Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Coritiba está com 63% de aproveitamento quando a média nos últimos cinco anos para subir é de 58% a 61%, o time está no caminho certo? Em relação ao De Pena, como foi a conversa com ele quando entrou e que acabou fazendo o gol da vitória? “A vitória foi dos jogadores, sempre gosto de exaltar isso. O percentual é importante, estamos na segunda colocação, demonstramos mais uma vez que somos fortes dentro de casa. Em relação ao Carlos, ele sempre demonstrou ser muito profissional, nunca baixou a guarda, entrou e deu uma contribuição importante, não só pelo gol, mas pela entrega. O jogo foi muito duro, nós imaginávamos uma coisa de acordo com a formação tática deles com três zagueiros, mas mantiveram a estrutura para marcar e faziam a saída com três, com Marquinhos Gabriel atravessando o campo, e então levamos uns 20 minutos para ajustar. O lance do gol deles foi um episodio que foge do controle, mesmo assim o Morisco quase chega na bola, enfim, conquistamos uma vitória importante contra um adversário direto”.
Hoje o jogo fugiu do padrão que vinha acontecendo, foi um primeiro tempo em que o Avaí ficou mais com a bola, mas no segundo o time foi melhor. Pode explicar isso? E em relação à escolha do Meurer, o que buscava com ele? “O que mais dificultou nos primeiros 25 minutos foi o Marquinhos Gabriel tirar a função do Alex, baixamos com o Nicolas, acabamos tendo um jogador a mais, mas perdemos o meio. A ideia era de trazer o Nicolas para dentro para tentar igualar, e a partir dos 20 minutos conseguimos isso. Eles tiveram mais volume no primeiro tempo, sem muitas chances de gol. Quanto ao Meurer, foi escolhido pelo desempenho nos treinamentos, queríamos um jogador que infiltrasse mais, que trabalhasse com o Coutinho e que finalizasse de média distância. Ele acabou fazendo um primeiro tempo muito bom. Quando o Carlos entrou, foi determinante, não só pelo gol, mas pela entrega dele, gosto que os meias joguem mais próximos do gol, e nossos meias têm uma capacidade técnica muito boa. Cobro isso do Josué e do De Pena, são jogadores que tem um refino maior e precisam jogar mais perto do gol. Na jogada do segundo gol o De Pena já estava dentro da grande área quando recebe, e foi feliz fazendo o gol e nos dando os três pontos”.
Por que o De Pena vem recebendo poucas oportunidades até aqui? “É muito mais pelo desempenho do Josué, do Vini, do Wallisson, a concorrência é grande e saudável e está aumentando com os jogadores que estão chegando. O nível dos treinamentos é importante também, o Carlos é um jogador importante para nós e hoje teve oportunidade e demonstrou aquilo que demonstra nos treinamentos”.
Qual a importância dos jogadores que estão chegando? “A competição vai aumentar. Quero falar um pouco do Ronnier que fez um belo segundo tempo e está tentando recuperar o espaço dele. Temos o Ruan Assis, agora o Yuri, o Claysson, o Nicolas Careca, o Everaldo entrando após um tempo de inatividade, então nossas trocas estão surtindo um efeito grande e objetivo é manter esse nível”.
Sobre a reformulação que o Coritiba está fazendo, não só com as chegadas, mas com as saídas também. “Não diria reformulação, é uma dinâmica natural. Estamos discutindo internamente alguns nomes para qualificar ainda mais o elenco. O futebol mudou, hoje os jogadores têm que participar da fase defensiva, por exemplo, o Ronnier terminou o jogo como o quinto da defesa”.
Os últimos gols do Coritiba foram marcados por jogadores que não são atacantes, isso demonstra uma deficiência ofensiva? Quanto esses jogadores que estão chegando vão agregar a isso? “Futebol é um jogo coletivo onde um depende do outro. No segundo gol o Alex recebe, combinam o passe e sai o gol do meia, e o centroavante, que era o Delatorre, estava segurando os zagueiros para poder liberar o meia. No momento certo nossos atacantes serão decisivos como já foram antes”.
Sobre o Felipe Machado que vem crescendo de produção desde que entrou no time e o que precisa ser melhorado ainda mais no time? “Sobre o Machado, o 5 dentro do esquema 4-3-3 é determinante, jogador que marca o atacante e o meia e salta como volante, gera superioridade para nós nos setores do campo. Ele é muito exigido no jogo porque na fase defensiva tem que roubar a bola, encurtar o adversário, evitar finalizações da entrada da área. Gosto de citar o Giovani que sempre que entra dá uma contribuição importante seja na parte defensiva ou ofensiva, na bola parada, é um jogador que tem energia e estamos bem servidos nessa posição e ainda tem o Jacy, então estamos bem sólidos defensivamente”.
O Coritiba hoje jogou melhor no segundo tempo, diferente dos jogos anteriores, qual a explicação? O que achou da torcida e a conexão com os atletas? “Nos últimos dois jogos conseguimos ser bem lineares. Falo para os atletas de que o jogo tem 100 minutos e se quisermos brigar na parte de cima temos que ser lineares durante os 100 minutos. O torcedor é fundamental, ajuda o time a ter um comportamento melhor, hoje com quase 30 mil pessoas apoiando essa conexão foi determinante”.
Em relação à importância do Sebá e sua ausência no próximo jogo devido ao cartão amarelo? “Sebá tem uma capacidade atlética que permite que chegue na área e eu cobro dele para que faça mais gols. Ele é uma liderança, nosso capitão. Sua ausência será sentida, mas temos um elenco qualificado e temos a possibilidade do Walisson, do Meurer, do Giovani, então é pensar com calma para escolhermos seu substituto”.
Em relação ao padrão de jogo, tomando poucos gols e ganhando por placares apertados, pode explicar mais sobre isso? “Isso é uma das coisas mais difíceis de conseguir, demanda tempo e no Brasil as coisas não são bem assim no futebol. Hoje temos um espírito definido de equipe, com a entrega dos jogadores, de quem entra, jogador que compete, que defende e ataca, então conseguimos chegar num nível importante, porém com margem para crescimento e estamos sempre buscando evoluir”.
Sobre a decisão de substituir o Nicolas Careca no intervalo, que não fez um bom primeiro tempo, inclusive vaiado pela torcida? “O Nicolas sentiu um desconforto no adutor. Discordo em relação á atuação dele, fez um primeiro tempo importante coletivamente porque teve que baixar para controlar o Andrey, e às vezes marcar por dentro. Ele é um jogador muito importante para nós, jogador de 1,90 m que também nos ajuda na bola parada e continuará sendo importante”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)