Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
O Coritiba vinha sendo um time consistente, sem dar muita chance aos adversários, mas hoje, no segundo tempo, talvez tenha sido o pior momento da temporada, como você enxerga isso? “Foram dois tempos distintos, um primeiro tempo sólido, concedemos pouco, aquela bola na trave do Carlão, mas criamos, saímos na frente e nos contra-ataques podíamos ter matado o jogo. Até iniciamos bem o segundo tempo, com duas chances, mas temos que admitir que eles tiveram mais volume e dos dez minutos em diante foram superiores e nós não soubemos sustentar o resultado. Temos que tirar aprendizado desse jogo, não podemos fazer dois tempos tão distintos, vamos corrigir isso trabalhando, não tem outro caminho”.
Em relação às trocas efetuadas no segundo tempo? “Foram praticamente com jogadores de características similares, não temos um jogador com jogo similar ao Ronnier, porém a troca do Josué e do Walisson, por Carlos de Pena e Vini, foi de jogadores com características parecidas. Minha ideia era tentar baixar com o Vini e ter três jogadores por dentro, a Ferroviária tinha quatro jogadores por dentro que geraram superioridade e não conseguimos controlar, acabou não surtindo efeito, portanto a responsabilidade é minha, e não dos jogadores que entraram”.
Acha que a Ferroviária respeitou demais o Coritiba no primeiro tempo, sendo mais cautelosa, e no segundo tempo foi para cima para ganhar o jogo? “No primeiro tempo não foi questão de respeito, o Coritiba fez um jogo sólido, criamos chances, neutralizamos as principais jogadas deles. No segundo tempo o Vinicius colocou quatro jogadores por dentro, eles tiveram mais volume e não conseguimos controlar. O segundo gol foi de um cruzamento da intermediária, que não marcamos bem, portanto temos que corrigir, e vamos corrigir”.
Não acha que o momento das trocas foi muito tarde? “Talvez, podíamos ter trocado antes de tomar o gol, mas iniciamos bem o segundo tempo criando duas chances importantes. Tomar a virada como tomamos é doloroso e vamos tirar lições dessa situação. Como treinador tenho que encontrar o equilíbrio, porque aqui no Coritiba quando você ganha está no céu, quando perde está no inferno. Eu não vejo futebol assim, o adversário também se prepara, coletivamente é um time forte, o Carlão é um jogador que, apesar de desconhecido de grande parte das pessoas aqui, eu conheço bem, um centroavante que ataca o espaço. Não tivemos o equilíbrio em termos de desempenho do primeiro para o segundo tempo. Quando se ganha não está tudo bem, da mesma forma quando se perde não está tudo errado, e eu como treinador tenho que trabalhar para encontrar o equilíbrio”.
Sobre sua expulsão pelo árbitro da partida? “Não gosto de falar de arbitragem, na verdade eles nunca aprecem para dar entrevista coletiva para explicar as decisões tomadas. Só queria que ele explicasse a falta que deu do Brumado, é impossível fazer falta naquele lance. É minha segunda expulsão em 300 jogos na carreira, não tenho sangue de barata, mas é uma coisa que não vai se repetir”.
A campanha do Coritiba ano passado foi marcada por viradas, como a de hoje. O que pode representar esse resultado? “Não quero me referir ao ano passado porque não estava aqui. Quero falar desse ano e aconteceu esse resultado. É doloroso tomar essa virada, tivemos superioridade no primeiro tempo e o adversário foi melhor no segundo. Vamos tirar lições, é duro tirar lições de uma derrota, melhor ajustar com resultados positivos. Quero defender meus jogadores, é o segundo jogo que produzimos bem fora de casa, hoje tomamos dois gols, o segundo poderia ser evitado, temos que encontrar o equilíbrio, fizemos um bom primeiro tempo, neutralizamos as jogadas deles, não concedemos, mas no segundo eles colocaram seis jogadores na última linha e não conseguimos controlar o ímpeto deles. Cabe a nós trabalharmos para tentar corrigir, e aqui é assim, quando ganha somos o melhor time da série B, quando perde somos o pior. Como treinador tenho que passar tranquilidade aos jogadores e vamos trabalhar para reagir já na próxima partida”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)