RETROSPECTIVA02/01/10, 07h00

O fim do pior ano da história do Coritiba

Em campo, Coxa chegou a respirar, mas caiu em campo. Tristeza, violência e a reeleição de Cirino no último bimestre de 2009

A última matéria da retrospectiva 2009 Coxanautas recordará novembro e fevereiro, os dois meses derradeiros deste ano e que tanto marcaram negativamente a centenária história do Coritiba. Novembro começou com uma vitória estranha do Coritiba. Apesar de ter a chance de sair com uma goleada histórica no Couto Pereira, o time venceu o Vitória por apenas 1x0 em tarde de muito calor. Após este jogo, os atletas do Coritiba passaram a falar em ficar na ponta da frente da tabela, entre os 10 primeiros e que agora já era chegado o momento de esquecer o rebaixamento, como declarou Marcelinho Paraíba.

Enquanto isso, Júlio Fressato, empresário de Carlinhos Paraíba, negava mais uma vez que seu atleta já tivesse um pré-contrato assinado com o São Paulo. O clube, por sua vez, anunciou o retorno dos jantares para homenagem de antigos ídolos, evento que findou-se com a perda de Faissal Brahim. Até o momento os jantares, não voltaram.

O Coxa então foi ao Rio de Janeiro para enfrentar um adversário direto, em jogo de seis pontos. Voltou para casa com uma derrota por 2x0 para o Botafogo, com um time totalmente desinteressado em campo. A partida, além de complicar o Coxa novamente na tabela de classificação, marcou o uso de cocaína por parte do atacante Jóbson, do Botafogo. O resultado, contudo, foi atrasado de maneira nada anormal e só divulgado após o término do Campeonato Brasileiro.

O próximo jogo em casa seria contra o Atlético Mineiro. Uma grande mobilização da torcida foi feita para este jogo que o Coxa acabou vencendo por 1x0. Contudo, os dois próximos jogos foram de casa seriam decisivos. Duas derrotas vergonhosas para Santos de Cruzeiro deixaram o Cori dependendo da última partida para livrar-se do rebaixamento. Os torcedores foram até o aeroporto para apoiar os jogadores antes da viagem e acompanhar as partidas, mas nada disso auxiliou um time descompromissado e que não teve vergonha. Foram oito gols sofridos em dois jogos decisivos e o Coxa acabava suas partidas fora de casa no segundo turno, sem ter vencido ao menos uma.

A decisão ficou para o jogo contra o Fluminense, no Couto Pereira. Após sair perdendo por 1x0, o Coritiba foi em busca do empate. Mas os resultados da rodada, incluindo a vitória do Botafogo e do dopado Jobson, selaram o rebaixamento do Coritiba, o segundo em quatro anos. O Coritiba, comandado por Jair Cirino e sua equipe de nomes como Tico Fountoura, Ricardo Gomyde, Marcos Hauer, Chico Araújo, Homero Halila e Eduardo Jaime, rebaixaram o Coritiba no ano em que prometerem os maiores sucesso do clube.

Ao final do jogo, uma pequena parcela da torcida, revoltada, invadiu o gramado do Couto Pereira e junto com torcedores do Fluminense proporcionou cenas de violência lamentáveis e que também ficarão marcada na história do clube. No ano em que a torcida Coxa encantou o mundo com o Green Hell, um pequeno grupo de vândalos chocou os torcedores presentes no estádio com a invasão.

Com o final do Campeonato Brasileiro e ainda tentando juntar os cacos, o Coxa sofreu um novo golpe. Com uma aberração jurídica, como foi definida por advogados, o procurador do STJD e torcedor do A. Paranaense, pediu os auditores do STJD aplicaram uma pena inedita no futebol brasileiro. O Coxa perdeu 30 mandos de campo e ainda foi multado em R$ 610 mil, um absurdo. O clube ainda vai recorrer da decisão.

Na área administrativa, Vialle e Maurício Cardoso deixaram o Coritiba e o futebol Alviverde ficará nas mãos de Felipe Ximenes, o mesmo que foi elogiado pela condução da renovação fantasma de Marcelinho Paraíba. O técnico Ney Franco renovou seu contrato até o final de 2010 e vai comandar o Coxa em 2011. O ano também terminou sem o anúncio do novo estádio, como foi prometido pela direção de Jair Cirino

Por último, o presidente Jair Cirino reformulou o G9 e foi reeleito sem chapa de oposição. Ele terá a dura missão de minimizar os fatos que ele mesmo conduziu o Coritiba a o pior ano de sua história, justamente no seu centenário. Confira os nomes que serão os responsáveis pelo Coritiba nos próximos dois anos: Jair Cirino dos Santos (presidente), Vilson Ribeiro de Andrade (vice-presidente), Walter Antônio Petruzziello (secretário), Carlos Zanetti (diretor estrutural), Fernando Eugênio Ghignone (diretor de marketing), Pierre Alexandre Boulos (diretor das categorias de base) e Márcio Schwab (diretor financeiro).

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