Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Como é trabalhar no dia a dia internamente para que a empolgação do torcedor não venha até os jogadores nesse momento? “A partir de amanhã já pensamos no Cuiabá, atingimos uma pontuação importante, mas ainda não atingimos o objetivo. Não fico deprimido quando perco nem eufórico quando ganho, pois sempre tenho que pensar no próximo jogo. O externo é uma coisa que a gente não controla, mas temos já que pensar no próximo jogo, ainda mais que são apenas três dias. Estou feliz com a vitória e pela forma que foi, uma vitória maiúscula porque enfrentamos um adversário duro. Poderíamos já ter feito um a zero com o Yuri no primeiro tempo, onde tivemos um volume importante e no segundo conseguimos executar o jogo que estamos fazendo durante todo o campeonato. Abrindo um parêntese para os jogadores que entraram, Delatorre que fez um gol importante, o Josué e De Pena jogando juntos, um frente a frente com o outro fazendo combinações, o Felipe entrou muito bem, o Nicolas participou do segundo gol, enfim, demos mais um passo rumo ao nosso objetivo”.
O Coritiba é o adversário a ser batido nessa série B, hoje percebemos que havia um revezamento para fazer faltas no Josué, como vai ser administrar isso daqui para frente? “Nós temos um time bem experiente, o Josué pelo fato de ser um jogador acima da média é natural que receba mais faltas, ele é um dos jogadores mais talentosos que já treinei, é um jogador muito experiente e vai saber administrar esse tipo de situação”.
Você falou que no segundo tempo o time jogou como tem feito até aqui no campeonato, mas até a abertura do placar não havia tido muitas chances. Sobre o De Pena, que prefere jogar pela esquerda, mas hoje você colocou pela direita? “Sabíamos que não seria um jogo de muitas oportunidades, fizemos o primeiro gol e tivemos chance de fazer o segundo em seguida com o próprio Delatorre, depois fizemos o segundo no pênalti, só lamento o gol que tomamos, de escanteio, é o primeiro de escanteio em 31 rodadas. Com relação ao Josué e De Pena, o jogo se desenhou para deixar o corredor para o Alex e depois o Felipe e ter um quadrado no meio, com Machado e Josué lado a lado e Sebá e Carlos como meias para tentar combinar, infiltrar e chutar. Enfim, conquistamos uma vitória importante onde os jogadores conseguiram reproduzir o que fizemos na preparação”.
Em relação aos jogadores pendurados com cartão amarelo, como administra isso, visto que depois do Cuiabá terá o clássico? “Nossa preparação será para o jogo com o Cuiabá, principalmente em relação à condição física dos atletas, o jogo será daqui a três dias, vamos sair daqui com 10 graus de temperatura e chegar lá com 30 graus, então minhas avaliações serão muito mais na questão física do que nos jogadores pendurados pois esse jogo com o Cuiabá é outro que será muito importante para nós”.
Após um levantamento, num recorte dos últimos 10 jogos, nos últimos três anos você tem um aproveitamento de 65% nas equipes, a que se deve esse fator? “Não sabia desses números. Mas deve-se primeiro ao desempenho dos jogadores, o treinador é um facilitador. O elenco teve uma transformação significativa desde que assumimos em dezembro passado, a entrega dos jogadores, as convicções. Tivemos momentos de turbulência, mas é normal. Como treinador tenho que humanizar minha relação com os jogadores, eles não são robôs, são seres humanos e como todos nós têm seus problemas particulares. Novamente dou parabéns aos jogadores, é louvável o que eles vêm fazendo, temos consciência de que estamos próximos do nosso objetivo, mas não conquistamos nada ainda”.
Como foi trabalhar com os atacantes, que começaram a fazer gols? Aproveitando, nunca um time que estava na liderança à essa altura do campeonato deixou de subir, como vê isso? “Em relação aos atacantes, todos já foram meus atletas e já tinham passado por isso em outras equipes e reverteram, aqui está acontecendo a mesma coisa, com muito trabalho e dedicação. O Delatorre nas últimas semanas elevou muito o nível dele e conseguiu reproduzir no jogo, o Coutinho e o Yuri a mesma coisa. Em relação à obrigação de subir, isso está sendo buscado desde quando assumi, esse era o compromisso, sabíamos que existiria pressão, mas estamos sempre pensando no próximo jogo e dessa vez será o Cuiabá que para nós será outra final”.
Como vê a disputa acirrada dos times abaixo do Coritiba para entrar no G4? “Em todos os anos a reta final da série B é bem acirrada, porque é uma competição equilibrada, ano passado por exemplo, subimos na última rodada, mas não podemos cair na armadilha de criar uma euforia desnecessária, de pensar lá na frente sem antes pensar no Cuiabá”.
O que considera como fator importante essa virada de chave que, após a derrota para o Criciúma, já venceu três seguidas? “A unidade dos jogadores, não deixar o externo influenciar no nosso trabalho. Jogadores e comissão técnica tem convicção do trabalho que está sendo feito, a capacidade dos jogadores, que, num momento de derrotas para a Ferroviária e o Goiás no primeiro turno, deram uma resposta positiva. Tivemos poucos momentos de turbulência até agora, mas os jogadores souberam dar a resposta”.
Sobre o Clayson que hoje foi muito participativo. “É um jogador tecnicamente acima da média e logo vai encontrar o gol dele. Hoje jogou de ponta direita, no segundo tempo de ponta esquerda, inclusive dando assistência para o gol do Delatorre. Ele me surpreendeu positivamente pois nunca tinha sido meu atleta, um jogador de grupo e extremamente profissional”.
Ainda falando do clássico que vem aí, o que muda da preparação do clássico do primeiro turno para este que vem agora? “Prefiro falar do Cuiabá que é nosso próximo adversário, seria incoerente de minha parte falar do clássico. Com certeza será um grande clássico, um jogo que mexe com a cidade e será de uma importância muito grande. Mas o importante é pensar no próximo jogo, depois teremos uma semana cheia para se preparar para o clássico”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)