Futebol: Razão x Emoção
A primeira lembrança que tenho de Ronaldo fenômeno é dele roubando a bola deixada irresponsavelmente pelo já veterano Rodolfo Rodriguez, e colocando-a para dentro do gol. Como artilheiro e matador, ele não perdoou. Viu a oportunidade, agarrou, e fez valer a pena.
Naquele gol, em 1993, Ronaldo tinha, salvo engano, 17 anos e vestia a camisa da raposa de minas. Agora, quase 30 anos depois, ele, pela raposa, surpreende de novo o mundo do futebol.
Como bom investidor, tubarão, viu a oportunidade e comprou o Cruzeiro, enchendo de esperança o torcedor azul-celeste, e todos aqueles que querem ver seus clubes melhor administrados, bem cuidados e profissionalmente geridos.
Com a negociação, A SAF Cruzeiro é a primeira a receber um aporte financeiro de magnitude digna de nota. Pelo que se sabe, Ronaldo investirá fenomenais R$400 milhões de reais ao longo dos próximos anos. A dívida do Cruzeiro, é bilionária, então, R$ 400 milhões, em que pese seja uma bela grana, não resolve os problemas se for mal utilizada. Seria incapaz por exemplo de quitar a dívida.
Ronaldo é dono do Valladolid da Espanha, tem experiência com gestão, mas, o time espanhol é um clube que nem de longe tem a torcida e o apelo do Cruzeiro. Podemos, portanto, dizer que será a primeira experiência do atacante-investidor em um clube de massa.
A pressão da torcida, a impaciência dos conselheiros, o escrutínio muitas vezes leviano da imprensa, somados ao ambiente nada saudável do futebol brasileiro são outros desafios que o cruzeiro de Ronaldo irá enfrentar.
Será que vai dar certo? Será que o Cruzeiro volta à Série A em 2022 e consegue sanar suas dívidas e se tornar um clube viável? Não sabemos. Sabemos sim que novos ventos estão soprando no futebol brasileiro. Que sejam ventos de austeridade, de responsabilidade e de fair play financeiro.
O fator Ronaldo pode bem influenciar clubes e torcidas que se deparam com a possibilidade de profissionalizar suas gestões. O Coxa, por exemplo, vota a autorização para início de sua transformação em SAF no dia 23.12, e, para não perdermos o bonde da histórias - mais uma vez - é preciso aprovarmos a proposta da diretoria.
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