Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
O técnico Mozart concedeu entrevista coletiva após o jogo com o Operário, e, dessa vez, estava acompanhado do Head Esportivo, William Thomas. Confira o que disse o técnico Coxa-Branca, em respostas às arguições feitas:
Dá para dizer que encontrou o time ideal e jeito de jogar para esta série B? E quanto à presença de público hoje no Couto? “Primeiramente sobre o público, nessas cinco rodadas, em quatro delas tivemos o maior público, então temos que exaltar o torcedor, principalmente vindo de um resultado negativo. Eles serão determinantes para o campeonato e a presença deles é fundamental. Quanto à equipe, as coisas são muito dinâmicas aqui, com a saída do Nicolas colocamos o Walisson e as coisas caminharam bem contra o Remo e hoje, porque consigo dar mais liberdade ao Josué, que tem sido um jogador fundamental principalmente nas bolas paradas e nas finalizações, além da liderança que ele exerce. Sabíamos que seria um jogo duro, afinal enfrentamos o campeão paranaense, fizemos um primeiro tempo de manual, criamos chances e não concedemos. No segundo tempo já imaginei que viria com uma estrutura de saída com três, o Pivetti fez 1-2-2 e é muito difícil de marcar, tivemos alguns contra-ataques em que não fomos efetivos”.
Acha que está bem encaminhada a construção da identidade do time, agora depois de dois jogos bem consistentes em cenários diferentes? “A competição exige que você seja mais linear possível, forte defensivamente e criando situações de gol. Quero dar ênfase à nossa defesa, principalmente no segundo tempo. No primeiro tempo não concedemos nada, um primeiro tempo muito bom em que criamos nossas chances e no segundo, apesar do controle do Operário nós nos sustentamos bem defensivamente, ganhamos todos os duelos e fomos solidários, isso chamo de identidade. Todas as equipes se preparam, temos que ter humildade em defender quando saímos na frente e nos sustentamos bem. Os jogadores que entraram, Giovani, o Carlos, o Ruan, o Vini sustentaram bem e geraram contra-ataques, e identidade é isso, os jogadores pensarem futebol da mesma forma. Eu queria muito ter esse nível de atuação desde o início do paranaense, na Copa do Brasil, mas é o processo. Tenho que exaltar o que os jogadores vêm fazendo, e aí dou o exemplo do Josué que hoje é outro jogador, que entende a responsabilidade que tem dentro do elenco, de ser protagonista, de ser líder e ser o jogador decisivo que é. O próprio Ronnier também está se reinventando, jogando pelo lado esquerdo, dando profundidade, flutuando por dentro, finalizando e cruzando. O nível dos nossos treinamentos melhorou significativamente, a competição interna melhorou”.
Em relação à segurança defensiva do time, que tomou apenas dois gols em cinco jogos, isso já reflete seu trabalho na parte defensiva? E sobre a atuação do Aquino? “Tenho que abrir um parêntese para falar do Guila, do Denis e do Nascimento, na questão das bolas paradas. O Operário tem pelo menos cinco jogadores com 1,90m ou quase isso e sabíamos que o desafio seria grande para defender as bolas paradas, e o mérito é deles que treinam os jogadores em vídeo e treinamento. O Guilherme Aquino vem de uma geração importante no clube, que tem o Ronnier, o Joãozinho um pouco mais novo. Historicamente o Coritiba é um clube formador, principalmente de zagueiros, casos do Miranda, Henrique e o Aquino vem seguindo essa trajetória, já fez cinco jogos bons e o desafio é seguir melhorando a cada jogo”.
Quais fatores podem demonstrar que o Coritiba vai subir, visto que hoje igualou os melhores inícios da série B? “Estou feliz pelo nosso início, mas desfrutamos muito pouco porque a partir de segunda-feira já temos que pensar na Ferroviária. Prefiro projetar o próximo jogo, é difícil projetar novembro. O início é bom, mas temos margem para evolução e estamos atentos à próxima janela para que, pontualmente possamos melhorar mais a equipe. Uma contratação importante para mim foi a mudança de posição do Ronnier, que está produzindo bem na esquerda, já produzia bem na direita, e consegue trabalhar nos dois lados”.
Em relação à importância da regularidade na série B, e a importância do torcedor, visto que o Coritiba está invicto no Couto Pereira? “O cenário ideal é sempre ter desempenho atrelado ao resultado, mas se eu for escolher, eu sempre vou ficar a favor do resultado em relação ao desempenho. É fundamental ter desempenho, porque o desempenho vai te aproximar do resultado. O torcedor é fundamental nesse processo do jogo, porque a atmosfera que ele cria dentro do nosso estádio pode ter certeza de que é contagiante, ele realmente tem sido o nosso 12º jogador e graças a Deus a gente tem correspondido à altura, apesar do segundo tempo contra o Novorizontino. Estamos conseguindo ter desempenho e em consequência, essa sinergia com o torcedor”.
Pensa em utilizar a mesma formação para os dois próximos jogos que serão fora de casa? “Tento sempre manter o máximo possível nas minhas equipes, manter a estrutura, mas a disputa está aberta, por exemplo, o Vini já está pedindo passagem. Mas sempre que houver uma ou outra troca será muito pontual e vamos jogo a jogo. Hoje em dia, com as cinco substituições, isso pode mudar radicalmente o jogo, por isso faço treinos com todos os jogadores sempre”.
Sobre o De Pena não ser titular, visto que foi uma das grandes contratações em 2025? “Só podemos jogar com 11 titulares, ele é um jogador que faz mais de uma função, e isso é importante para nós que temos um elenco reduzido. É um jogador polivalente, joga nas duas pontas, joga de 10, joga de 8, e aí tem que exaltar a parte cognitiva do jogador. Ele é muito competitivo e eleva o nível dos treinamentos. O Vini é outro exemplo de um jogador polivalente, o Walisson é outro exemplo. Esses jogadores terão as suas oportunidades nos momentos em que forem exigidos”.
Como está a situação dos jogadores machucados, e porque o Caio Mateus e o Thalisson não são mais relacionados? “O Delatorre está se recuperando bem, o Nicolas daqui mais um tempo já deve estar treinando conosco, o Everaldo já está quase na fase de transição e o Morisco está próximo de voltar. Quanto aos jogadores não relacionados, eu pauto minhas decisões sempre no desempenho nos treinamentos e desempenho durante a semana”.
Como avalia as opções que tem para as laterais hoje no time? “Estamos bem servidos nessa posição, além do Alex e Zeca, temos o Felipe e o João e ainda temos o Fracchia. O Alex tem um ímpeto ofensivo grande, e jogando com o Walisson, o corredor fica aberto para ele. O Zeca é mais de combinação, e pelo fato de termos o Ronnier, o Sebá e o Josué desse lado, ele acaba não infiltrando muito. É um jogador construtor. O Felipe e o João sempre estão no retrovisor, e terão outras oportunidades porque vem treinando muito bem”.
Como fazer o elenco ter desempenho com empenho para trazer resultados? “Eu acho que o empenho está dentro da palavra desempenho. Elas até combinam. Quando eu falo desempenho, não é só técnico, para mim, uma equipe de futebol tem que ter muitos ingredientes, vontade, organização, solidariedade, parceria, imposição e concentração. Quando você junta todos esses ingredientes você consegue colocar em prática todos eles, isso para mim é desempenho. Quando você tem desempenho e regularidade, você tem resultados, por isso buscamos sempre o desempenho, jogar bem, competir, saber defender, gostar de defender, ter desejo de competir, ser solidário e ser concentrado”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)