Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Avaliação do jogo. “Sabíamos que não seria um jogo de muitas chances, a Chapecoense é quarta colocada, num jogo desse temos que ser cirúrgicos e aproveitar as oportunidades de gol. Mas, apesar do empate, fomos bem eficientes em neutralizar os contra-ataques deles que é um dos melhores da série B, principalmente com Marcinho, e acabou que não deram um chute no nosso gol. Produzimos bem no primeiro tempo, mais do que no segundo, eles picaram muito o jogo, não foi o resultado que queríamos, mas o campeonato é muito equilibrado. Precisamos voltar a vencer em casa e produzir o que produzimos no primeiro tempo”.
O equilíbrio de pontos conquistados em casa e fora, foram 21 pontos conquistados em casa e 18 fora, pode estar sendo o diferencial que está levando o Coritiba à liderança? “Até duas ou três rodadas atrás éramos o melhor mandante e temos que fazer valer o fator casa. Os adversários quando vem aqui ficam com oito, nove até 10 jogadores atrás da linha da bola e eu como treinador tenho que criar alternativas para furar esse bloqueio. A Chape se defendeu muito bem, tínhamos pouco espaço para infiltração e combinação. Sabia que não seria um jogo com muitas chances de gol, porque enfrentamos o quarto colocado, melhor ataque da competição, que contra-ataca muito bem com três ou quatro jogadores, sabíamos que teríamos a bola para tentar envolver a Chape, porém, ao mesmo tempo tínhamos que ter o equilíbrio para não conceder o contra-ataque e fomos eficientes nesse ponto”.
Como viu a escolha inicial de jogar com o Jacy de volante? E como projeta o próximo jogo em que o time ficou praticamente sem laterais? “Foi um jogo atípico, onde perdemos o Alex e depois o Bruno, além da suspensão do Zeca. Quanto ao Jacy, nos últimos dois anos ele vinha jogando de volante, aqui colocamos como zagueiro porque ele foi formado como zagueiro. Minha opção foi devido à bola parada da Chape, o Giovani ficou alguns dias sem treinar e essa troca era a mais clara para mim. Tenho a opção do Sebá, que as vezes faço durante o jogo para ter mais mobilidade e deixar o time mais ofensivo. Eu havia gostado do segundo tempo contra o Vila com Jacy de volante, gostei também do Coser. Talvez, se eu optasse por um volante mais baixo, poderíamos ficar vulneráveis na situação das bolas paradas, onde eles têm bons cabeceadores. Quanto ao próximo jogo, tenho a opção do Felipe, do próprio Coser que inclusive já treinou de lateral direito, o João que entrou muito bem no jogo, então tenho alguns dias para pensar e poder decidir”.
Dos times do G4, no momento o Coritiba é o que tem o pior aproveitamento em casa, pois hoje completou três jogos sem vencer, você tem algum diagnóstico para que o time volte a ter o Couto Pereira como grande aliado? “Temos que nos reinventar dentro da competição, e cabe a mim encontrar alternativas, provavelmente somos o melhor visitante, então acho que estamos fazendo um campeonato equilibrado nesse sentido. Óbvio que o fator casa é determinante numa competição, e temos que voltar a vencer em casa. O que precisamos é voltar a ter equilíbrio de produtividade tanto no primeiro como no segundo tempo”.
Desde o jogo com o Vila, notou-se que o Ronnier e Josué se aproximaram mais, com o Ronnier usando muito a parte individual dele, isso pode ser um fator para que os atacantes voltem a marcar gols? “A consequência da aproximação dos dois é o Alex que dá profundidade e tem saúde para fazer o corredor. O Ronnier é um dos jogadores mais talentosos jogadores que surgiram da nossa base nos últimos anos, e ele com o Josué produzem muito bem, o desafio é produzirmos dos dois lados da equipe, hoje produzimos mais por um lado e temos que equilibrar isso para não sermos previsíveis. A entrada do João deu mais profundidade, tem energia e juventude e cria soluções para enfrentar uma equipe que marca baixo, então tenho que criar essas alternativas”.
Você não acha que o Josué e o Ronnier ficam sobrecarregados na fase de criação, sendo que os atacantes não aparecem para tirar um pouco essa sobrecarga? “Precisamos equilibrar as ações ofensivas, nosso lado direito é forte, nossas melhores ações foram por ali, então tenho certeza de que o Yuri e Delatorre vão voltar a jogar em bom nível. Não vejo outro caminho que não seja o treinamento, se o jogador não está num bom momento ele só melhora treinando. Como eu já fui jogador, sou meio cético para algumas coisas, a fase é o jogador que faz, para voltar a ficar bem precisa se fortalecer mentalmente, treinar e trabalhar mais, por isso não tenho a menor dúvida de que esses jogadores vão voltar a produzir”.
Poderia comentar mais sobre os atacantes? Você admite uma certa frustração com eles? “Não acho que é frustração, é o momento, temos que produzir mais e sermos mais efetivos. No primeiro tempo tivemos a chance com o Delatorre no rebote do Léo e uma bola na trave do Josué, no segundo tempo o jogo foi muito amarrado onde não conseguimos produzir como no primeiro”.
O fato de ter dois jogadores lesionados não acende um alerta de que o elenco precisa de contratações? E sobre o Yuri Castilho, você já pensou em colocá-lo na posição de centroavante? “Quanto às lesões, são coisas que acontecem e não temos controle sobre isso. Não me preocupo na questão de contratações, não vejo a necessidade e já havia dito isso em coletivas passadas. Quanto ao Yuri, é a terceira vez que é meu atleta e posso garantir que vai voltar a produzir e fazer gols, fez no Vitória, fez ano passado no Mirassol e vai fazer aqui também”.
Em relação ao próximo jogo, vai enfrentar o Umberto Louzer, técnico que teve importância na sua trajetória como técnico, pode falar sobre a importância dele no seu início como técnico? “Trabalhamos juntos em 2010, eu era o auxiliar da casa. Tenho um carinho muito grande por ele e já nos enfrentamos várias vezes. O Novorizontino vem batendo na trave e manteve praticamente todo o elenco do ano passado e reforçou mais ainda esse ano, será um jogo duro, de times do G4, um jogo de seis pontos”.
Sobre a atuação do Jacy hoje, considera mantê-lo como volante? “Temos a volta do Machado, e hoje temos jogadores polivalentes no elenco e Jacy é um deles. Tenho alguns dias para decidir se mantenho ele na posição ou volto na posição de zagueiro. Tem a questão da lateral direita que preciso decidir também”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)