Entrevista coletiva
Por: João Carlos Sihvenger
O técnico Mozart iniciou comentando sobre sua marca pessoal hoje que completou 250 jogos como treinador profissional, por coincidência, uma carreira que começou no Coritiba e hoje ele completa essa marca novamente no clube que o revelou.
Falando sobre a vitória de hoje. “Feliz com a vitória, mas temos margem para crescimento e temos obrigação de evoluir e melhorar. Gostei do desempenho do time, a vontade e a entrega são inegociáveis, isso não pode faltar. Criamos bastante, fizemos os gols, mas concedemos algumas situações também”.
Hoje o time foi uma mescla do sub-20 com alguns profissionais, principalmente devido ao que aconteceu no Atletiba, mas houve destaques nesta partida como por exemplo o João Vitor, poderia falar sobre isso? E o fato de jogar com campo pesado devido a chuva, assim como foi no jogo passado, qual o peso para o elenco? “Ainda sobre o Atletiba, eu não tinha me pronunciado a respeito do que aconteceu, sobre o ato de racismo, pois só fui ver em casa. Aproveito a oportunidade para prestar minha solidariedade ao Léo Pelé pelo fato acontecido, é lamentável que isso ainda aconteça. Quanto ao time de hoje, o Coritiba é um time formador, o João Vitor já está treinando conosco, juntamente com outros jogadores jovens, e como o elenco do Coritiba é um elenco enxuto, as oportunidades para esses meninos vão aparecer e vamos otimizar essas oportunidades. O João fez um belo jogo, uma grata surpresa para nós, demonstrou maturidade nas duas fases do jogo. Quanto ao clima chuvoso e campo pesado, são coisas que fogem do nosso controle, por isso tirei o Rafinha e o Moledo porque eles se desgastaram bastante”.
A atuação do João Vitor o credencia para disputar a posição na lateral esquerda? “Não tem idade para jogar futebol, nem para mais nem para menos, hoje existe muita tecnologia, a prova disso é o Rafa, com 39 anos e jogando em alto nível. O João entrou na briga, sem dúvida. Utilizei o João mais ou menos como ele vem sendo utilizado no sub-20, mas com pouco mais de liberdade em certos momentos, principalmente porque tem ímpeto ofensivo, subiu ao ataque várias vezes, inclusive fez um cruzamento que originou o gol do Meurer, por tudo isso, com certeza entrou na briga pela vaga”.
Está na busca do time ideal, mas o quanto as suspensões do Atletiba atrapalharam, juntamente com as lesões? "Eu normalmente consigo achar a equipe ideal com uma velocidade um pouco maior, mas também acredito que para jogar em alto nível tem que treinar em alto nível, então isso estimula a competição interna. O que aconteceu no Atletiba atrapalha, porque perdemos seis jogadores, então utilizei esse momento para ver jogadores como o próprio João, o Jorge que vem treinando bem, o Azaf que se destacou na Copinha, jogador que eu particularmente não conhecia e comecei a observá-lo, o Jonnhy também, então nós temos uma margem de crescimento muito grande ainda”.
Devido às dificuldades de escalação do jogo de hoje, qual a importância dos jogadores sub-20 que entraram? “Foi importante porque a disputa está sempre aberta. Foi importante repetir os dois zagueiros com o Rafa e o Morisco, que deram respaldo para o João. O treinamento é que determina a minha escolha para escalar o time, eu treino igual todos os jogadores. O Meurer jogou a primeira vez comigo hoje, foi bem, mas poderia ter mais ações ofensivas, é uma coisa que vamos conversar internamente, ele tem bom chute, boas infiltrações, mesmo assim fez um bom jogo. Ainda não estou satisfeito com algumas oscilações do time, tenho que subir o sarrafo porque a exigência de trabalhar aqui é grande, e vamos continuar evoluindo”.
Sobre a campanha feita pelo Coritiba no jogo de hoje, contra o racismo. “É fundamental, e não é da boca para fora. O que aconteceu é inaceitável, não só aqui no estádio, mas na sociedade de modo geral, isso já não cabe mais há muito tempo”.
O time já está ficando com sua cara, ou ainda falta tempo e mais jogos? “Espero que aconteça o mais rápido possível, não tenho essa previsão, por enquanto estamos dando oportunidade para todos, independente de idade ou qualquer outra coisa. A briga é interna, nos treinamentos, mas a ideia é termos uma equipe bem entrosada para esta temporada.”
A defesa está sendo mais bem trabalhada por você, visto que é o terceiro jogo sem levar gols, e no Mirassol você conseguiu que o time fosse a melhor defesa da série B? “Estamos trabalhando bastante, mas quando eu falo de defesa me refiro aos 11 jogadores, pois todos tem que participar da fase defensiva. Para se defender precisamos da entrega dos jogadores, eles precisam ser solidários. Um exemplo foi o Delatorre hoje que no primeiro e segundo tempo deu um pique para defender, é esse espírito que precisamos, e essa característica é que vamos criar aqui dentro”.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)