Arquibancada
Quando digo que a torcida do Coritba é chata, não é por acaso. Além de ser pouco paciente com o time (ultimamente com muita razão), agora arrumou uma outra encrenca, mas entre ela mesma. Ou melhor, entre torcedores que habitualmente estão no Couto, mais precisamente na parte debaixo do setor Pro Tork.
Como se já não houvesse problema suficiente, agora a torcida briga entre si pelo direito de assistir aos jogos no Pro-Tork de pé, e outros defendem a ideia de que ali o torcedor deve assistir aos jogos sentado. Para quem quer se localizar na história, a coisa acontece com a turma das cadeiras da frente, da primeira fila, do primeiro anel. Ou seja, quem senta atrás e paga pela cadeira e quer assistir sentado, acaba não vendo o jogo. Ou também precisa se levantar e assistir de pé ou fica sentado e não vê nada. Todos, os que gostam de ver o jogo de pé e os sentados pagam o mesmo preço pela cadeira. A grande questão é: por que pagar mais caro, para assistir o jogo sem usar a cadeira?
Não quero entrar no mérito. De tentar achar culpados. Afinal, avaliei bons argumentos, até bem satisfatórios dos dois lados. Um que paga caro para assistir sentado e outro que paga o mesmo preço, mas prefere assistir de pé, abrindo mão do conforto de se sentar. Paga e prefere não sentar, porque exerce o poder que o espaço sempre ofereceu ao visitante. O de pressão ao bandeira e ao time adversário, quando joga trabalhando por aquele lado do campo. Aliás, diga-se de passagem, um poder que o Coritiba perdeu desde que o setor foi criado, agora com cadeiras maiores, impossibilitando o trânsito pelo local.
Logo que criaram o Pro Tork, ainda na maquete, imaginei que de novidade teríamos apenas a cobertura, e com um pouco mais de conforto na parte de cima. Imaginei uma Mauá mais bonita, mas não elitista como ficou, com camarotes, com valores diferenciados para cadeiras de cima e embaixo. E é preciso reconhecer que era mais bonita antes, quando enchia. Era o primeiro lado do estádio que o torcedor buscava, assim que os portões eram abertos. Hoje não é mais assim. Perdeu a magia da boa e velha Mauá.
Um problema que ainda está em tempo dos administradores do estádio arrumarem, repensando o setor. Quem sabe fazer como nos estádios modernos, com os primeiros degraus sem cadeiras, por exemplo. Ou cadeiras apenas no anel superior? Não sei. Algo precisa ser pensado e que seja de bom tamanho para os dois lados, mas que privilegie o Coritiba, o time no gramado. Para que “arquibaldos e sentados” comecem a se entender para não sermos vítimas de mais um problema, entre tantos que já temos.
A Mauá (Pro-Tork) que assim como o clube, contam juntos uma história grandiosa e que não pode se perder por conta da modernidade, ou da teimosia de alguns que insistem em não repensar seus erros. É preciso rever a geografia do Couto Pereira, para que todos ganhem, mas que acima de tudo privilegie o time, como já disse.
Sou do tempo da Mauá, com a cabines de rádio de madeira, daquele lado. Um outro tempo, sem dúvida, mas que também não pode mais ficar da forma como está.
O moderno precisa respeitar a história do Estádio e tentar acomodar seus torcedores da melhor forma possível.
Era só o que faltava, além da crise administrativa e técnica, agora arrumarmos mais uma confusão, entre torcedores brigando entre si na arquibancada. É pelo menos o que tenho observado sistematicamente a cada partida no Couto.
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