Entrevista de apresentação
Por: João Carlos Sihvenger
Antes de iniciar a coletiva, Gabriel Lima, novo CEO do Coritiba fez um breve pronunciamento explicando os motivos que o levaram a assumir o cargo: “Para mim é uma honra, uma satisfação enorme aceitar esse convite para ser CEO do Coxa, um clube histórico, com uma torcida apaixonada. Eu acredito que a minha experiência pode contribuir de maneira definitiva para a gente colocar o Coxa no lugar onde merece. É importante falar que eu saí da experiência anterior muito reconhecido no mercado, e optei por estar aqui, eu escolhi esse projeto do Coritiba, pelas pessoas que estão aqui, pelo projeto que é, pelos alicerces que estão sendo construídos, um projeto de longo prazo, um projeto sério”.
Quais os objetivos traçados pela SAF desde o ano passado, principalmente em relação ao futebol, e uma eventual permanência na série B vai impactar nos investimentos em relação aos objetivos? “Quanto aos objetivos eles são bem claros para mim, tem os objetivos administrativos e objetivos esportivos. O objetivo esportivo é uma estabilização na principal competição nacional, série A, esse é o primeiro. Estamos muito na frente do ponto de vista administrativo, em relação à minha experiência anterior, a dívida completamente organizada, até o final do ano vai ter sido pago 1/3 da dívida total do Coritiba. As bases para o crescimento e desenvolvimento desse projeto estão sendo colocadas, e estão se solidificando e agora precisamos solidificar um projeto desportivo. Em relação à eventual permanência série B, bom que se diga que enquanto houver possibilidade o time vai buscar o acesso, porém se houver a permanência na série B existe um impacto financeiro que vai impactar na parte administrativa, mas esse impacto tem sido coberto pelos acionistas, haja visto que a Treecorp já investiu mais de 100 milhões de reais no Coritiba, e o planejamento é continuar investindo”.
Como será a relação com o torcedor? “Na experiência anterior passei por um processo de muita pressão, mas muito importante dizer que quero ter uma relação bem próxima com o torcedor. O Coritiba é uma entidade privada, mas é uma entidade de interesse público, portanto devemos explicações ao torcedor, temos que escutar o torcedor e isso será possível agora com uma plataforma virtual no qual o torcedor poderá se cadastrar e falar com a direção, portanto eles vão ter voz. Precisamos melhorar essa comunicação e vamos caminhar nessa direção”.
Em relação ao investimento de mais de 100 milhões de reais, mas dentro de campo isso não se refletiu, então o que deve ser feito? “Difícil criticar o que foi feito até o momento, pois não estava presente, quero olhar do momento em que cheguei para frente. Não estamos satisfeitos com o resultado desportivo até momento, posso afirmar que os acionistas não estão nada satisfeitos também, além dos torcedores. Estamos transitando de um momento de instabilidade para um momento mais estável e eu acredito muito nisso”.
Em relação à estrutura fora de campo, departamento de análises, núcleo de saúde, nutrição. A parte psicológica que tem afetado os jogadores, isso pode mudar também? Qual sua opinião sobre isso? “A parte psicológica afeta muito e outras áreas também. Hoje se faz um trabalho muito cuidadoso, com bastante investimento, e nesse aspecto quero destacar o trabalho do William Thomaz que está liderando esse processo, temos profissionais muito qualificados nessas áreas de apoio, então posso dizer que um processo de transformação está acontecendo nesse momento”.
Sobre os reforços nesta janela, qual sua participação? “Eu não entro na parte técnica de avaliação de desempenho de reforços. Eu entro em uma parte negocial, contratual, de colocar metas e objetivos para o departamento de futebol, assim como eu faço com outros departamentos do clube. Sobre o trabalho do clube, na janela, vocês já viram que foram feitas duas contratações que já foram anunciadas. O clube está ativo no mercado´, mas não vamos comentar contratações nem negociações em curso. Quando chegar no final da janela, o William vai fazer uma coletiva que vai explicar os movimentos de contratação, os movimentos de saída e qual é a direção desportiva do clube”.
Em relação ao cargo de executivo de futebol, que está vago, o clube tem urgência em contratar esse profissional? “Esse não é um foco agora, no momento esse trabalho está sendo desempenhado pelo Willian, que é o head esportivo. Pensamos sim em reforçar as estruturas do clube, e reforçar a área desportiva, mas o foco agora é no final da temporada”.
Em relação às contratações prometidas na janela, existe dinheiro para isso? “Não passa por uma questão financeira. O clube continua ativo na janela, e provavelmente chegarão novos reforços, mas não vamos comentar nesse momento, perfil de contratação, quantas contratações serão feitas. No final da janela o William fará uma coletiva com vocês explicando tudo”.
Sobre os 100 milhões aplicados, isso faz parte do montante de 450 milhões em 10 anos? “Não quero entrar em detalhes do contrato, até porque existem cláusulas de confidencialidade, mas os investimentos foram feitos e continuarão sendo feitos, dentro do compromisso firmado”.
Que comparação pode fazer da experiência anterior com essa de hoje no Coritiba? “Do ponto de vista da largada é muito parecido. O Cruzeiro tinha uma dívida alta e receita baixa porque vinha de três anos na série B. Aqui está mais estruturado do ponto de vista do passivo com a RJ. Mas tem coisas que utilizei lá que vou utilizar aqui”.
Quanto à construção do CT e reforma do Couto, tem alguma novidade? “O CT é uma prioridade estratégica. Nesses nove dias de clube já participei de umas quatro reuniões sobre o CT. O projeto é maravilhoso e está praticamente concluído. Sobre o prazo, espero que comece a construção no primeiro semestre do ano que vem. Tem pessoas trabalhando full time nisso”.
Qual o poder que a SAF tem sobre a associação e vice-versa? “São entidades separadas, nenhum poder sobre o outro. Quero buscar a harmonia entre os acionistas e a associação. Já recebi alguns conselheiros e ex-presidente da associação e passamos toda a informação necessária”.
Nesses nove dias de trabalho qual foi seu foco principal? “Tenho auxiliado o Willian na janela, em algumas negociações. Acredito também que temos falhado na comunicação, então estou pensando em algumas ações para que haja mais aproximação e dar mais voz aos torcedores”.
Qual sua visão sobre o plano de negócios da SAF? “A parte desportiva não está andando da maneira como queríamos, apesar dos investimentos feitos, mas o desafio maior é voltar o mais rapidamente para a série A e se estabilizar lá”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)