Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Qual a importância do Delatorre para o elenco, pois havia dois meses que não marcava e hoje fez dois gols? E pensando na próxima rodada que terá desfalques importantes? “O Dela teve uma atuação de se exaltar, assim como toda a equipe coletivamente. A equipe vinha de um pós-clássico e não é tão simples de jogar após um jogo como foi o clássico. O Delatorre fez os gols que nos deram a vitória, ele e o Coutinho estão ali competindo e tem uma relação muito próxima. O Dela é um jogador que conheço bastante e tinha certeza de que voltaria a fazer os gols, e mais do que gols, ele entrega coletivamente para o time, então estou feliz com o resultado. Quanto às ausências para o próximo jogo, são ausências importantes e abrirá a oportunidade para outros jogadores”.
Por que a ausência do Geovani Meurer que desde o jogo com o Avaí não tem utilizado? “Naquela semana do jogo com o Avaí ele teve um bom desempenho nos treinamentos, por isso teve a oportunidade, aí o Carlos entrou e fez o gol que nos deu a vitória, e como consequência, retomou o espaço dele, portanto, trata-se de uma opção técnica, mas todos os jogadores que estão no elenco estão na disputa, nosso elenco é bem forte e as disputas são acirradas. Com certeza outra oportunidade deverá surgir para ele”.
Como viu este jogo em que o Volta Redonda ficou mais com a bola, o que é mais raro de acontecer no Couto Pereira, qual a estratégia para aproveitar as transições rápidas, principalmente no primeiro tempo? E quanto aos cartões amarelos, o que achou da atitude dos jogadores que foram amarelados e estão fora do próximo jogo? “O futebol do Rio de Janeiro tem por característica a parte técnica e eu sabia que o Volta Redonda tinha jogadores bem técnicos, que jogam por dentro, que fazem triangulações e que fazem tabelas muitas vezes de primeira. O primeiro tempo foi equilibrado e mantivemos o controle, no segundo eles mudaram a estrutura, tirando um zagueiro e soltando os laterais, com muitos jogadores por dentro. Diante disso, nós mudamos um pouco a estrutura, baixando o Yuri com o Josué dando um passo atrás e conseguimos controlar bem, mas podíamos ter contra-atacado melhor quando retomávamos a bola e matar o jogo. Sabia que ia ser um jogo duro, o técnico Rogério Corrêa está há muito tempo à frente do time e eles iriam exigir muito de nós defensivamente. Quanto aos jogadores suspensos, são jogadores importantes, mas abre-se a possibilidade para outros jogadores, nesse jogo difícil contra um adversário direto”.
O que está sendo fundamental para a virada de chave do Coritiba, tendo em vista os maus resultados do paranaense e Copa do Brasil, até o amistoso com o Santos, onde você dizia que ainda buscava uma identidade para o time? “A entrega dos jogadores, a conexão entre eles, a chegada de jogadores importantes para elevar o nível técnico e físico do nosso time, a continuidade do meu trabalho, aí quero exaltar o William Thomaz, enfim, a junção de vários fatores. Tenho os meus pés bem fincados no chão porque tem muita coisa pela frente ainda, estamos num bom momento, somos líderes da competição no momento. A identidade muitas vezes você adquire tomando umas pancadas como essas citadas, mas isso faz com que a gente crie casca para passar por esses momentos difíceis e superá-los”.
Como explicar a queda de rendimento no segundo tempo? “Foi mérito do adversário, eles começaram com três zagueiros e nos preparamos para enfrentá-los assim, mas, durante o jogo eles mudaram, e o Raí sempre ficava à frente dos nossos volantes e gerava superioridade, então optei por baixar o Yuri e mudamos a forma de marcar e melhoramos. No segundo tempo a estrutura 2-2 foi difícil de marcar, o 2-2-6 sempre tem largura com os laterais, os dois zagueiros mais os dois volantes jogando nas costas dos nossos atacantes e quatro jogadores por dentro com bastante mobilidade. Nosso nível de atuação foi abaixo no segundo tempo mais por mérito do adversário que tem jogadores muito técnicos”.
Como será o desafio de manter essa sequência de oito jogos sem perder? “É se reinventar todo dia, o treinador é um eterno recomeço, não podemos desfrutar muito das vitórias, amanhã já começamos a pensar no próximo adversário. Estamos num bom momento, sólidos defensivamente e criando situações ofensivas, temos um jogo coletivo forte que valoriza e potencializa o jogo individual, então vamos procurar manter essa sequência”.
Sobre o Morisco, que conselho pode dar a ele, um jovem de 21 anos que tem o sonho de jogar na Europa e que se estivesse jogando num time de elite já estaria sendo cotado para a seleção? “O Morisco, apesar da pouca idade, é um jogador experiente, um líder, um menino dedicado, aí é importante exaltar o trabalho do Tiago e do Rafa e dos preparadores físicos e exaltar também o trabalho realizado nas categorias de base do Coritiba já há muito tempo, prova disso é o Igor Paixão, Matheus Cunha, Yan Couto, da nossa equipe o Ronnier, o Aquino, o João e outros tantos. Quanto à questão de jogar fora, acredito que isso vai ocorrer naturalmente na carreira dele. Eu tento humanizar nesse sentido, falo da minha própria história, as escolhas que fiz que deram certo e que deram errado, mas ele é um menino bom, de boa família, muito bem-criado, e com certeza tomará as melhores decisões. Propostas virão com certeza, espero que fique muito tempo com a gente, mas me atrevo a dizer que ele é um dos melhores goleiros do mundo na sua idade e peço a Deus que o mundo se abra para ele, assim como outros jovens formados aqui”.
Após a contusão do Alex, o Zeca passou a atuar na lateral direita, com mais liberdade e agressividade, pode falar sobre isso? “Isso é natural, apesar de ter atuado na esquerda, ele é destro, então na direita chega ao fundo com a perna forte para fazer os cruzamentos. Na esquerda ele chega ao fundo mais para combinar e infiltrar do que para cruzar. Ele vem crescendo jogando na direita, o Alex já deve estar apto para o jogo com o Paysandu então terá uma concorrência grande ali e isso acirra ainda mais a competitividade nos treinamentos e em consequência melhora o nível do nosso jogo”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)