João Luiz Buffara Lopes, ou "Jango" como ficou eternizado nas arquibancadas do Couto Pereira foi um dos maiores líderes de duas das principais torcidas organizadas do Coritiba Foot Ball Club: a Torcida Jovem do Coritiba e a Mancha Verde, já extinta.
Jango ficou reconhecido pela sua atitude participativa junto ao Coritiba. Responsável pela bateria da Mancha, suas baquetadas tornaram-se marca registrada em muitas cabeças de torcedores do Coritiba.
Em uma matéria exclusiva para o site Coxan@utas, Jango conta um pouco daquela torcida que ficou eternizada na história do Coritiba.
"Mancha Verde
Foi fundada em 23/07/1984 por um grupo de torcedores dissidentes da Torcida Jovem do Coritiba.
Este grupo de torcedores, jovens apaixonados pelo Coritiba FC, inspirou o nome da Torcida em uma bandeira que acabara de ser confeccionada, em uma das reuniões de pré-estréia, já que ela estava toda "manchada" de tinta.
O primeiro jogo foi Coritiba 2X0 União Bandeirantes. Tornou-se rapidamente na maior torcida organizada do Coritiba.
A Mancha Verde caracterizou-se pela criatividade, irreverência, e alegria nas arquibancadas, dizendo sempre não à violência. Em alguns jogos seus integrantes chegavam a vestir-se caracterizados pelo personagem da revista em quadrinhos.
Ou ainda nas enormes "Mãozinhas" que ficaram registradas eternamente pela revista Placar em foto central, de um histórico AtleTiba de 3x0 para o Coxa.
O famoso jornal "Da Massa" que circulou durante dois anos ininterruptos e que era verdadeiro sucesso.
A TV Mancha que registrava as imagens da concentração dos integrantes na frente da sede da torcida no Couto Pereira.
Criou o Troféu "Amigos da Mancha" que era oferecido anualmente à personalidades do esporte, nos Jantares de Aniversário da Torcida, sempre realizados na Sociedade Morgenau, dos quais participavam torcidas organizadas do Brasil inteiro, imprensa, diretoria e jogadores.
Foi também a primeira torcida organizada a utilizar-se de um computador para o cadastro de sócios.
A Mancha se notabilizou por ganhar prêmios, sendo considerada por 5 anos consecutivos a melhor, a mais organizada e mais vibrante torcida do Paraná, ganhando inclusive um troféu Chuteira de Ouro do Jornal Diário Popular.
Outra característica importantíssima era a fidelidade ao time: foi ao Maracanã em 1985, acompanhou o time na Libertadores de América de 1986 nos jogos realizados no Equador, contra Barcelona e Deportivo Quito. Foi a Belém contra o Payssandu no estádio da Curuzu, na campanha que nos rendeu o 3º lugar da Copa Brasil.
Foi a primeira torcida organizada a ter uma sede exclusivamente para utilização de seus sócios, com cancha esportiva e sede administrativa, independente do Coritiba.
Muita coisa que ainda hoje existem nas arquibancadas, originalmente foram criados pela Mancha.
Infelizmente os tempos mudaram, e com o desgaste da violência nos estádios a maioria de seus organizadores se afastou e no ano de 1992 deixou de existir, mas deixando a marca de uma torcida independente, forte, vibrante, criativa e sobre tudo que colocava o Coritiba em 1º lugar.
Hoje a Mancha Verde descansa em paz, não voltará jamais, mas na memória dos torcedores que dela fizeram parte ou mesmo somente conhecendo-a, sabem que ela fará sempre parte da história do Coritiba Foot Ball Club".
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)