
IMPRENSA
O pacificador
Tribuna do Paraná - 28/12/2006
Viajei, voltei e encontro na minha mesa uma carta, misturada a tantas outras que no final de ano motiva as pessoas a gestos de extrema gentileza, lotando o e-mail e bloqueando o celular. Esta, porém, eu prefiro até não catalogá-la como carta. É uma ode. Dos tempos do poeta grego, Aedo, que não fazia apenas poesia para suas amadas, mas também enfrentava governos com sua gramática cáustica, quando precisava.
É uma ode árabe, de Faisal Brahim, conselheiro há mais de 40 anos do Coritiba, um candidato mais do que natural a presidir o mais alto cargo do clube, mas que se contenta a ser apenas vitalício, o que ele já acha muito, pelo amor declarado ao seu clube.
Faisal faz uma análise filosófica, árabe, da situação atual do Coritiba. Perfeito. Ele prega com perfeição, a pacificação, pois só com ela o Coritiba voltará ao seu lugar. Eu vi outro dia na televisão, o presidente do conselho, o Militão, destilando ódio, inclusive com argumentos pueris e desencontrados. Depois li uma coluna do Mafuz, em que o nosso brilhante colega desmistifica toda essa manobra que está sendo feita unicamente para desestabilizar o clube, evocando apenas o problema jurídico.
E tirei minha conclusões, devidamente averbadas agora pela ode do Faisal. Que maravilha, Faisal. Que felicidade desse clube ter como um de seus principais membros uma figura como você. Ele continuará imbatível. Mesmo que dentro dele nasçam forças retrógradas e anti-coritibanas, para provocar sua derrota.
Na mesma pilha de correspondência, um e-mail do Alex: "estou contando os dias do fim do meu contrato por aqui, para voltar para o meu Coritiba. Só que antes é preciso acalmar a política. Só com entendimento o clube vai crescer". Alex de lá, Faisal de cá. Alex jamais deixou de confessar seu amor pelo Coritiba. Faissal reafirma este amor de quinze em quinze minutos.
E querem provocar guerra no clube? Quem são os guerreiros? Se eles vencerem a batalha, tomem nota de seus nomes. Vocês irão querer que eles deixem a cidade no mínimo em um ano. Oposição é salutar. Quando marcha paralelamente à situação, visando o engrandecimento do clube. Agora, querer destruí-lo, não é oposição. É destruição.
Pois é. Pacificador Faisal, sua ode é brilhante. E tomara que mais gente a tenha recebido. É um libelo contra a demagogia e a vontade de aparecer. Nada mais. E continue. Enquanto existirem figuras como você, o seu clube continuará grande.
Vinícius Coelho
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)