Faz muito tempo, por motivos outros, que deixei de assinar colunas em sites coritibanos.
Torcedor de cativa desde os meus 18 anos, mas já na a tenra idade me fazia presente ao Alto de tantas Glórias, para ser preciso, desde os tempos da social de madeira e do alambrado de tela que contornava o campo. Fui apresentado ao Coxa pelo meu pai, torcedor fervoroso e tive a minha primeira associação de meados de 1970 (carteirinha que guardo como uma relíquia). Vivi a fase de Evangelino Neves, onde ser Coxa era um motivo de satisfação e júbilo. O esquadrão verde e branco era um terror, ganhava tudo e de todos, tendo feito resultados históricos contra seleções e grandes equipes do cenário mundial. Jogar no Belford Duarte (hoje Couto Pereira) ou em qualquer campo era indiferente, o Coxa se mostrava altivo, e suas excursões à Europa, África e Ásia, o levaram a conquista da fita azul, sendo reconhecido além mares, como um dos grandes do futebol brasileiro.
Em 1960 perdemos o título nacional para o Grêmio de Foot-Ball Porto-Alegrense, num sorteio ganho no grito e de lá até 1984 nos mantivemos no topo das expressões futebolísticas do Sul. 1985 sem grande investimentos, o chinês como era conhecido Evangelino, mesclou o esquadrão Coxa com jogadores do futebol paranaense, e o resultado é a nossa maior conquista até hoje – Campeão Brasileiro. Evangelino se foi, as raposas felpudas tomaram conta das hostes alviverdes, e nesta senda perdemos o elã de clube vencedor para sermos coadjuvantes.
Hoje vejo o Coritiba jogando mais uma vez a segunda divisão, e o pior, sendo mais um, fruto da filosofia tosca de formar para vender para o mercado brasileiro, de renegar o negócio institucional em prol do pagar dívidas, fato que me leva a concluir que a máxima do senhor todo poderoso das terras baixas, está ganhando forma e realidade. Enquanto não tivermos um grande esquadrão, não teremos renda, associações e patrocínio. Pelo noviciado ou teimosia, jogamos os milhões auferidos no ano de 2018 pela janela, no pagar as tais dívidas, amargando o honrado 10ª colocação entre times coadjuvantes.
Hoje, apequenados e desprovidos da alma guerreira, somos derrotados pelo Londrina, com um jogador a mais, fruto da falta de identidade da equipe com a nossa centenária e gloriosa tradição. O reflexo de tudo isso, fica demonstrado na falta de comprometimento dos meninos da base, responsáveis, talvez, pelo maior revés da nossa história no século 21. Para pasmo geral, nenhuma atitude foi tomada, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, e todos passivos esperam que o tempo, o senhor da razão, opere milagre, tornando e incutindo aos que decidem o resultado de campo, o espírito vencedor do Flecha Loira (Dirceu Kruger). Ao Coritiba só resta vencer ou vencer!
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)