
Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Qual a importância desse ponto, que deixa o Coritiba mais uma rodada na liderança e agora vai a Belém para buscar o acesso? “Sabíamos que seria um jogo duro, foi um jogo truncado, estudado. Tivemos que mudar a estrutura na hora de marcar pois eles tinham muitos jogadores na última linha, mas é reta final e todo o ponto é importante”.
Como foi a nível estratégico o resultado de hoje? E percebemos que não ficou muito satisfeito com os torcedores que estavam protestando ao final. “Não é questão de não estar satisfeito, a questão é de que contra números não há argumentos, estamos na liderança e no G4 praticamente a competição inteira. Os jogos são equilibrados, disputados, é obvio que queríamos a vitória, mas o CRB não viria a Curitiba e estender o tapete vermelho para nós, eles ainda tinham chance nessa rodada. É uma questão de ponto de vista, vejo que nos últimos dois jogos conseguimos quatro pontos e nessa reta final é importante, poderíamos ter jogado melhor, sim, poderíamos ter vencido, sim, mas temos que ver que do outro lado tinha um time que também lutava por pontos, agora vamos para mais uma final”.
Em relação ao Moledo, que fez sua estreia na série B e hoje foi um dos melhores do jogo. “Ele não estava afastado, é que o Jacy e o Maicon não deram brechas, mas ele vinha treinando muito bem, é sério, trabalhador, um cara de grupo, é um exemplo para os mais novos, jogou muito bem hoje, contra um adversário importante”.
Como trabalhar a ansiedade e o nervosismo, no caso de hoje, o Ronnier levou o amarelo e está fora do próximo jogo, que será fora de casa? “Realmente fomos mais ansiosos hoje, é uma reta final após um ano difícil, estamos tentando reposicionar o clube. Apesar do nosso time ser experiente, a ansiedade nos atrapalhou um pouco, erramos coisas que normalmente não erramos. Ainda assim tivemos nossas chances com bolas paradas, mas enfrentamos um adversário que hoje pratica o melhor futebol da série B, os jogadores foram no limite e essa ansiedade vamos trabalhar essa semana”.
Quais os cuidados nesses três jogos finais, com times da parte debaixo da tabela, inclusive com o Paysandu já rebaixado? “Contra o Paysandu vamos nos preparar para uma final, não sabemos o ambiente que vamos encontrar, jogar na Curuzu é sempre difícil, então vamos nos preparar essa semana para uma grande final”.
Em relação à entrada do De Pena, quais foram a instruções para ele? “Coloquei para que ele e o Ronnier fossem os meias por dentro, e na hora de marcar, marcar junto com o Vini. Ele funciona bem com o Josué, eles se procuram, então deu a sua contribuição mais como um meia pela esquerda”.
Ano passado com o Mirassol você conseguiu o acesso na última rodada, o que fazer para o Coritiba conseguir o quanto antes esse acesso? “É trabalho, dedicação e preparação, assim venho conduzindo minha carreira, não sei fazer de outra forma. Assistir esse jogo de hoje e ver o que temos que corrigir. Vamos enfrentar um adversário que não sabemos qual será a atmosfera lá, mas será muito difícil, então temos que trabalhar e nos preparar. Será um jogo em que teremos que competir melhor do que fizemos hoje”.
Em relação ao Josué, não acha que ele vem sendo muito bem-marcado nesses últimos jogos? E em relação à ausência do Ronnier, como pretende montar o time? “Quanto ao Josué, estamos usando como um 10, que combina muito com o Ronnier, no caso de hoje e no segundo tempo com o Wallisson. O nível de atuação dele, após a lesão, talvez ainda não tenha sido aquele de tempos atrás, mas os adversários já o conhecem bem, então é natural que ele seja mais bem marcado do que foi no início. Em relação ao substituto do Ronnier, tenho a possibilidade do Clayson, do Everaldo, do Carlos. Escolho minha equipe baseado nos treinamentos que são determinantes para definir quem será o substituto”.
O Coritiba não conseguiu ganhar nem fazer gols contra aquelas equipes que vem logo abaixo, até o sétimo lugar. Houve erro de estratégia? “Somos líderes, isso quer dizer que alguma coisa estou acertando, mas houve erro de estratégia”.
Com a possibilidade do segundo acesso seguido, isso quer dizer que entende muito bem a competição? “Não é questão de entender a competição, é fruto de muita dedicação, de criar ética de trabalho, de ter jogador comprometido. Nos últimos seis anos, com outros times, sempre estivemos brigando na parte de cima da tabela. Acredito na dedicação e no trabalho, se estamos no G4 da competição mais de 90% das rodadas e na liderança há várias rodadas, isso não foi por acaso, alguma coisa estamos fazendo, os jogadores vêm fazendo. Entendo a frustração do torcedor, mas não concordo, não é uma competição fácil, e às vezes, mesmo não jogando bem, conseguimos pontuar, isso significa que temos uma equipe bem sólida”.
O que fazer para evitar as cascas de banana nesses últimos jogos? “É respeitar o Paysandu, um grande time do norte do país, que tem uma história, uma grande torcida, e é dessa forma que vamos nos preparar. Não olho a classificação, vamos nos preparar como se fossemos enfrentar uma equipe do G4”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)