Eu quero ver golhoje, 11h30

Ataque ineficiente liga sinal de alerta no Coritiba

Baixa produção ofensiva do time alviverde começa a complicar a vida do Coritiba na Série B

Por: Ricardo Honório

Após começar a Série B com duas vitórias — contra Vila Nova e Chapecoense —, o Coritiba acumula dois jogos sem vencer: empate com o Novorizontino no Couto Pereira e derrota fora de casa para o Remo. O momento, embora ainda no início da competição, já acende um sinal de alerta para o torcedor alviverde.

Os dois tropeços consecutivos escancararam a principal deficiência do time comandado por Mozart: a falta de efetividade no setor ofensivo. Em quatro partidas, o Coxa marcou apenas três gols, desempenho que o coloca entre os piores ataques da competição, à frente apenas de Amazonas, Paysandu e Volta Redonda — justamente os times que hoje figuram na zona de rebaixamento.

Diante do Novorizontino, nem mesmo a vantagem numérica — o adversário teve um jogador expulso ainda no fim do primeiro tempo — foi suficiente para que o Coritiba balançasse as redes. Apesar da posse de bola, faltaram objetividade e criatividade. Contra o Remo, o cenário se repetiu: o time finalizou 22 vezes, mas nenhuma delas resultou em gol. O resultado foi uma derrota amarga em um jogo que, pelo volume apresentado, poderia ter tido outro desfecho.

A inoperância ofensiva reacende um dos principais alertas da torcida desde o início da Série B: a ausência de boas opções no ataque, especialmente pelos lados do campo. Até o momento, a única contratação para o setor foi Nicolas Careca, atacante de origem central que tem atuado improvisado pelos flancos. A direção ainda não anunciou nenhum reforço para a posição, e a próxima janela de transferências só será reaberta em junho, quando já terão se passado dez rodadas da competição.

Além da falta de reforços, o time também sofre com desfalques importantes. Everaldo, titular durante boa parte do Campeonato Paranaense, segue fora por lesão desde a eliminação para o Ceilândia, na Copa do Brasil. Sem ele, Mozart tem improvisado volantes como pontas — foi o caso de Sebastián Gómez contra o Vila Nova e de Walisson diante do Remo.

Outro fator que preocupa é a baixa produção dos centroavantes. Sem Dellatorre — artilheiro da equipe na temporada, com seis gols, mas atualmente no departamento médico —, o treinador vem revezando Gustavo Coutinho e Júnior Brumado. Nenhum dos dois marcou até agora na Série B. Brumado tem dois gols em nove jogos na temporada, enquanto Coutinho soma apenas um em sete partidas.

A escassez de opções e a baixa produtividade ofensiva, alertadas há tempos pela torcida, já cobram seu preço. Se o clube não se movimentar com mais agilidade na próxima janela de transferências, o sonho do acesso pode ter um caminho mais dificil do que se imagina. Como de costume, o Coritiba parece deixar para a última hora os ajustes necessários em seu elenco — e, em uma competição tão equilibrada como a Série B, essa demora pode ser fatal para quem tem na volta à elite uma verdadeira obsessão.

Foto: Fernando Torres/AGIF

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