Receita de sucesso
Por: Ricardo Honório
O português Antônio Oliveira estreia hoje no comando técnico do Cuiabá, na partida contra o Corinthians, na Arena Pantanal. O treinador, que já dirigiu o A. Paranaense em 2021, é mais um estrangeiro a “invadir” o futebol brasileiro nesta temporada. Com isso, nove times, dos vinte que disputam o Brasileirão, são dirigidos por técnicos estrangeiros.
O bom trabalho desenvolvido pelos treinadores vindos de fora tem ficado evidente neste início de Brasileirão. Os quatro primeiros colocados na tabela até o momento, Corinthians, Palmeiras, Atlético/MG e Coritiba, são dirigidos por técnicos estrangeiros.
Mas não é somente na Série A que um técnico estrangeiro faz sucesso. Na Série B, o Cruzeiro, dirigido pelo uruguaio Paulo Pezzolano, vem se reestruturando após passar por graves problemas financeiros e está liderando com folga o campeonato.
Portugal, com cinco treinadores, é o país com o maior número de profissionais trabalhando em clubes da primeira divisão. Jorge Joreca, que treinou Corinthians e São Paulo na década de 40, foi o primeiro treinador português a trabalhar no futebol brasileiro. Otto Glória, que trabalhou no Brasil nas décadas de 50, 60 , 70 e 80, com destaque para o trabalho no Vasco da Gama, ficou marcado na história do futebol brasileiro.
Após alguns treinadores sem muito destaque, como o argentino Daniel Passarella (Corinthians), Lothar Matthaus (A. Paranaense), Ricardo Gareca (Palmeiras), Paulo Bento (Cruzeiro) e Rafael Dudamel (Atlético/MG), o mercado voltou a ficar aquecido após a passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo. A boa performance à frente do time carioca voltou o interesse dos clubes brasileiros para técnicos de fora do país.
Dentre os técnicos estrangeiros, o português Abel Ferreira é o grande destaque até o momento. Contratado em outubro de 2020, vindo do Paok, da Grécia, o treinador conquistou títulos importantes pelo Palmeiras, como o bicampeonato da Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e uma Copa do Brasil.
Outro nome que merece ser destacado é do argentino Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza. Contratado em 2021, vindo do modesto Unión Calera, do Chile, o treinador ganhou grande destaque com o estilo ofensivo do time cearense, levando a equipe a disputar sua primeira Libertadores da América em 2022.
O Coritiba também aderiu à "moda" ao contratar o paraguaio Gustavo Morínigo em janeiro de 2021. Desconhecido no futebol brasileiro, o treinador que chegou a disputar a Copa do Mundo de 2002 atuando como volante, teve como grande momento de sua carreira fora das quatro linhas o fato de ter levado o modesto Nacional, do Paraguai, a disputar uma final de Libertadores da América, quando foi derrotado pelo San Lorenzo, da Argentina, ficando com o vice-campeonato.
Morínigo chegou em 2021 com o time virtualmente rebaixado à segunda divisão do futebol brasileiro disputando ainda o campeonato de 2020, que sofreu atraso devido a pandemia da COVID-19, conseguindo levar o Coritiba a disputar a divisão principal em 2022.
Com 87 jogos comandando o Coritiba, com 42 vitórias, 20 empates e 25 derrotas, Gustavo Morínigo está a seis jogos de superar Ivo Wortmann, e se tornar o 10º treinador com mais jogos comandando o time alviverde.
Antes de apostar em Gustavo Morínigo, o último técnico estrangeiro a trabalhar no Coritiba tinha sido o uruguaio Dario Pereyra em 1998. Naquela ocasião, o ex-zagueiro do São Paulo e da seleção uruguaia assumiu a equipe no lugar de Valdir Espinosa, que tinha deixado o time alviverde para treinar o Botafogo.
Confira a relação dos treinadores estrangeiros que disputam o Brasileirão.
Portugal
Vitor Pereira (Corinthians)
Abel Ferreira (Palmeiras)
Luis Castro (Botafogo)
Paulo Sousa (Flamengo)
Antônio Oliveira (Cuiabá)
Argentina
Antonio Mohamed (Atlético/MG)
Fabián Bustos (Santos)
Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza)
Paraguai
Gustavo Morínigo (Coritiba)
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)