Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Como viu o jogo de hoje? Pode falar sobre os números impressionantes do Coritiba fora de casa onde conquistou metade de seus pontos? “O primeiro tempo talvez tenha sido melhor que já fizemos, principalmente pelo nível do adversário, que estava invicto em sua casa e tinha perdido apenas três partidas no campeonato. Tivemos um controle importante sem conceder praticamente nada. Tivemos uma chance com o Jacy logo no começo, depois fizemos o gol. No segundo o Umberto muda a estrutura, adianta o Dantas e solta os laterais e fizeram um 2-2-6 que é complicado de marcar, e acabaram fazendo o gol de empate, mas nós não perdemos a concentração e tivemos força para buscar a vitória. Mais uma vez quero exaltar os jogadores, tanto os que começaram como os que entraram durante a partida, todos deram a sua contribuição, um exemplo foi o segundo gol que foi um passe do Carlos para o Ronnier, que é um menino que tem um talento especial. Enfim, eles fizeram um grande jogo, jogaram como uma equipe que está há muito tempo no G4, que tem humildade suficiente para encarar todo jogo como uma decisão. Quero aproveitar a oportunidade para convocar nosso torcedor que sempre enche o Couto Pereira, para que no sábado às 16h faça como sempre faz porque temos mais uma decisão pela frente”.
O que acha que está coroando esse bom momento do Ronnier? “O amadurecimento dele é um trabalho de muitas mãos, diretoria e comissão técnica, e quero abrir um parêntese aqui, nós terminamos o jogo com quatro jogadores da base, o Morisco, o João, o Aquino e o Ronnier e isso é prova de que o Coritiba é um time formador. Falando especificamente do Ronnier, ele é um dos jogadores mais talentosos que já surgiu na nossa base, foi uma novidade ano passado e esse ano tornou-se realidade. Um jogador talentoso que cumpre sua função, que tem entendimento de jogo e trabalha em parceria com os companheiros, um jogador completo e que ainda tem margem para crescimento. Ele tem bons exemplos dentro do elenco, e aí cito o Carlos, o Maycon, o Josué que já estiveram em grandes clubes da Europa, o Claysson que jogou no Corinthians, então é importante que ele continue se desenvolvendo e contribuindo para nossa equipe”.
Ainda sobre o Ronnier, o quanto é importante ter um jogador desse nível nessa campanha do Coritiba? “Acredito que quando o jogador pensa de forma coletiva, o gol e a assistência acontecem naturalmente. O talento dele, muitas vezes pode resolver os jogos, algumas vezes pode ser o Josué, outras vezes o Ronnier e tenho a convicção de que o Claysson, o Yuri, o Everaldo, o Carlos que hoje deu o passe para o gol, esses jogadores são muito talentosos e vão entregar individualmente. O Josué é um dos jogadores mais importante do campeonato, o Ronnier hoje teve a noite feliz dele, marcou dois gols, marcou como o quinto na defesa e teve o espírito de entrega, por isso que estamos fazendo esse campeonato sólido, porque os jogadores entenderam que o coletivo potencializa o talento individual”.
Hoje teve que fazer improvisações na escalação devido aos desfalques, pensa algo no sentido de ir ao mercado para uma posição ou outra? “Sempre estamos atentos às oportunidades, quando falei que não precisaríamos de contratações é porque entendo que nosso elenco é extremamente qualificado, e isso não significa que até o final da janela não venha ninguém. O Coser já treinou como lateral, ele tem condições de ser um lateral um pouco conservador, tem capacidade técnica para isso. Daquele lado temos o Ronnier e o Josué que tem uma capacidade ofensiva muito grande e muitas vezes não precisam de um lateral que passe várias vezes. Mas estamos atentos às oportunidades que possam surgir e com certeza, se surgir essa oportunidade vamos qualificar a nossa linha”.
Como está o trabalho no dia a dia com o Carlos, que hoje entrou e deu opasse para o gol do Ronnier, e pelo histórico da carreira dele, de repente poderia ser utilizado por mais minutos no time? “É uma decisão muito difícil, privar o jogador de fazer aquilo que gosta, mas tenho que tomar decisões e escolho um preterindo outro e minhas decisões são baseadas naquilo que julgo ser melhor para o time naquele momento. Hoje optei pela entrada do Carlos, que tem características parecidas com o Josué, e naquele momento precisávamos de um jogador com as características dele, tanto que deu a assistência para o gol da nossa vitória. Nosso elenco chegou num nível de solidariedade e maturidade que o jogador segue trabalhando, trainando e tentando buscar o espaço dele, aí tenho que exaltar a capacidade de entendimento e humildade dos jogadores, então, repito que tenho que tomar as decisões, que, muitas vezes não são simples de tomar, mas estamos sendo assertivos até agora”.
O que fazer para manter o aspecto mental, a concentração da equipe, pois o próximo jogo novamente é com um time que está brigando pelo G4, como manter essa intensidade? “É um grande desafio, campeonato de pontos corridos é campeonato que tem que esticar a corda o tempo todo, criar ambiente propício para o jogador competir. Estamos conquistando isso, mantendo chama acesa todo jogo e já vamos nos mobilizar para esse próximo jogo para que possamos novamente competir em alto nível”.
Falou depois do jogo da Chapecoense em ter que se reinventar, como será o trabalho dessa semana para resgatar o potencial do time jogando em casa? “Os adversários vêm com uma postura diferente jogando no Couto. Quando jogamos fora, normalmente o adversário pressiona mais alto e muitas vezes, conseguimos escapar. Atacar um adversário que marca com oito ou nove jogadores não é simples, diria que poucos times hoje têm condições de entrar numa defesa baixa, aí você precisa de uma combinação mais elaborada, um passe ou um cruzamento mais preciso, mas estamos nos reinventando, hoje já fizemos coisas diferentes e vamos fazer novamente para esse próximo jogo, sem mexer na estrutura, mas vamos fazer coisas diferentes”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)