Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
A questão de Guto ser considerado treinador de série B:
Não sinto que isso seja como desqualificar minha imagem. Ter resultado na série B não é para qualquer treinador. Não tenho só resultados de série B, tenho também de série A. Ainda não tive oportunidade de trabalhar num clube com investimento para chegar a título na série A.
Reformulação do elenco:
Vai ser de acordo ao investimento e situação de alcance do objetivo.
O que pesou na decisão de voltar ao Coritiba e como se insere no projeto de subir à série A e continuar o trabalho:
O profissional tem que pensar no momento. Alcancei o objetivo no ano passado e a situação de dispensa não muda nada para mim. O que me desafiou a voltar foi o tamanho da grandeza do projeto. Buscar sempre uma posição de tabela mais alta, mas na série A não se faz uma equipe vencedora em uma ou duas temporadas, é um processo.
Sobre sua saída no início deste ano:
Essa é uma questão do passado e já foi superado
Qual o plano de carreira de futuro no Coritiba:
Plano de alcançar êxito em grandes projetos. Questão de série A ou B é relativo, em 2020 e 2021 trabalhei em equipes de série A. Tenho ambição de levar esse projeto adiante e depois a avaliação será feita (se segue ou não). A grandeza do projeto se vê nas pessoas que foram contratadas, que tem muita competência.
Jogadores do elenco que estão e que vão ficar para série B:
Quanto ao plantel, ele não atingiu sua plenitude nesse ano. Acho que a confiança abalada minimiza muito a qualidade do jogador. Em relação à novos jogadores, o mercado é dinâmico e é difícil responder. Quanto aos que permanecem não podemos ficar com jogador que não quer ficar aqui, precisamos de 100% de comprometimento. Colocar na cabeça dos jogadores que Série B para o Coritiba não é declínio, pois é um clube de série A que momentaneamente está na série B.
Que diferença vê entre o ano passado sem SAF e este ano com SAF e o problema da possível punição que pode obrigar a torcida ficar fora de alguns jogos da série B:
Com a SAF o trabalho é profissional desde cima até embaixo. Muitos ajustes foram feitos em termos de estrutura física, de profissionais e organização. Em relação ao torcedor fora, ele pode apoiar nas redes sociais, na chegada ao estádio e de outras maneiras.
Como será a formação do elenco com Júnior Chávare e como será o Guto Ferreira na próxima temporada:
Objetivo primeiro é fazer uma equipe competitiva, depois ir qualificando. Com Chávare nos conhecemos bem, trabalhamos no Bahia juntos. Ele tem muitos trabalhos exitosos em montagem de elenco. Ele vive a questão de conhecimento do mercado. A situação de estar na segunda tem que fazer sempre algo diferente com quem está na primeira, devido à vitrine, é convencer que é uma equipe de chegada na segunda, que pode ter uma vitrine maior do que uma equipe da zona de descenso da primeira.
Utilização da base no paranaense:
Temos jogadores interessantes que serão oportunizados em algum momento. Precisamos de alguém que nos traga retorno. Eles não podem ser pilares, precisamos criar os pilares para eles.
Quanto às dispensas de jogadores nessa semana e o que projeta para série B principalmente na logística:
Os desligamentos já aconteceram e não passaram pela minha pessoa. A decisão está superada. Em relação à série B, é muito competitiva e com viagens desgastantes. Esse ano tem Manaus e Belém, com viagens prolongadas, precisamos de bom senso de quem vai montar a tabela, mas nem sempre acontece.
Como fazer do Couto Pereira um obstáculo para os adversários como foi ano passado:
Montar uma equipe competitiva e conexão com o torcedor.
Que lições teve em 2023 e como contribuir com o Coritiba nesse novo trabalho:
Estamos aprendendo todos os dias, no Brasil é difícil estruturar um grupo, o jogador desponta e vai embora. Aqui as equipes jogam mais do que lá fora. A evolução de um time se dá com repetição e treino, mas com muitos jogos fica difícil.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)