Editorial
O Coritiba enfrenta um dos momentos mais desafiadores de sua centenária história. Ainda somos um clube de futebol, principal razão de nossa existência e por isso os resultados em campo ainda devem estar acima de tudo. E os problemas recentes, somados aos de anos, nos arrastam a um patamar muito distante do que já fomos e ainda sonhamos para o nosso futuro. Acumulamos vexames e desrespeito ao torcedor.
O que parecia ser o melhor caminho para nos tirar de problemas crônicos, como nossa saúde financeira, para adiante qualificar o nosso futebol, nos trouxe novos problemas e nos engessa, porque agora somos SAF, uma Sociedade Anônima do Futebol. Perdemos 90% do controle do clube, sobrando 10% da Associação Coritiba Foot Ball Club.
Compramos as ideias de um clube de futebol moderno, gerido com a preocupação de ajuste da saúde financeira, nos livrando assim das picuinhas políticas, de dívidas impagáveis, de processos trabalhistas que se avolumaram em anos de gestões vaidosas e de pouco ou nenhum comprometimento profissional.
Em troca, a Treecorp nos tirou o que tínhamos de mais precioso, o futebol, mesmo que tenha sido da forma amadora como tivemos nas últimas duas décadas.
Se a política interna sempre nos conduziu por caminhos que se arrastam em problemas, optamos pela SAF como uma das soluções aos problemas do que sonhamos ao nosso Coritiba.
Passado um ano, seguimos insatisfeitos, frustrados e, seguramente, ainda mais distantes que antes, porque criamos expectativa de novos tempos. A insatisfação entre os torcedores e a pressão sobre a administração da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) pela Treecorp, é muito grande, alvo de fortes críticas, com muitos questionamentos com decisões que até agora não apresentam nenhum acerto na nossa principal vocação que é o futebol.
Desde que assumiu o controle do clube, a Treecorp prometeu investimentos e melhorias significativas e, no entanto, os resultados não apareceram. Colecionamos vexames que mancham ainda mais nossa história: pior campanha da história em Brasileirão e o consequente rebaixamento à Série B, eliminação precoce no paranaense, eliminação na primeira fase da Copa do Brasil para o modesto Águia de Marabá, além da também pior campanha na história da Série B neste 2024. Além de decisões controversas, como a contratação de jogadores sem o perfil necessário para o nível do Coritiba, como também a falta de transparência nas ações.
O profissionalismo na gestão, uma das maiores expectativas com a chegada da Treecorp, está cada vez mais distante das promessas feitas, assim que se instalaram na administração do clube.
Para quem esperava um Coritiba profissionalizado a partir da constituição da SAF, vê a repetição de erros já incorporados à vida do clube. Com sucessivos erros de planejamento e execução, a Treecorp frustra o sonho do torcedor Coxa-Branca em ver seu time do coração estruturado fora de campo e competitivo dentro dele.
O momento é de crise e pede mudanças urgentes sob ameaça de pagar um preço ainda maior, não só para esta temporada , mas para o futuro do Coritiba. A contratação de jogadores de qualidade é a principal das providências, Uma necessidade urgente que a Treecorp insiste em sequer justificar sua inércia.
A torcida ainda exige transparência, correção de rota com contratações tecnicamente qualificadas que melhorem o desempenho esportivo do time. Só assim julgamos ser possível o Coritiba retomar o caminho que o coloque no trilho, voltando ao grupo de clubes respeitados. Do contrário, o Coritiba Foot Ball Club caminha a passos largos rumo a um fim ainda mais trágico.
Equipe COXAnautas
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)