Máquina do Tempo
Por: Luiz Eduardo Buquera
A atuação apática e o resultado inesperado em Recife colocaram o Coritiba na condição de perseguidor e impõem a necessidade de vitória em Goiânia, caso a busca pelo título ainda esteja nos planos ou se pelo menos se quiser sacramentar o acesso o quanto antes.
Buscando uma inspiração nesse momento, nada melhor que trazer da memória um confronto bem sucedido contra o esmeraldino goiano, cheio de reviravoltas, quando ambos os clubes possuíam excelentes equipes.
No Campeonato Brasileiro de 1989, o campeão paranaense enfrentaria o campeão goiano no Serra Dourada pela quinta rodada, após o empate em casa contra o Cruzeiro, que culminou com a demissão do técnico Edu Antunes Coimbra. Uma atitude absurda, que, infelizmente, continua a se repetir e que, no imaginário de alguns torcedores, constitui a solução mais apropriada quando surge algum resultado frustrante. Assumia o treinador Jair Picerni.
O Coritiba, desfalcado do centroavante Chicão, atuou sem um atacante de referência na maior parte do jogo. Moreno entrou no decorrer da partida, e, embora contratado para ser substituto do artilheiro alviverde, pouco tempo depois, mostrou no rival local que era muito mais um meia atacante.
Com uma equipe muito ofensiva e que criava muitas alternativas, o Verdão superou facilmente a ausência do seu "homem gol" e marcou três gols, alternando o domínio do placar que contou com duas viradas. Carlos Alberto (Dias), que vinha sendo o principal atleta coxa-branca no início daquela competição, abriu o placar. Os goianos chegaram ao empate por intermédio de Carlos Magno, com assistência do jovem Túlio, que viria a ser artilheiro da competição e que mais tarde receberia a alcunha de Túlio Maravilha, quando atuou no futebol carioca.
Após a conclusão da primeira etapa em 1x1, o Goiás virou o placar com gol de Túlio, o que não fez esmorecer a equipe alviverde, que partiu para cima e empatou com gol de Kazu (último pelo Coxa) e virou com Carlos Alberto, que marcava seu quarto gol em cinco rodadas. Final de jogo, Coritiba 3x2. O zagueiro Gomes, autor do gol que definiu o título de 1985, atuou pela equipe adversária. A partida teve como árbitro José Roberto Wright, algoz alviverde, pouco tempo depois numa fatídica partida contra o Guarani, em Campinas, que impediu o retorno do Coritiba à Série A.
Foi a última vitória fora de casa daquela equipe que ficou marcada positivamente nas lembranças de muitos torcedores, antes que o Coritiba fosse alvo das injustiças praticadas pela CBF, que contaram ainda com a omissão da Federação Paranaense de Futebol e de parte da imprensa local.
Ficha Técnica
Goiás 2 x 3 Coritiba
01/10/1989
Estádio Serra Dourada
Goiás: Serginho (Adelson), Walaci Carioca, Gomes, Boni e Dalton (Lenilson); Jorge Batata, Wallace e Péricles; Carlos Magno, Túlio e Niltinho. Técnico: Carlos Gainete.
Coritiba: Gérson, Márcio Batatinha, Vica, Berg e Polaco; Marildo (Moreno), Osvaldo e Tostão; Carlos Alberto, Serginho e Kazu. Técnico: Jair Picerni.
Gols: Carlos Alberto 7/1 e 42/2 (2) (CFC), Carlos Magno 45/1 (GOI), Túlio 13/2 (GOI), Kazu 36/2 (CFC).
Público pagante: 7.737 pessoas
Árbitro: José Roberto Wright
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)