Bola de Couro
Noticia-se que no dia 12 próximo haverá reunião do Conselho Deliberativo do Coritiba, ocasião em que o Conselho Administrativo apresentará o orçamento para 2019. E certamente, espera-se, conselheiros independentes farão rigorosas cobranças.
Orçamento, sabemos, é o custo estimado de um empreendimento ou empresa, apurado do cotejo entre receita e despesa.
Pois estou muito curioso para saber como será o orçamento que a direção apresentará. Será uma peça de ficção, na qual receitas serão superestimadas e despesas subestimadas?
Ou será realista, considerando as inúmeras dificuldades que o Coritiba terá no próximo ano, em especial a queda drástica da maior receita, a da TV, este o item mais importante para mostrar que as receitas serão pífias?
Aliado a isso, estamos tendo diminuição no quadro social, que se em 2011 chegou a 30.000, nas últimas eleições pouco passou dos 6.000, e não sei em que números está e estará.
Não bastasse, se o Coritiba se mantiver com um time desqualificado como o que se apresentou no campeonato deste ano, a cada dia a presença de público será menor, às vezes talvez nem pagando o custo de abrir o estádio.
E mais, nossos produtos provavelmente não devem estar vendendo bem, pois o torcedor vincula muito as compras ao sucesso do time. A decisão de fugir das marcas tradicionais dos uniformes talvez possa ser boa medida, não sei, ainda é cedo para avaliar. Mas sem bons resultados em campo, difícil ver o torcedor comprando produtos do clube,
Gostem ou não os gestores do Coritiba, que assumiram parecendo que descobriram a pólvora e prometiam o paraíso, sem sucesso no futebol não há como ter uma administração equilibrada. E as dificuldades financeiras, em que pese sabidamente venham de muitas gestões, sem dúvida foram agravadas pelo fracasso deste ano, item no qual não dá para usar a surrada alegação de que o caos foi herdado.
Li hoje notícia na qual o presidente Samir procurou dar explicações sobre o fracasso do clube neste primeiro ano de gestão. A que mais me impressionou foi a de que ao serem eleitos o planejamento teria sido feito em cima da hora, iniciando-o com atraso, a partir do dia 17 de dezembro, oito dias depois da eleição. Mas como assim? As chapas foram inscritas no início de novembro, certamente montadas com muita antecedência. E foram para a disputa sem um planejamento? E o presidente Samir era o presidente do Conselho Deliberativo, com todos os meios para bem conhecer o clube (sem contar que outro integrante da chapa era o presidente do Conselho Fiscal, outro ainda vice-presidente da mesa do CD). E o plano de metas apresentado ainda em novembro (veja aqui), onde se vê que as promessas de campanha estão passando longe da realidade, não desmente aquela afirmação? Ou aquele plano era apenas para o eleitor ver?
Bem, como tudo indica que não haverá intervenção branca no clube e nem que a direção fracassada vai se afastar, a nós resta torcer para que desta vez acertem. Nosso sucesso depende do sucesso da direção. Mas por tudo o que vimos parece muito difícil, temos que ver para crer. Quero acreditar, mas é difícil.
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Para não dizer que não falei sobre o clube dentro do campo, considero um grande erro a talvez manutenção do Argel no comando do time. É um treinador com muito mais fracassos do que os poucos sucessos em campeonatos estaduais, e que de início impressiona os desatentos pelo seu estilo de aparente motivador, em que pese o discurso não dure muito como já vimos.
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