Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Qual a avaliação do jogo, qual aprendizado que pode tirar para as próximas 10 partidas que vem pela frente? “O aprendizado é não se abater após um gol tomado. Não desistimos mesmo estando com dois gols atrás no placar, temos um grupo experiente, que já vivenciou muitas coisas, esse grupo nos colocou na primeira colocação, nos colocou no G4 na maior parte do campeonato, então somos nós que temos que reagir e eu acredito nisso”.
Por quê o Couto deixou de ser o porto seguro do Coritiba? “Tivemos um bom desempenho no primeiro turno, não estamos conseguindo repetir no segundo, temos que retomar as vitórias dentro de casa até porque nossas ambições no campeonato são grandes e o fator casa precisa ser determinante. Temos que corrigir o que deve ser corrigido, por exemplo os gols tomados hoje, um gol de lateral num jogo decisivo não pode acontecer”.
Como está gerenciando a questão dos adversários que estão chegando, muito embora tenha dito nos dois jogos anteriores que o desempenho foi bom, apesar de que a vitória não veio? A atuação de hoje está entre as piores do campeonato? “Sabia que a reta final da série B seria um campeonato a parte, a disputa está aberta, mas continuamos no G4. Quanto à atuação de hoje, eu separo os 20 primeiros minutos do primeiro tempo e os primeiros 15 minutos do segundo. O futebol é feito de episódios e hoje eles não foram favoráveis nós, o gol de falta, que sabíamos que o Criciúma tinha feito 14 gols de bola parada, por isso eu aumentei a estatura do time, mas tomamos gol de bola parada e gol de lateral então temos que aumentar o nível de concentração do time, de disputar a bola como se fosse a última. Entendo a frustração do torcedor, que veio em bom número, e nós também estamos frustrados. Precisamos dar uma resposta ao torcedor a nós mesmos e vamos nos preparar para isso na próxima segunda”.
Se continuar com esse desempenho chega no máximo a 60 pontos e talvez não suba. O que fazer para mudar essa reta final e conseguir o acesso? “O acesso é nosso objetivo e ele está nas nossas mãos, e para consegui-lo precisamos voltar a vencer em casa. Sabíamos que o Criciúma tinha uma bola parada forte, mas infelizmente baixamos a guarda e tomamos dois gols. É difícil entrar numa defesa que marca com cinco atrás e quatro no meio, principalmente quando eles baixam a linha de marcação. Tenho convicção de que o time vai reagir, são jogadores experientes e esta não é minha primeira série B, o único caminho que conheço é o trabalho porque foi ele que nos trouxe até aqui, e a resposta precisa ser rápida e tem que ser na próxima segunda”.
O Coritiba é um time que sofre poucos gols, mas quando toma um gol parece que a ansiedade toma conta, isso pode estar atrapalhando? Como foi a conversa no final com os jogadores? “No primeiro gol até que o time não se abateu, mas quando veio o segundo nós sentimos o golpe e ficamos bem longe de ser aquela equipe que vínhamos sendo. Quanto à conversa com os jogadores, disse que precisamos nos fechar nesse momento de dificuldade, estamos no dia a dia e sabemos o que estamos fazendo, já passamos por situações duras que acabaram nos fortalecendo, temos jogadores experientes, a comissão técnica é experiente e temos que reagir. Temos 10 finais pela frente a partir da próxima segunda e é dessa forma que vamos encarar o próximo jogo”.
Como resolver o problema do ataque que não faz gols? Como vê esse momento do Coritiba? É o pior momento da série B? “Nós não esperávamos essas duas derrotas, principalmente a de hoje que era um confronto direto. Estamos produzindo jogadas de ataque, mas não estamos fazendo os gols, e não quero apontar aqui as possíveis razões. Daqui a pouco o Rodrigo pode estar de volta, o Alex está voltando e vamos ter mais opções. Nossos atacantes precisam ter a força mental porque momentos ruins acontecem durante um campeonato, então temos que ser fortes mentalmente e não sermos influenciados por ruídos externos, tenho a certeza de que vamos reagir”.
No final do jogo você fechou o time numa roda no meio de campo, isso foi para passar confiança para eles? “Confiança para o torcedor e para nós mesmos, estamos há nove meses juntos, sabemos o que estamos fazendo e o que temos que melhorar, essa derrota não pode apagar o que fizemos até agora, criamos uma unidade importante dentro do elenco e precisamos e devemos reagir. Temos que assimilar as críticas que vem agora, eu escolhi estar aqui, poderia ter escolhido outro caminho, mas escolhi vir para cá sabendo que isso vinha com um pacote junto, sabia que ia ser xingado se perdesse, não pelo torcedor periférico que eu chamo, do Sítio Cercado, do Boqueirão, do Uberaba, mas sabia que seria xingado pelo torcedor do Batel, do Cabral. Conheço o clube, a cidade, enfim, sabia de tudo o que envolveria minha decisão de vir para cá, mas não vamos esmorecer”.
O Coritiba não marcou nem fez gol em nenhum confronto direto, isso pode proporcionar mais dificuldades para se manter no G4? “Os confrontos diretos são muito importantes, hoje nos primeiros 20 minutos criamos situações, no segundo tempo tivemos uma bola na trave, mas nos outros confrontos nós criamos bastante, porém não conseguimos vencer”.
O fato de que o rival da cidade está chegando pode colocar mais pressão, ou vocês estão concentrados em fazer a pontuação necessária para o acesso? “Estou focado no Coritiba, pelo fato de estarmos no G4 há várias rodadas, com uma campanha bem regular, apesar das últimas duas derrotas. Nós dependemos apenas de nós mesmos, não dependemos de outros adversários, então prefiro guardar minhas energias para corrigir meu time, treinar meu time e me preparar para o próximo jogo”.
Em relação às trocas no intervalo com as mudanças nos laterais e a saída do Vini. “Foi para deixar o time mais ofensivo, marcando da mesma forma, tendo mais apoio com o Zeca e o Bruno e ter pontas de origem, embora o Vini seja um jogador polivalente, mas basicamente foi para ter pontas de enfrentamento, com o Claysson e o Ronier e ter laterais que apoiassem mais”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)