Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Logo após o jogo em que o Coritiba foi derrotado para o Santos no Couto Pereira, imediatamente após a entrevista do Jorginho, o Head Esportivo do Coritiba, Willian Thomaz também falou aos presentes, fazendo um balanço de 2024 e já projetando 2025 para o clube:
Qual o balanço feito até agora do trabalho à frente do Coritiba? “Quando um clube grande como o Coritiba não alcança o objetivo, é obvio que muitas coisas erradas aconteceram. Assim como o Jorginho assume a responsabilidade dele, eu assumo a minha. Estamos iniciando o planejamento para o próximo ano e que possamos ter mais solidez nas decisões e conseguir o acesso no ano que vem”.
Faltou determinar um rumo melhor no comando técnico da equipe? Qual o perfil do novo treinador a ser contratado? “Todo projeto esportivo precisa ter uma ideia, um conceito e um processo rígido, e a partir do momento em que existem muitas trocas de treinadores e diretores, isso provoca um desalinhamento que precisa ser corrigido e isso não favorece uma estabilidade no desempenho. O clube já vem há algum tempo com dificuldade de ter um treinador e diretor de futebol por mais tempo, mas estamos percebendo que o Coritiba pretende ter essa estabilidade de ideias e de conceito para facilitar o processo de formação de atletas, de transição e da estabilidade competitiva no plantel principal”.
Mesmo não conseguindo o acesso o Coritiba teve boas revelações de jogadores formados no clube, como Ronier, Morisco e Natanael. Esses jogadores interessam ao clube para o próximo ano? E o Frizzo, o clube vai exercer a opção de compra? “Como gestores nós respeitamos a cultura e tradição dos clubes, e no Coritiba não é diferente, pois é um clube formador de talentos. Essas decisões de renovações ou saídas serão tomadas no momento oportuno e todos serão comunicados pelos veículos de comunicação do clube”.
Você tem carta branca para a busca de novo treinador e jogadores para o próximo ano? Qual o papel do Sr. Fernando Carvalho dentro da estrutura de futebol do Coritiba? “É bom deixar claro que o clube é uma SAF e tem uma estrutura ampla e eu sou parte dela e tudo é construído em muitas mãos. Quanto ao Fernando Carvalho, ele faz parte de uma comissão de consultoria e em alguns momentos participa de reuniões e acompanha o ambiente do clube. É um profissional de muita relevância e propriedade para contribuir quando necessário”.
O que dá para aprender com o ano de 2024, quando foi prometido avançar na Copa do Brasil, ser campeão paranaense e a acesso à série A e nada foi concretizado? “Temos que ter um cuidado grande porque eu não estava aqui nessa etapa do projeto. Respeito todos os que passaram por aqui, mas sou mais prudente e cauteloso. Quando se promete e não se atinge o objetivo a frustração é grande. Eu prefiro trabalhar muito, depois quando der certo aí as pessoas avaliam se o trabalho foi bem feito ou não, então prefiro não criar grandes expectativas”.
Para o ano que vem pretendem manter a base do elenco atual? “Todo o planejamento é feito com a leitura dos contratos, o que posso dizer é que temos uma responsabilidade muito grande em relação ao orçamento e trabalho dentro dessa meta. Esse ano tivemos algumas saídas que reduziram nossa folha de pagamento, não queremos criar passivos para o clube, temos responsabilidade nesse sentido, por outro lado temos que fazer uma equipe competitiva para o próximo ano, jogadores com uma solidez maior e que repercuta numa estabilidade coletiva. Esse ano tivemos um plantel com mais de 50% de jogadores com menos de 23 anos, não sabemos se isso é o ideal, não existe um padrão, uma receita certa, precisamos de jogadores com qualidade e que assumam a responsabilidade e o protagonismo nesse momento”.
Qual o pensamento em relação ao Guila que vai assumir agora a equipe nos dois jogos restantes? Pode ser efetivado? “O Guila está aqui porque tem virtudes, assim como todos da comissão técnica. O ano não acabou e temos muita responsabilidade ainda e essa comissão técnica é quem vai assumir. Em paralelo vamos buscar um treinador compatível com as expectativas e necessidades para fazer um ano bem melhor do que foi esse ano”.
Como foi feito esse movimento para reduzir a folha salarial, ao contrário do que se vê nas redes sociais onde se diz que o clube inflou a folha? “Eu não abro mão de falar a verdade, e não tenho o controle do que as pessoas sem informação certa possam estar falando. Posso dizer que com a saída de nove ou dez jogadores na primeira janela, isso impactou significativamente na folha. Alguns jogadores que vieram depois deram certo e outros não, isso faz parte do negócio. Identificamos algumas carências no time e trouxemos jogadores com uma envergadura um pouco maior. No balanço das entradas e saídas teve uma redução significativa, e temos a responsabilidade de trabalhar dentro do orçamento e não gerar dívida e passivo para o futuro”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)