Memória Coxa-Branca
Por: Kerwin Kuhlemann
Na história contemporânea do Coritiba, temos visto cada vez menos atletas permanecerem no Clube por várias temporadas e deixar seus nomes marcados pela longevidade com que vestiram a camisa Coxa-Branca. O volante Reginaldo Nascimento é uma das exceções a essa regra.
Nascido em Anápolis (GO), em 1974, Reginaldo Nascimento começou sua carreira em 1996 no antigo Matsubara, time do norte pioneiro do estado do Paraná. Após uma rápida passagem pelo time da Ferroviária (SP), Reginaldo voltou à equipe de origem, transferindo-se na metade da temporada de 1997 para o Coritiba.
De 1997 até o ano 2000, Nascimento foi uma espécie de 12º titular. Não era escalado com tanta frequência para iniciar as partidas, mas era uma opção bastante acionada pelos treinadores que passaram pelo Clube naquela época. Neste período, o atleta disputou a posição de volante com ninguém menos que Struway, Luis Carlos e Mozart.
Como coadjuvante, Reginaldo Nascimento participou ativamente do elenco de 1998, que chegou nas quartas de final do Campeonato Brasileiro, e do time de 1999 que tirou o Coritiba de uma fila de dez anos sem conquistas estaduais. Nestes quatro primeiros anos, mesmo não sendo titular absoluto, o volante disputou 125 partidas com a camisa do Coritiba.
O ano de 2001 mudaria o patamar de Reginaldo Nascimento dentro do clube do Alto da Glória, com o jogador passando ter grande protagonismo e uma elevada liderança dentro do grupo de jogadores, o que o levou a ostentar a braçadeira de capitão por um longo período.
Entre os anos de 2001 a 2005, Reginaldo se tornou um ícone Coxa Branca, alternando a função de zagueiro (na qual já tinha atuado com Abel Braga em 1999) e volante nas equipes comandadas por Ivo Wortmann, Paulo Bonamigo, e Antonio Lopes. Mostrando uma garra e uma disposição diferenciada dentro de campo, Nascimento se tornou uma referência entre os torcedores, ganhando grande carinho e admiração das arquibancadas.
Nesta segunda fase dentro do clube, desta vez como protagonista, Reginaldo Nascimento viveu momentos distintos, tendo participado de temporadas difíceis como 2001 e 2002, e de grandes conquistas como o título paranaense no Couto Pereira lotado contra o Paranavaí, além da classificação para Copa Libertadores da América, ambos na temporada 2003. No ano seguinte, Nascimento declinou de uma proposta do Corinthians-SP para liderar o time do Coritiba no inesquecível Bicampeonato Paranaense em plena arena da baixada no ano de 2004, e na participação do Clube no torneio continental no mesmo ano.
Ao final da temporada 2005, Reginaldo Nascimento encerrou seu ciclo no Coritiba, atingindo a incrível marca de 338 partidas com camisa Coxa-Branca, tendo marcado 7 gols. É o jogador com mais partidas pelo clube nos últimos 35 anos. O volante ainda ostenta o recorde de partidas com a camisa do Coritiba na série A do Campeonato Brasileiro, com 182 jogos disputados.
Depois da sua saída do Coritiba, Nascimento atuou ainda por Noroeste, Atlético-MG, Iraty, CRB, Juventus, terminando sua carreira em 2011, atuando pelo Rio Branco de Paranaguá. Depois da aposentadoria, Nascimento atuou na função de auxiliar nas categorias de base do próprio Coritiba, e nesta temporada de 2022 está trabalhando como auxiliar técnico do time do Azuris, de Pato Branco.
Em 2018, o atleta foi homenageado no Couto Pereira pelo grande atleta que foi, pelo amor com que vestiu a camisa do Coritiba e pela garra e entrega que sempre demonstrou em campo, ficando marcado por uma geração de torcedores como um dos maiores ídolos da história Coxa Branca.
Torcedor Coxa Branca, quer relembrar algum jogador especial aqui neste espaço? Comente abaixo e compartilhe conosco qual jogador do passado você gostaria de relembrar e porque ele ficou marcado na sua memória.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)