07/1972 em Andradina (SP), o atleta tinha como principais habilidades a velocidade e o drible, que rapidamente conquistaram o torcedor alviverde. Apesar de participar da campanha que deu o acesso a série A ao Coritiba em 1995, Basílio atuou em poucas partidas e acabou sendo emprestado ao São José (SP) em 1996 para a disputa do Campeonato Paulista. No seu retorno, ajudou o Coritiba na campanha do campeonato brasileiro daquele ano, sempre saindo do banco de reservas durante as partidas. Neste período, o lépido atacante se tornou um talismã para o time Coxa Branca, tendo boas participações e marcando gols importantes em vitórias memoráveis fora de casa contra Vasco e Grêmio.
Em 1997, já com o status de titular, Basílio mostrou toda sua categoria e oportunismo marcando 10 gols, entre eles o tento decisivo na final do Festival Brasileiro de Futebol, vencido pelo Coritiba nos pênaltis sobre o Botafogo (RJ), em pleno Couto Pereira. Seu bom desempenho em campo despertou o interesse do time japonês Kashima Reysol que o contratou para disputar a temporada 98 em terras orientais.
Em 1999, o atacante, que assim como Aladim ostentava uma calvície precoce como marca registrada, retornou ao Coritiba em alto nível marcando cinco gols nas primeiras cinco partidas da Copa Sul daquele ano. Porém uma contusão o afastou dos gramados por alguns meses, fazendo-o perder o campeonato paranaense, vencido pelo Coritiba após uma longa espera de 10 anos. No Brasileirão, Basílio mais um vez voltou a performar bem, comandando o sistema ofensivo alviverde ao lado de Sinval e Cleber. Neste campeonato, um dos jogos em que o atacante é lembrado até hoje, foi o atleTIBA disputado no Couto Pereira. O placar apontava o empate por 1 x 1, quando aos 36 minutos do segundo tempo Basílio dominou a bola pelo lado direito e tabelou com o craque João Santos que devolveu com afeto e açúcar ao atacante, que ao receber, encobriu o goleiro Flávio dando números finais a partida e garantindo a vitória Coritibana.
O ano de 1999 também marcou a despedida de Basílio do Coritiba, que fez sua última partida pelo clube carimbando a arena na baixada, na vitória do Coritiba por 2 x 1 no primeiro atleTIBA disputado no estádio rival. Em 2000, o atacante foi adquirido pela Parmalat que patrocinava a Sociedade Esportiva Palmeiras. O atleta ainda vestiu as camisas do Tokyo Verdy (JAP), Sport (PE), Ituano, Ponte Preta, Grêmio, Santos, Itumbiara, Barueri, Marília e Sertãozinho onde se aposentou em 2011 quase aos 40 anos.
Atualmente o ex-jogador gerencia um centro de treinamentos na sua cidade natal, onde auxilia jovens a se desenvolverem e quem sabe um dia também se tornarem jogadores profissionais.
A nação Coxa Branca agradece a Basílio pelas 101 partidas disputadas pelo clube e pelos 26 gols marcados com a camisa Coxa Branca, além de reconhecer a forma honrosa com que o atleta sempre vestiu o sagrado manto alviverde.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)