Coxa Kids
Por: Jorge Junior
Na década de 60 foi o Santos de Pelé, na de 90 o São Paulo, campeão do mundo, e nos anos 70 o Coritiba, que, não fosse o Maringá ganhar o Campeonato de 1977, poderia teria feito uma inacreditável sequência de nove campeonatos seguidos. De igual entre todos eles, uma geração de torcedores mirins se formando, tendo como espelho um time multicampeão, ou seja, uma equipe vencedora para torcer, um sonho não somente de adultos, mas principalmente de crianças, que, acompanhando seus pais no campo, descobrem o que é a paixão por um clube de futebol.
Com quase 40 mil sócios, uma das grandes alegrias vividas dentro do Couto Pereira é ver a enorme quantidade de crianças. A história vai se repetindo, pais orgulhosos levando seus filhos e filhas a campo para terem a verdadeira noção do que é torcer por um time, vibrar por um gol, e, quando de uma decepção, ensinar-lhes que a vida também é feita de insucessos. O campo de futebol sendo pedagógico, demonstrando que nem somente de alegrias é feito nosso mundo.
Depois de cinco anos na fila, fomos novamente campeões do Paraná, e, fazendo a festa no estádio, lá estava a torcida do futuro do Coritiba. Pequenos torcedores que talvez sejam muito parecidos com aqueles dos anos setenta, cheios de orgulho, vendo o time ser o que sempre foi, o maior do Paraná. Muitos deles não contendo a felicidade, assim como um piá de onze anos em 1985 que via pela televisão em preto e branco o time da Alma Guerreira ser campeão brasileiro de futebol. O menino era eu.
Da mesma forma que Lela, Índio e Vavá eram ídolos para mim, que Gamalho, Paixão, Farias, entre outros, sejam lembrados com alegria, que eles cristalizem no coração dos pequenos Coxas-Brancas o amor infinito pelo Verdão do Alto da Glória.
O Coritiba está chamando, e para atrair a atenção das crianças, nada melhor do que vitórias, nada melhor do que a sensação indescritível de comemorar um gol, de reviver momentos de glória, de mostrar que, desde muito cedo, somos a torcida que nunca abandona.
Nota: A torcedora que ilustra esse texto é a pequena Heloísa Muchaki da Silva, que acompanhou a mãe Rosane no jogo contra o A. Paranaense no dia 27 de março no Couto Pereira.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)