BOB COXA
Colaborou o torcedor Coxa-Branca Luiz Carlos Betenheuser Júnior
Pela quinta vez, o Brasil receberá os shows da banda The Cult. Os ingleses, capitaneados pela dupla Ian Astbury (vocalista) e Billy Duffy (guitarrista) voltam às terras brasileiras depois das passagens em 1991, 1995, 2000 e 2006 (Curitiba recebeu shows em 2000 e 2006), desta vez para apresentar o show do novo CD da banda, intitulado “Born Into This” (2007).
Conheça um pouco da história da banda:
OS PRIMÓRDIOS
Southern Death Cult
A banda nasceu nos primórdios da década de 80, mais precisamente em 1982, em Bradford, Inglaterra, quando o vocalista Ian Astbury, decidiu montar uma banda. Surgia o Southern Death Cult, um grupo punk (eles tratavam como ‘positive punk’) influenciado pela música e o visual dos anos 60.
O nome era uma referência a uma tribo de índios norte-americanos que viviam no sudeste dos EUA, perto do rio Mississipi – durante a juventude, Ian viveu no Canadá, perto de uma reserva indígena, a da Seis Nações, levando esta influência para sua música.
"Moya" é um dos três singles nesta fase. A música tem um ar poético, com referências à cultura indígena e o conflito com a sociedade ocidental, seja na letra, seja na sonoridade, similar aos cânticos de guerra. Outros singles são “Girl” e “Fatman”.
O disco contava com 13 músicas: “Fatman”, “Moya”, “The Girl”, “All Glory”, “Today”, “False Faces”, “Flowers In The Forest”, “Patriot”, “The Crypt”, “Crow”, “Faith”, “Vivisection”, “Apache”, “Moya” e “Fatman”.
Death Cult
Inglaterra, idos de 1983. Neste ano, haveria a mudança de nome da banda, excluindo-se o termo “Death”, considerado por demais pesado à banda – sobre o tema, Astbury disse: “Somos mais vida do que morte” - e muito ligado ao movimento Gótico, que ganhava espaço no cenário europeu. Com esta mudança, a banda dava sinais que seguiria novos caminhos musicais.
Com a entrada do guitarrista Billy Duffy (do Theatre of Hate), a banda passa a se chamar Death Cult. Completavam a formação inicial o baixista Jamie Stewart e o baterista Nigel Preston.
Nesta fase, a banda ficou caracterizada como situada musicalmente entre o Pop, o Rock e o Gótico (que surgiu no cenário musical como sendo uma fase de pós-punk).
Destaque às músicas “Ghost Dance” (influência da cultura indígena), “Horse Nation” e “God’s Zoo” chamam mais a atenção.
O Death Cult lançou dois discos: “Death Cult” (com as músicas God's Zoo, Brothers Grimm, Ghost Dance, Horse Nation, Christians e God's Zoo (These Times)) e “Ghost Dance” (com as músicas God's Zoo, Brothers Grimm, Ghost Dance, Horse Nation, Christians, A Flower In The Desert, Too Young, Butterflies, With Love e God's Zoo (These Times)).
PRÉ-CULT
Dreamtime
Já com o nome definitivo de The Cult, em janeiro de 1984, surge o primeiro álbum, "Dreamtime", típica referência à cultura indígena, algo inovador no cenário musical da época. A faixa título foi o carro chefe do disco e marcou época com o verso "My long hair is A extension of my Heart".
O álbum é tido como eclético para a época, fez com que a banda fosse classificada desta forma pela mídia: “Muito gótico para o público em geral, muito heavy para os góticos e muito progressivo para os punks”.
O disco de estréia contava com as seguintes canções: Horse Nation, Spiritwalker, 83rd Dream, Butterflies, Go West, Gimmick, A Flower In The Desert, Dreamtime, Rider In The Snow e Bad Medicine Waltz. Na versão em CD, mais três composições: Bone Bag, Sea And Sky e Ressurection Joe.
Segundo Julio Punch, um fã da banda que fez uma pesquisa sobre as simbologias das letras e imagens relacionadas ao Cult, o título se relaciona a Dreamtime ou Dreaming, um conceito de uma religião tradicional dos indígenas da Austrália, relacionando a ação mítica dos antepassados nas ações do presente.
Neste disco, a presença da influência da cultura indígena era grande: as músicas Spiritwalker e Riders In The Snowteriam sido inspiradas no filme "Windwalker" (existe a citação direta na letra de “Spiritwalker”), que trata sobre a estória de um curandeiro índio.
Outra música influenciada pela cultura indígena é Horse Nation, que teria citações de canções de guerra dos Lakotas.
Love
Em 1985, ainda em Londres, a banda lança o disco "Love", cujo título é tido, por alguns, como sendo uma grande provocação ao cenário gótico que assolava o Reino Unido, com bandas como The Sisters of Mercy, The Cure e Bauhaus.
A proximidade com temas indígenas continua, mas desta vez com um conceito mais jovial, quase pueril. “Rain”, “Brother Wolf, Sister Moon” e “She Sells Sanctuary” ainda mantinham a proximidade com o ‘perfume pueril’ adolescente da banda.
Uma tese é de que “She Sells Sanctuary” – a Monalisa do the Cult, como vaticinou Ian Astbury - tem a letra cuja citação faz parte do livro "Lame Deer: Caçador de Visões", que retrata a história de vida de um homem contemporâneo com descendência Lakota. Por duas vezes, Ian Atsbury tratou em entrevistas o tema “She Sells”. Numa, em 1991, a citando como referência ao sexo; outra, quatro anos depois, como sendo uma referência ao amor. É a música mais famosa da banda e a mais tocada em toda a história dos shows do Cult.
She Sells teve seus riffs de guitarra imortalizados pelo timbre dos pedais - Phaser e Wah-Wah em delay, um trabalhando contra o outro, delays longos e curtos -, que deram à música um ar leve, místico, quase que dançante. É a música da banda que mais aparece em trilhas sonoras (With Honors, Singles e Free Enterprise) de cinema.
Devido ao grande sucesso, diversos remixes desta música foram realizados. Um deles, Howling version, utilizou uivos dos lobos do Zôo de Londres. Em 1993, a banda lançou dois EPs de remixes de produtores famosos, como Dog Star Radio Remix, Dog Star Rising Remix, Flusteresqueish Remix, Phlegmatic Remix, Slutnostic Remix and the Sundance Remix, Philip Kelsey Remix e uma versão Trance. Há também as versões Assault On Sanctuary e o remix Extended Version desta música.
A citação à mitologia egípcia está em “The Phoenix”, que destaca a deusa do sol, Rá, numa analogia ao desejo (é de certa forma usual de Ian Astbury usar de figuras de linguagem nas letras, para criar a multi-variedade de avaliações).
O faixa de abertura do disco, "Nirvana" (que abriu vários shows da banda) tem relação teosófica. Nirvana significa "extinção", em sânscrito, mas poderia ser descrito como a busca pela libertação, no conceito budista, o qual é atingido pelo mais elevado grau de concentração.
A simbologia da capa do LP traz várias vertentes: símbolos religiosos, medievais, o Yin Yang, teosofia (do movimento da Sociedade Teosófica, fundado pela russa Helena Petrovna Blavatsky (também conhecida como HPB). Já a música “Hollow Man” é supostamente inspirada no poema "The Love Song Of J Alfred Prufrock", de TS Elliot.
Love traz as seguintes músicas: “Nirvana”. “The Big Neon Glitter”, “Love”, “Little Face” (adicionada na versão remasterizada, em 1997), “Brother Wolf, Sister Moon”, “Rain”, “The Phoenix”, “The Hollow Man”, “Revolution”, “She Sells Sanctuary”, “Judith” (adicionada na versão remasterizada, em 1997) e “Black Angel”.
Peace
Em 86, ainda na Inglaterra, a dupla Astbury e Duffy, base do grupo, trabalham em “Peace”, que tem um clima adolescente, mas que não agradou aos músicos, que resolvem ir para os Estados Unidos, onde o produtor Rick Rubin, que trabalhara com Slayer e Danzig, mudou radicalmente o conceito do álbum. “Peace” deixou de existir e passou a se chamar “Eletric”, totalmente reformulado, com nítidas influência de AC/DC, Stones e Zepellin. Mais pesado, o disco foi rotulado como "Hard Blues Rock".
Eletric
As gravações, feitas em Nova Iorque, deixaram marcas na banda: convívio com a máfia e os Hells’Angels, que estava nas proximidades, bagunças com o pessoal do Slayer e o namoro de Astbury com a modelo e produtora de moda, Renée Beach, que aparece nos vídeos “Edie – Ciao Baby” e “She Sells Sanctuary” (Versão 1993). Durante a excursão pelos EUA, a banda abriu os concertos para Billy Idol.
"Electric", seria o ponto de partida da banda para o mercado norte-americano. Se “Love” tinha ares de amor, “Eletric” tinha ares de sexo. Deixando a espiritualidade e os ares juvenis de lado, a banda verte um caminho totalmente diferente: mais cru, rápido e direto.
O disco apresentou as músicas “Wild Flower”,“Peace Dog”, “Lil' Devil”, “Aphrodisiac Jacket”, “Electric Ocean”, “Bad Fun”, “King Contrary Man”, “Love Removal Machine”, “Born To Be Wild”, “Outlaw” e “Memphis Hip Shake”.
As composições das músicas "Wild Flower" e “Lil’Devil” verteram para o lado ‘romântico’ da banda – ao seu jeito, claro, nada de água com açúcar. "Peace Dog" e “Love Removal Machine” também marcam época, com LRM sendo a música escolhida pela banda para encerrar as apresentações ao vivo. E aí, LRM se tornou verdadeiramente uma “Máquina de Remover o Amor”...
Em “Eletric”, o Cult lançou a versão de “Born To Be Wild”, de Steppenwolf, que ficou famosa pelo filme “Sem Destino” (Easy Rider). Anos mais tarde, em 1989, a banda tocaria “Born To Be Wild” numa jam session com o Aerosmith, num estádio lotado, para o delírio dos fãs.
Durante o ano de 87 a banda excursionou pelos EUA. Na época, ao lado dos nem um pouco famosos Guns n’ Roses, como que se antecipando o grande sucesso comercial da banda que surgiria dois anos depois.
Sonic Temple
O disco “Sonic Temple” foi um divisor de águas para a banda, que ganhou notoridade pelos Estados Unidos, sendo o maior sucesso comercial do The Cult. Ainda com Jamie Stewart no baixo – Jamie deixaria a banda durante o período “Sonic Temple” -, a banda adotou o estilo Hard Rock, vestiu couro e botas e bateu os recordes de vandagem na história do Cult.
O disco é caracterizado pela influência do guitarrista Billy Duffy, bem diferente dos dois discos seguintes, “The Cult” e “Ceremony”. Naquele, o vocalista Ian Astbury dava o tom criativo dos trabalhos; já em Ceremony, quem 'comandou' a cena foi Billy, aumentando o estresse entre a banda. Tanto que nas sessões de gravações do disco, Billy e Ian pouco se viam, trabalhando em horários diferentes.
As letras deixaram de ter uma conotação intimista e poética de “Love” para ser, em algumas delas, uma junção de frases com sonoridade, basicamente, adaptando-as aos riffs da guitarra de Billy.
Em “Sun King”, uma combinação marcante de guitarra e baixo na introdução da música, a sonoridade de “Sonic Temple” ficou clara: quem dava as cartas era Billy, dono de uma personalidade bastante diferente de Ian. Enquanto este flertava com o intimismo e as variações de humor, Billy era o cérebro da banda. Se Ian era a emoção, o coração e a alma, os braços e os pulmões do Cult eram Billy, que trazia o equilíbrio necessário para profissionalizar a banda. Para ele, o Cult sempre foi um trabalho; já Ian aparenta fazer da banda uma ferramenta de expressão e comunicação sobre suas experiências e visão do mundo.
Sonic Temple colocou o Cult no circuito dos mega concertos. Abrindo para Metallica – que também teve Queensrÿche como banda de abertura de seus shows durante a temporada norte-americana – e levou a banda ao estrelato.
O disco contava com as seguintes composições: “Sun King”, “Fire Woman”, “American Horse”, “Edie (Ciao Baby)”, “Sweet Soul Sister”, “Soul Asylum”, “New York City”, “Automatic Blues”, “Soldier Blue”, “Wake Up Time For Freedom”, tornando rapidamente “Fire Woman”, “Edie” e “Sweet Soul Sister” hits da banda - todos os três com clipes lançados com grande sucesso na MTV norte-americana.
O disco traz outro conceito musical à banda, nitidamente hard rock agora, com um apelo variando entre o sexy e o espiritual nas letras (Astbury destaca a cultura indígena nas letras), uma variação que nitidamente interessava ao vocalista.
Contendo músicas sobre nativos americanos como em “American Horse” e “Soldier Blue”, a balada “Edie (Ciao Baby)” era uma ode a Edie Sedgwick, modelo e atriz dos anos 60/70 que virou ícone da Pop Art de Andy Warhol, antes de sua precoce morte. Nesta música, a presença de violoncelos, um tempero a mais para o Cult.
Em "Fire Woman" e “Sweet Soul Sister” – supostamente uma homenagem a Renée Beach, namorada do vocalista - as letras brincam com o sexismo. "Sweet Soul Sister" foi gravada em 1989, para o álbum Sonic Temple (the Cult). Escrita por Ian Astbury e Billy Duffy, a “Doce Alma Irmã” tem o jeito do vocalista, que sempre gostou de flertar entre o sexy e o transcendental.
“Como em todas as minhas músicas, eu gosto de deixá-las abertas às interpretações das pessoas e de esperar que elas se encontrem dentro de minhas canções” disse Astbury, em abril de 1989.
Em 89, a banda fez uma apresentação na TV norte-americana com as músicas “Born to Be Wild” e “Sun King”. O vocalista Ian Astbury é conhecido por mudar as letras das músicas – o que é um direito, afinal, ela a criou - quando está em cena e na apresentação na TV não foi diferente, com direito ao ‘bônus’ dos já tradicionais palavrões e os jogos de cena para as mulheres da audiência, fato reverenciado em alguns dos clips da banda (como “Sweet Soul Sister”, na versão clip e na versão ao vivo do DVD da banda, em 2001, na cidade de Los Angeles).
Não sei ao certo se a música tem alguma referência às mulheres de Ian, como nos clips de Edie e She Sells Sanctuary (versão 1993), que teveram a presença de Renee Beach (estilista da banda nos tempos de Eletric); ou como em Coming Down, que teve Heather, ex-esposa de Ian, com quem ele teve dois filhos.
Ceremony
Em 1991, surge "Ceremony", com o retorno às origens das nações indíginas com canções como "Ceremony", “Wild Hearted Son”, "Indian" e "White". Se "Sonic Temple" foi mais hard, "Ceremony" foi – definitivamente - mais cool, o álbum mais melódico da carreira da banda, com dois teclados e um belo arranjo de piano em "If".
O disco teve uma má aceitação da crítica e dos fãs – basicamente, “Wonderland” se salvou e foi tocada no retorno da banda com em 2006/2007. Uma música - “Earth Mofo” – traz uma sonoridade diferente das demais, numa composição mais rock, a lá “In the Clouds”, tida como a música mais punk do the Cult.
Vindo de problemas crônicos com drogas e álcool – além das ausências familiares -, a fase de “Cerimony”, trouxe um Cult em baixa.
Com um revés judicial – um processo milionário de índios sioux pelo uso da foto de um menino índio na capa do disco –, mais problemas para a banda.
Ceremony contava com as seguintes músicas “Ceremony”, “Wild Hearted Son”, “Earth Mofo”, “White”, “If”, “Full Tilt”, “Heart Of Soul”, “Bangkok Rain”, “Indian”, “Sweet Salvation” e “Wonderland”. Destas, “Wild Hearted Son” e “Heart Of Soul” lançaram singles e videos.
Em 91, vez Ian decidiu organizar um festival de música do espírito de Woodstock, o "The Gathering of Tribes". Foram dois dias de festa que teve boa aceitação da mídia e dos fãs. Realizado em Los Angeles e San Francisco, o Gathering contou com a participação de nomes como Ice-T, Wi-Shan American Indian Dance Theatre, The Cramps, Soundgarden, The Mission UK, e Iggy Pop. Por questões de segurança, Public Enemy não se apresentaram (a banda tinha tido incidentes violentos em shows recentes).
The Cult
A banda retorna em 1994, com o disco intitulado "The Cult" – também chamado de “Black Sheep” (Carneiro Preto), devido ao animal que aparece na capa do álbum -, um trabalho no qual a influência da cultura indígena foi deixado de lado e já com Craig Adams (ex-Sisters of Mercy e Mission UK, que já tocou uma versão introspectiva de “Wild Flower” em seus shows) no baixo.
É o disco mais intimista, emocional e introspectivo da banda. Novamente um disco Ian, não Billy. Desta vez, algum flerte com a música eletrônica (como na canção “Witch”).
As letras tratavam dos relacionamentos (humanos e divinos), liberdade e temas mais sombrios, como a morte dos amigos (jovens): o ator River Phoenix , na música “Sacred Life”, que também fala Kurt Cobain (vocalista do Nirvana) e Andrew Wood (vocalista do Mother Love Bone).
Em vídeo, uma homenagem à então esposa, Heaterlyn Campbell, que aparece no vídeo “Coming Down (Drug Tongue)” e que é o tema da música “Joy. Outra homenageada pela banda foi a cantora Nico, ex-Velvet Underground.
Com problemas familiares e pessoais aflorando em Ian, a banda se desfez ainda durante a turnê mundial, em 95, após um show no Brasil.
O disco trouxe as seguintes canções “Gone”, “Coming Down (Drug Tongue)”, “Real Grrl”, “Black Sun”, “Naturally High”, “Joy”, “Star”, “Sacred Life”, “Be Free”, “Universal You”, “Emperor's New Horse” e “Saints Are Down”.
O hiato com Coloursound e Holy Barbarians
Com a dissolução da banda, Ian forma o Holy Barbarians (1996), chegando a fazer alguns shows com a banda, que lança um disco, o “Cream”. Já Billy forma o Coloursound (1998), com Mike Peters, ex-Alarm. Ambas as bandas tiveram nos seus set lists dos shows canções do Cult. Neste intervalo, Billy Duffy também fez uma participação num disco do Vent 414.
Ian fez uma peregrinação ao santuário no Tibete – o que o influenciou para participar com a banda, anos depois, do festival pela libertação do Tibet (em 1999, o “Tibetan Freedom Concert”).
Na volta da peregrinação, além das tatuagens, Ian grava um disco solo, o "Spirit / Light / Speed", um termo derivado da tradição da moderna Wicca Witchcraft. O disco traz, entre homenagens a Che Guevara, visões libertárias e humanistas e temas religiosos, um novo formato musical para o cantor, numa nítida tentativa de combinar o rock com o eletrônico.
Um retorno, em 1999
Às vésperas da virada do século 20, a banda se reencontra em 1999. O clima nostálgico agradou a dupla que volta ao palco em 5 de abril de 1999, num show no Viper Room, em Hollywood, Califórnia, numa jam com o pessoal do Neurotic Outsiders.
Com Matt Sorum na bateria (que voltou a tocar na banda – Matt deixou o Cult em 89 para tocar nos Gunners) e Martijn Le Noble (ex-Porno for Pyros) no baixo, eles tocaram um cover do Sex Pistols e “Wild Flower”
e “Love Removal Machine”.
A química estava de volta e a banda excursiona pelos EUA. Tanto que dois anos depois, novo material seria lançado em disco, para a alegria dos fãs.
Trilha sonora na volta à ativa
A banda volta em 2000, trazendo o hit “Painted on My Heart”, trilha sonora de “Gone in 60 Seconds”, com a belíssima Angelina Jolie e Nicolas Cage no elenco. No filme, a música surge num momento voeyer de Jolie & Cage, ao assistirem à distância, as cenas de um casal com a janela entreaberta.
A música, que foi criada para o Aerosmith, mas acabou ficando a cargo do The Cult trouxe grande sucesso de mídia para a banda, que voltou a aparecer para os fãs.
“Painted” seria tocada ao vivo na turnê do “Renascimento – América do Sul”, no Brasil (Curitiba, inclusive) e Argentina. Na versão tocada em Buenos Aires, pirateada pelos fãs, alguns palavrões adicionados, o que mudam conceitualmente a música, que deixou de ser uma declaração de amor para ser uma declaração de, digamos, (des)amor.
Beyond Good And Evil
Em 2001 surge novo trabalho em estúdio, “Beyond Good and Evil”, que tinha “War (The Process)”, “The Saint”, “Rise”, “Take The Power”, “Breathe”, “Nico”, “American Gothic”, “Ashes And Ghosts”, “Shape The Sky”, “Speed Of Light”, “True Believers”, “My Bridges Burn”. Na versão japonesa e australiana, o disco continha a canção “Libertine”.
“Acima do Bem e do Mal” traz um Cult voltando às origens do rock. A faixa 1 do disco, “War”, causaria mal-estar para Ian Astbury naquele ano, depois dos incidentes de 11 de novembro nos Estados Unidos. O clima de terror fez a banda dar uma parada nas atividades em solo norte-americano.
Deste disco, destaque para a carismática “Rise” (single e clip da banda e o mote do Renascimento), marca de um disco poderoso, cru, bem rock. A letra, coincidentemente, pode ser encarada como um renascimento da união entra a banda e seu público: "You are the sun, I am the flames, You are the blood, I am the same,
We are the love that rises again".
Ainda em 2001, no Japão, um show surpresa, com o Zilch (com quem Ian trabalhou algumas músicas gravadas em disco, com destaque para a poderosa "Ape Messiah"), uma banda formada por músicos com características inovadoras e multifacetadas.
Eles voltam a tocar no Brasil, inclusive em Curitiba (fato que ser repetiria em 2006, depois de nova parada e de Astbury fazer algumas turnês no novo Doors, o Doors do século XXI).
Novo hiato e a volta, mas sem novidades no repertório.
Entre apresentações com bandas como Doors (do século 21), MC5, Circus Diablo, Camp Freddy, Dead Men Walking e Cardboard Vampyres, Billy e Ian voltam com o Cult em 2006, mas sem registro de material novo. A excursão mundial tem o repertório baseado nos discos antigos.
O ano de 2006 começaria com uma apresentação na TV, no “Late Late Show With Craig Ferguson”, com duas músicas: “Wild Flower” e “Love Removal Machine”.
Born Into This
A banda lança material novo em estúdio no ano de 2007. Um álbum equlibrado, musical e liricamente. A banda retorna com ares dos tempos de “Eletric” e “Sonic Temple” e letras ‘diretas’, que falam sobre relacionamentos humanos, sem tanto simbolismo como nos tempos de “Love”.
“Holy Mountain” e “Diamonds” são músicas que falam dos relacionamentos amorosos do vocalista. Já em "Sound of Destruction" e "Citizens", Atsbury fala da cultura ocidental e seus problemas.
Mas quer saber mais sobre o disco? Então, vá no show e confira o renascido The Cult. E boa diversão!
PROMOÇÕES
Os internautas interessados em descolar pares de convites para o show do The Cult podem participar de duas promoções:
91 Rádio Rock e Limão. Boa sorte e bom show!
SERVIÇO
Para conferir o melhor site em português sobre a banda, visite The Cult Brasil. Disparado, o melhor material do Cult em nossa língua pátria.
O show do The Cult acontece no dia 07, terça-feira, a partir das 21h, no Curitiba Master Hall, situado na Rua Itajubá, 123, no Portão Informações: (41) 3013-3374.
Os ingressos custam R$ 70 (meia entrada para estudantes e doadores
de um quilo de alimento). A mesa para quatro pessoas custa R$ 400 e camarotes
para 12 pessoas R$ 1.200 (valores não incluem o ingresso).
Valeu, moçada. Voltarei em breve com outras dicas culturais pra vocês. Se você tem uma banda, um grupo teatral, é cineasta, cantor, cantora, faz qualquer tipo de expressão artística ou cultural e quer divulgar aqui no COXAnautas, manda o material pra mim: bobcoxa@coxanautas.com.br.
Todos os e-mails serão lidos com toda a atenção do mundo.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)