Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Como avalia esta vitória? Voltou a vencer no Couto e assegurou a liderança. “Era um jogo perigoso, nosso adversário venceu alguns jogos contra equipes da parte de cima da tabela. Redobramos a atenção principalmente com Jaci e Maicon em relação ao Léo Gamalho, que é um jogador que precisa só de uma bola para decidir. Jogamos bem, criamos chances, fizemos dois gols e praticamente não concedemos nada ao adversário. Era importantíssimo vencer esse jogo e conseguimos vencer de forma convincente”.
O aspecto psicológico hoje foi importante, pois há alguns jogos não vencia em casa? “Nossa equipe é muito forte mentalmente, jogadores são experientes, mas o externo a gente não controla. Sabemos da nossa capacidade, vencemos um jogo difícil fora de casa e sabíamos que esse jogo seria muito importante vencer. Os jogadores produziram aquilo que vem produzindo o campeonato inteiro, com raras exceções, pois é natural que num campeonato longo exista uma certa oscilação.”
Acha que Iuri e Coutinho vão continuar entregando o que fizeram hoje, nessa reta final? “Eles não só entregaram ofensivamente como defensivamente. O Coutinho foi um dos que mais pressionou hoje, eu tinha convicção de que eles voltariam a fazer gols e é importante que eles cresçam nessa reta final. Zeca e Bruno também foram importantes nas combinações com os meias e com os pontas. Esses jogadores chegaram a uma maturidade importante de consciência e unidade, de coletividade pois o futebol é um jogo coletivo, então os jogadores precisam se complementar para a harmonia e equilíbrio do time. Fiquei muito satisfeito com todo o contexto do jogo”.
Como foi trabalhar com a ausência do Ronnier, um dos principais jogadores do time, tendo que repor com jogadores que tem características diferentes? “O Ronnier para mim não é só um dos melhores jogadores da equipe, mas sim, do campeonato. O Clayson tem características similares ao Ronnier e hoje ele tem que ser exaltado pois jogou com o pé forte, teve combinações, jogou por dentro e por fora, então tenho certeza de que, o que aconteceu com o Iury e o Coutinho vai acontecer com ele também. Ele vai crescer ainda mais nesse momento de decisão. Hoje foi importante a volta do Alex, o Everaldo depois de um tempo ausente, a volta do Delatorre também foi importante e nesse momento é muito importante que tenhamos todos os jogadores à disposição”.
Ainda sobre o Ronnier, hoje foi o sexto jogo do Coritiba sem ele, e dos seis o Coritiba venceu cinco, isso acaba mostrando a força do grupo, sem a dependência de um jogador? “O Ronnier é um jogador decisivo, pelo enfrentamento, pelo drible que gera desequilíbrio aos adversários, mas acredito no coletivo para potencializar o individual. Volto a exaltar o Clayson, que com características diferentes conseguiu contribuir significativamente hoje, mas o Ronnier não é um jogador que faz falta só ao Coritiba, mas faz falta em qualquer equipe do Brasil”.
Como vai trabalhar o elenco para essa reta final onde o acesso está muito próximo, principalmente em relação aos perigos que ela possa oferecer? “É manter o foco, pensar agora no Atlético Goianiense, que é uma equipe que cresceu muito com o Lacerda, é mais uma final para nós. Para não cair em ciladas o negócio é se preparar muito bem para o próximo jogo”.
O Wallison fez hoje uma das suas melhores partidas e vem jogando muito bem. Quais a características que você explora dele e em relação ao Machado, qual a característica que te faz colocar o Wallison de titular? “Acabei tirando o Wallison hoje porque estava pendurado. São características diferentes, Machado é um cinco organizador, passador, o Wallisson é um cinco de enfrentamento, de condução. O Wallisson é um jogador que tem muito potencial para crescer ainda mais, jogador com alta capacidade física, precisa fazer mais gols e nisso que estamos insistindo. Ele como um oito tem capacidade de entregar mais gols, mais ou menos o que o Sebá faz, jogador que pisa muito na área”.
Dos 30 jogos desta série B, o Coritiba ficou 17 sem sofrer gols, uma marca importante. Como manter esse ritmo da defesa menos vazada? “A parte defensiva começa lá na frente com Coutinho e Josué fazendo a primeira pressão, por isso a parte defensiva depende dos 11 jogadores, a responsabilidade é minha de criar uma organização e o jogador aplicar, aí é o mérito do jogador na questão da entrega e da concentração. Hoje sofremos pouquíssimos contra-ataques, portanto a defesa sólida envolve todo o time. Ano passado o Mirassol foi a melhor defesa, então acredito nesse equilíbrio, de criar situações e se defender bem”.
Pode comentar sobre o novo calendário do futebol divulgado pela CBF? O campeonato paranaense vai coincidir com os jogos da série A, caso o Coritiba tenha o acesso. “Quem define essas datas não tem a menor ideia de como é o dia a dia de trabalho de um clube. Tem jogo dia 7 de janeiro, depois é cobrado desempenho, intensidade e várias coisas, sei que é complicado montar um calendário com os estaduais, aliás o Brasil é o único país do mundo que tem os estaduais. Mas quero manter meu foco e energia nessa reta final, principalmente no jogo de quinta. É complicado até para planejar uma pré-temporada, e meu contrato vai até dezembro então é uma coisa que devemos pensar lá na frente”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)