Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Avaliação do jogo. “Acredito que até o gol do Santos estávamos fazendo uma boa partida, e o gol foi um baque muito grande, depois com o segundo gol tivemos muita dificuldade em se organizar em campo. Tivemos uma grande oportunidade de fazer o 2 x 1, mas a bola foi rebatida e não entrou, se fizéssemos o gol poderíamos pegar mais confiança. Peço desculpas ao torcedor, entregamos tudo o que tínhamos, mas não foi suficiente. A constante troca de treinadores antes da minha chegada, troca de diretores, tudo isso repercute dentro da ideia de jogo. Desde quando cheguei aqui nossas conversas eram sobre o acesso, nunca sobre o rebaixamento, mas tínhamos uma defasagem muito grande na pontuação”.
Os erros coletivos prejudicaram muito para o time não brigar pelo acesso? “Quando há o erro coletivo ou individual o treinador é o responsável porque ele é que escala, agora a gente divide essa responsabilidade com os atletas, eu não entro em campo, mas os jogadores são treinados por mim, enfim, lamentamos muito por não termos conseguido nosso objetivo”.
Por que a manutenção do time para hoje, apenas com as substituições dos jogadores que não estavam habilitados? “Conversamos muito com a comissão técnica, nos últimos jogos fizemos um excelente jogo com o Vila Nova, um jogo terrível contra o Paysandu depois um bom primeiro tempo contra o CRB e por causa disso achei que não deveríamos mudar muito. Quando há mudanças, a forma da equipe jogar também muda pelas características dos jogadores então achamos que esta equipe daria um resultado melhor, porque era o melhor que tínhamos para colocar em campo”.
Como você já sabia que não ia ficar, como foi a preparação do time para este jogo? “Quando faltavam quatro jogos nós tínhamos ainda chances de acesso e esse era meu foco total, queria conversar sobre minha permanência só quando estivesse tudo resolvido em relação ao acesso, a partir do momento que foi decretado que não havia mais chances aí tudo mudou”.
O que falar para o torcedor alviverde, numa segunda-feira, jogo em que a equipe já não tinha mais chances e tinha mais de 16.000 pessoas no Couto. Agora o Guila assume para tentar fazer com que o clube não tenha a pior campanha nas séries B disputadas. “Fica até difícil falar, agora não sou mais treinador, o Guila vai assumir, mas aqui as pessoas são muito sérias, profissionais de muita capacidade. Tentamos de tudo com o material humano que tínhamos, mas não foi suficiente. Agora já vão iniciar o planejamento para o próximo ano, começando por mim que já não estarei, mas saio sem nenhuma mágoa e quero agradecer especialmente ao Willian Thomaz pela parceria e amizade que nós criamos. Tenho certeza de que irão montar uma equipe digna de disputar a série B do próximo ano”.
Você acha que se tivesse chegado antes, a situação poderia ser outra? “É difícil falar sobre um companheiro de trabalho, o que sei é que, mesmo no segundo turno nós não conseguimos em nenhum momento entrar no G4, e isso machuca porque tínhamos time para isso, mas faltou talvez a sabedoria de lidar com os jogos”.
A atmosfera hostil do jogo, antes e depois, com brigas dentro e fora do estádio foi totalmente blindada pela comissão técnica e jogadores, você ficou sabendo dessas situações? “Não fiquei sabendo, sabíamos de atritos com torcedores no passado, mas esses não são torcedores de verdade, são bandidos”.
Como foi sua última conversa com o elenco na sua despedida? Você pensa em retornar no futuro para dirigir o Coxa? “Difícil conversar sobre isso agora, estou com o coração triste e machucado. Fica a minha gratidão pela entrega de todos, pelo profissionalismo deles”.
Qual é seu último recado ao torcedor do Coritiba? “Deixo o respeito e o carinho pelo clube, pela comissão técnica e jogadores. Todos estão muito machucados por não termos conseguido o objetivo. Os membros da comissão técnica e dirigentes são muito sérios e todos tem meu respeito, e digo mais, eles não estão brincando aqui e estão dispostos a fazer desse clube um clube grande e que possa alcançar o acesso no próximo ano. Por último gostaria de agradecer a todos os profissionais com quem trabalhei aqui. Nessa última semana conversamos com o William e tomamos a decisão de não ficar, mas tenho um amor muito grande por esse clube e desejo todo sucesso para o próximo ano”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)