RENDA
Por Alysson Ramos Artuso
O campeonato estadual é conhecido por ser deficitário para os grandes clubes, que por muitas vezes acabam adiando a montagem de um bom time para manter o “custo baixo” nesses quatro meses iniciais do ano que, financeiramente, só trazem prejuízos.
A verdade é que as cotas da TV são baixas, o campeonato não atrai grandes patrocinadores e a renda dos jogos é insuficiente até para cobrir os custos do próprio jogo, quiçá para suprir os gastos com concentrações, manutenção, viagens, quadro fixo de funcionários e salários dos atletas, além do pagamento de dívidas anteriormente contraídas.
Para piorar, a taxa sobre a renda bruta cobrada pela Federação Paranaense de Futebol é de 10%, superior à taxa da CBF, que é de apenas 5% para organizar a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.
O resultado disso é que, nas sete partidas jogadas no Couto Pereira, o Coritiba teve prejuízo total de quase R$ 188 mil. Somente o clássico contra o A. Paranaense foi superavitário, gerando um lucro de cerca de R$ 37 mil aos cofres do clube.
É fato que o pagamento dos sócios adianta parte das receitas do clube. Na soma dos borderôs essa fonte de receita totaliza quase R$ 416 mil. Porém, ainda assim o líquido a receber pelo clube – R$234 mil – não é uma quantia significativa. Afinal, a média de R$ 33 mil por jogo não cobre sequer com os gastos com a própria partida e que não são computados no borderô, como a manutenção do campo e a concentração dos jogadores.
O custo de uma partida pode ser dividido basicamente em cinco categorias: gastos com o quadro móvel (seguranças, equipe e material de limpeza, ambulância, gastos com som, placar etc); custo da confecção dos ingressos; taxas de arbitragem, antidoping e seguro obrigatório; taxas das federações e impostos. Existem outras despesas além destas, mas, em geral, não tão significativas.
A BWA, empresa que confecciona os ingressos do clube, e eventualmente adianta receitas, obteve uma renda de R$ 240 mil, a federação arrecadou R$ 105 mil, as taxas de arbitragem, seguro e antidoping totalizaram R$ 102 e os custos com impostos ficaram em R$ 54 mil do total arrecadado pelo Coritiba.
No comparativo com o ano anterior, o que se observa é uma elevação percentual nos custos do Quadro Móvel e das taxas de Arbitragem, Antidoping e Seguros. Sobre esse último quesito não tem como haver intervenção do clube, porém os gastos com o quadro móvel merecem ser melhor analisados. Esse aumento, tanto em números absolutos quanto percentuais, pode ter relação com o substancial aumento do número de não pagantes nos jogos. Por outro lado, olhando para os números de 2007 houve uma significativa redução nos gastos com o Quadro Móvel, porém um grande aumento na cota pertencente à BWA.
A tabela abaixo traz os números dos sete primeiros jogos do estadual nos dois anos anteriores - entre parênteses a porcentagem em relação à renda bruta.
2009 | 2008 | 2007 | |
Renda Bruta | R$ 986.240,00 | R$ 762.350,00 | R$ 276.690,00 |
Quadro Móvel | R$ 293.313,34 (30%) | R$ 156.358,21 (21%) | R$ 127.062,17 (46%) |
BWA | R$ 240.364,35 (24%) | R$ 175.412,50 (23%) | R$ 38.814,55 (14%) |
Federações | R$ 105.224,00 (11%) | R$ 78.553,45 (10%) | R$ 31.927,42 (12%) |
Arbitragem | R$ 102.209,80 (10%) | R$ 45.963,10 (6%) | R$ 31.427,84 (11%) |
Impostos | R$ 54.412,00 (6%) | R$ 43.229,05 (6%) | R$ 34.030,20 (12%) |
Clube | R$ (187.825,54) | R$ 147.600,79 | R$ (9.741,08) |
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)