Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
Como avalia o primeiro clássico do ano? “A avaliação como um todo é positiva, apesar de termos jogado 70% do jogo com um jogador a mais. Criamos algumas chances, mas poderíamos ter criado mais. No primeiro tempo, já com um a mais, tivemos uma boa oportunidade numa tabela com Brumado e Vini, mas a bola se alongou. A equipe fez o que o jogo exigiu que fizesse, principalmente no segundo tempo, onde a chuva prejudicou nossa superioridade numérica. Com a chuva tivemos que jogar com bola longa, e as trocas que fiz foram para aumentar a estatura do time e a parte física. O Bianqui teve uma oportunidade muito boa no cruzamento do Ronnier e se o Dudu não tira, provavelmente seria gol. Acho que nosso ano tenha começado de verdade no sentido da conexão entre nós, da entrega e da luta e essa tem que ser a característica da nossa equipe”.
Como administra a situação do fim do jogo, certamente o árbitro vai colocar na súmula e jogadores podem ser expulsos. “Naquele momento não tem muito o que fazer, já conversamos depois do jogo. Essas coisas infelizmente acontecem, num jogo disputado em que o clima acabou potencializando as disputas. Falando do jogo, no primeiro tempo acredito que estávamos levemente melhores do que eles, e poderíamos ter um pouco mais de lucidez principalmente no ataque. No segundo tempo, nós nos adaptamos ao gramado e criamos chances, dentro daquilo que o jogo proporcionou que tivéssemos. Óbvio que gostaríamos de ter vencido, mas estamos criando uma identidade de time e é claro que temos que evoluir, principalmente na parte coletiva do jogo, no último terço do campo, com o adversário marcando mais baixo. Temos que ter paciência para jogar entre linhas, criar volume ofensivo, então temos que criar estes mecanismos para atacar melhor o adversário, mas nós vamos chegar no nível que eu imagino”.
Quanto à preocupação com lesões, hoje Bruno Melo, depois o Felipe Machado? “Uma das críticas que fiz quando recebemos a visita do árbitro no CT, foi a ausência do VAR. A arbitragem hoje está acostumada a apitar com VAR. Entendo a questão do custo, mas hoje é fundamental, principalmente num clássico. Não sei se o Michael fez pênalti no Bianqui. Outro exemplo, o lançamento para o Brumado, que não sei se estava impedido, com VAR o lance seguiria e poderia sair o gol, que depois seria confirmado ou não”.
Sobre a questão de jogar com três volantes, Felipe, Vini e Sebá, deixando o Josué no banco no primeiro tempo. “Estamos experimentando algumas formações, óbvio que o jogo de hoje não era para isso, mas precisamos acelerar o processo de achar o onze ideal. O jogo de hoje pedia que tivéssemos infiltração, presença de área, volume de combinação e cruzamento. O Sebá fez volume de combinação e cruzamento e teve mais do que o Vini. Estamos adaptando esses jogadores para ter mais combinações e jogar entre linhas. O Athletico marca com duas linhas e jogamos com os três para termos combinações laterais e infiltração, por esse motivo escolhi iniciar com o Vini de meia direita. No intervalo, com a expulsão do Léo, segurei um pouco mais o Rafa para soltar mais jogadores para tentarmos dar mais volume. Teve um lance, num passe do Rafinha, para a infiltração do Josué, que, se o campo não estivesse pesado com a bola parando na poça d´ água, poderia ter levado perigo”.
O quanto a chuva atrapalhou no segundo tempo, quando o Coritiba estava melhor, e nas substituições feitas? “As substituições foram totalmente por conta do gramado, pois não tinha como construir por trás. A ideia era trazer o Ronnier e o Bianqui mais próximo do centroavante para fazer ligação direta com o Dellatorre. Assim algumas situações aconteceram, o Bianqui poderia ter feito o gol no cruzamento do Ronnier, mas o Dudu cortou”.
Sobre o Moledo, que entrou e foi muito seguro no jogo. O que foi conversado com ele? “Ele fez o que faz nos treinamentos. É um líder positivo da equipe, jogando ou não jogando, um perfil de atleta que, infelizmente está em extinção no futebol. O que ele fez hoje, para mim não foi surpresa, ele fez um jogo bem seguro”.
O que acha que o Coritiba fez hoje que precisa melhorar? “Toda a equipe tem coisas a melhorar. Quando o adversário marca em linha baixa, ter mais infiltrações, caprichar mais nos cruzamentos. Enfrentar um adversário que coloca oito jogadores à frente da linha do gol, aí precisa ser mais agudo e forçar mais as jogadas de cruzamento, então estamos trabalhando isso diariamente. Não podemos tirar o mérito do adversário, pois sabíamos que eles iam gerar problemas para nós. Defensivamente acredito que nos comportamos bem, apesar de alguns erros. Nossa primeira fase de construção foi até tranquila, escapamos às vezes com certa facilidade e poderíamos ter aproveitado melhor no segundo tempo”.
Acredita que essa conexão com o torcedor hoje durante o jogo e após o término do jogo vai ajudar na temporada? “Vai depender de nós, essa conexão parte sempre de dentro para fora. Hoje acredito que ganhamos a maioria dos duelos e futebol é feito de duelos individuais, o grande desafio é competir nesse nível em todos os jogos, hoje competimos. Temos que ter desempenho para criar essa conexão com o torcedor”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)