Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Análise do jogo, o gol no primeiro minuto e o peso dos desfalques. “O gol logo no início acabou mudando o panorama do jogo, não podemos cometer esse erro, estamos praticamente com dois terços do campeonato e isso não pode acontecer. Não quero falar das ausências, seria muito leviano de minha parte, suspensões acontecem e vão acontecer, e eu como treinador tenho que achar as soluções. São jogadores que fazem falta a qualquer equipe, mas na minha opinião as ausências não foram determinantes para nossa derrota. Não fizemos um bom primeiro tempo e no segundo fomos melhores, tentamos aumentar a estatura do time, fazer a bola chegar com mais velocidade ao ataque, apostar nos cruzamentos e bola parada, mas foi um jogo truncado e não foi o resultado que queríamos. Ainda estamos em segundo lugar e agora temos dois jogos em casa.”
Após o gol do Operário, o Coritiba não chutou nenhuma vez ao gol adversário, isso não te preocupa, o fato de não agredir o adversário quando está em desvantagem? “Não vejo esse jogo como padrão, tanto que somos o melhor visitante, agora preocupa caso se torne um padrão. Enfrentamos um adversário duro, aqui é sempre muito difícil jogar, mas cabe a nós criarmos situações para reagir no jogo. Criamos duas situações com o Yuri no primeiro tempo, outra no segundo tempo, o Operário é uma equipe que se defende bem, e tem boa transição ofensiva, então teríamos que ter cuidado com isso. O gol muito cedo nos custou a mudança de estratégia, e não podemos nos permitir esse tipo de erro. Agora temos dois jogos em casa e temos que conseguir duas vitórias, nos prepararmos e criar uma atmosfera de final na nossa casa”.
Sobre as ausências, especialmente o Josué que facilita a saída de bola da defesa, hoje substituído pelo De Pena, mas que não conseguiu fazer bem essa função, sendo que o Coritiba teve muita dificuldade nessa saída de bola. “De Pena e Josué tem características similares, mas não são iguais, mas as ausências não foram determinantes para a derrota. O Carlos tem a característica de jogar mais próximo dos pontas para fazer as infiltrações, mas houve poucos espaços pelo fato do gol sofrido com 50 segundos, e aí eles nos marcaram bem e o equilíbrio no controle do jogo não aconteceu hoje. Talvez no primeiro tempo tenha faltado um pouco mais de capricho num cruzamento, numa infiltração, e no segundo tempo mudamos a estratégia do jogo, aumentando a estatura para tentar chegar ao ataque de outra forma, mas não conseguimos ser efetivos.”
Hoje teve ausências de Josué, Ronnier e Morisco, no próximo jogo não poderá contar com Jacy e Sebá, o quanto essas ausências podem prejudicar o time na sequência? “As ausências são inevitáveis, os jogos são de bastante duelo e acabamos perdendo jogador por cartão, mas não quero lamentar, tenho que achar soluções para as ausências.”
Sobre a mudança no ataque, com Coutinho no lugar do Delatorre? “O Coutinho tinha entrado bem contra o Novorizontino, participou do segundo gol, e entrou bem no último jogo, foi uma escolha técnica minha, inclusive para aumentar a estatura do time”.
Como foi reencontrar o amigo Alex e como foi o duelo tático com ele? “Nossa amizade transcende o futebol, e nossas famílias têm uma relação muito forte. Enfrentá-lo dentro das quatro linhas foi algo novo. Quanto ao duelo tático nós sabíamos que seria muito difícil, o Operário vem mudando a forma de jogar nos últimos anos, e sob o comando do Alex é um time que tenta ter um controle e uma imposição em cima do adversário e hoje com o gol logo no início mudou um pouco isso e ficou difícil atacar um adversário com 10 jogadores atrás da linha da bola, sem contar o contra-ataque importante com o Admilson e Rodrigo. Hoje iniciamos muito mal, uma equipe que está há muito tempo no G4 não pode iniciar o jogo como começou hoje, mas no segundo tempo fomos melhores, apesar de não termos conseguido empatar o jogo”.
Qual o peso dessa derrota em relação às ausências? Não acha que o Coritiba tem uma dependência desses dois jogadores para atacar? “Ronnier e Josué fariam falta em qualquer equipe da série B, não só ao Coritiba, mas não quero ser leviano para atribuir a derrota às ausências. Escolhi os substitutos de acordo com o que vi nos treinamentos durante a semana e quem entrou contribuiu. A derrota é dolorosa, mas temos muitos jogos pela frente, somos o segundo colocado. No segundo tempo o Nicolas entrou muito bem, o Rodrigo também e deram a sua contribuição. Temos que tirar coisas positivas desta derrota, não só das vitórias.”
O fraco desempenho do ataque não preocupa para o restante do campeonato? “Se nosso ataque preocupasse nós não seriamos o segundo colocado, isso significa que o ataque produz e está sendo efetivo, não posso, depois de um jogo, apagar tudo o que esses jogadores já fizeram, temos que melhorar sim, vamos trabalhar para isso.”
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)