Entrevista coletiva17/04, 12h01

Foi mais mérito deles do que demérito nosso!

Confira o que disse o técnico Mozart na coletiva pós jogo, após o empate do Coritiba com o Novorizontino no Couto Pereira.

Por: João Carlos Sihvenger

Era isso que esperava do jogo de hoje? Um primeiro tempo bastante brigado e um segundo tempo em que o Coritiba empurra o Novorizontino para trás? “Foram dois tempos distintos, no segundo tempo, eles com um a menos acabou virando ataque contra defesa. No primeiro tempo tivemos uma grande chance com o Seba, no segundo não conseguimos ter infiltrações e os cruzamentos foram de muito longe. Aí faço a mea culpa porque os dois centroavantes juntos não funcionaram, porque perdemos a conexão com pontas e com os meias e facilitou o trabalho da defesa deles. Sabíamos que o jogo seria muito difícil e o sentimento é de frustração porque poderíamos ter conquistado os três pontos. Talvez seja muito mais mérito deles do que demérito nosso”.

Qual a maior virtude do Novorizontino nesse empate, com um jogador a menos desde o fim do primeiro tempo, depois no final, com dois a menos? O que pretendia com a entrada do De Peña no lugar do Bruno Melo? “O Novorizontino se defendeu muito bem ali nos últimos 15 metros do campo, fez uma linha de cinco e encurtou os cruzamentos, fazendo com que cruzássemos de longe. Quanto ao De Peña, o Bruno sentiu um desconforto e optei por ele porque é praticamente um meia e em alguns momentos jogou de ponta. Minha ideia foi de colocá-lo na última linha, o Ruan Assis do outro lado e o Wallison infiltrando pelo meio, com dois centroavantes na área, mas não conseguimos ser efetivos e facilitamos a vida do Novorizontino, pois os cruzamentos da intermediária facilitam a vida de quem está marcando”.

Como viu o jogo antes da expulsão, no onze contra onze? “Jogamos contra um adversário que também é candidato ao acesso, tínhamos dois volantes lado a lado para podermos ter um pouco mais de manobra, mas é um time muito difícil, que concede muito pouco aos adversários. Os jogos dentro da nossa casa serão assim, com times muito fechados e vamos ter que ter tranquilidade para ter as combinações necessárias que hoje não tivemos, a defesa deles é muito alta e os cruzamentos não foram precisos. Mesmo jogando com adversário com defesa baixa, temos que ter mais infiltrações e precisamos melhorar nesse sentido. Saímos frustrados, porém estamos no início da competição e temos sete pontos, não perdemos ainda”.

O que faltou para o Coritiba transpor essa defesa do Novorizontino, levando em conta que o Coritiba teve 75% de posse de bola no jogo? “No segundo tempo foi uma posse efêmera, sem conseguirmos chegar no gol deles, chegamos mais em bolas paradas. No primeiro tempo tivemos duas chances, uma com o Seba e outra numa cabeçada do Ruan Assis. Facilitamos a vida deles no segundo tempo, se defenderam muito bem, tiveram imposição física, mas faltou para nós mais combinações laterais e infiltrações, faltou mais paciência nossa porque não tivemos infiltrações no setor da bola e talvez tenha faltado também mais finalizações de média distância. Volto a dizer que minha lamentação foi mexer na estrutura do time para jogar com dois centroavantes, foi um aprendizado que não farei mais pois perdemos muito das combinações laterais, Brumado e Coutinho tem características para jogar juntos, porém mexi na estrutura do time, eles não foram municiados, perdemos conexão no setor e fomos presa fácil para o Novorizontino”.

Sobre o momento do Pedro Rangel, que hoje defendeu o pênalti. “Ele foi determinante para o empate, é um goleiro bem formado no Fluminense, teve boa experiência com o Atlético Goianiense e está num bom nível, provando toda sua capacidade. Méritos também aos que estão no entorno dele que treinam diariamente”.

O Coritiba enfrentou um time que deve brigar pelo acesso, o quanto esse resultado pode ligar um alerta em relação ao time Coxa-Branca competir diretamente com esses adversários? “Eu colocaria o Vila nessa aí também, que vencemos aqui. Hoje sabíamos das dificuldades que iríamos enfrentar, um time que vem com quase o mesmo plantel há dois anos, com o mesmo treinador, que saiu, mas estava lá há duas temporadas, então é um trabalho que vem sendo feito há bastante tempo. Talvez a gente não olhe um pouco mais para o interior do Brasil, que tem trabalhos muito bons sendo feitos e como vivemos numa bolha na capital talvez não tenhamos esse entendimento. Óbvio que queremos vencer, mas às vezes acontece que não estejamos inspirados, os jogadores tentaram, lutaram e se dedicaram, mas infelizmente não aconteceu como queríamos que fosse”.

Existe preocupação de sua parte em perder essa atmosfera positiva da torcida no Couto, devido aos resultados? “Estamos em segundo na classificação com sete pontos, isso não vai acontecer, três jogos sem perder. Nosso torcedor vai continuar nos prestigiando, depende apenas de nós, do nosso desempenho”.

Acredita que faltou elenco, principalmente no ataque, para destravar essa defesa do Novorizontino hoje? “Nosso elenco é qualificado, somos vice-líder da série B com sete pontos, e isso significa que o elenco é qualificado, mas sempre podemos qualificar mais e na janela de junho vamos buscar pontualmente as necessidades, que na minha visão precisamos”.

Sobre o Nicolas Careca, que acabou sentindo e saiu no primeiro tempo, pode comentar sobre a falta que ele fez no restante do jogo? “Ele tem um papel importante em todos os sentidos, hoje ele foi até um ala marcador pois o Novorizontino jogava num 3-2-5. Ele é importante na bola pelos lados e na transição porque é um jogador de muita força e boa estatura. Espero que não tenha sido nada grave. A ideia nossa hoje era que ele fosse usado nos cruzamentos do lado do Ronnier, para que fosse levantada a bola para ele em cima do Rodrigo, pela diferença de estatura, e quando ele saiu, perdemos essa jogada importante”.

Sobre o Vini Paulista, que esteve à disposição nos três jogos, mas não entrou. “No jogo do Vila ele não estava 100%, ainda tinha um certo desconforto. Contra a Chape e Novorizontino o jogo se desenhou para características de outros jogadores. O Vini é um jogador muito importante para nós e vai ter suas oportunidades”.

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