Arquibancada
Este Kazim é mesmo um predestinado. Entrou aos 6 minutos e mudou o jogo. Além de ter dado outra cara ao time, com mais movimentação na frente. Kazim está longe de ser craque, mas é voluntarioso, briguento, tem força física. Já passou da hora de ser entendido pela torcida como um talismã, mas na minha opinião, apenas isso.
Ontem, contra o Atlético Mineiro, teve participação direta nos dois gols. No passe para Veiga e no pênalti. No pênalti talvez o momento onde revelou saber quem ele é de fato. Sentiu que receberia falta. Entre arrancar e tentar o gol, preferiu chamar a falta. Pra mim, numa demonstração clara que sabe usar a cabeça, a inteligência a seu favor.
Não prego sua escalação permanente. Apenas acho que precisa ser respeitado pelas suas limitações, mas ser reconhecido e usado pelo treinador, que deve aproveitar suas qualidades. Digamos que Kazim está para o Coritiba, como Geraldo em seus bons tempos de atletibas históricos. É que não dá pra esquecer as partidas modorrentas que o turco já fez vestindo a camisa do Coritiba.
Tem jogador que casa com a torcida, veste bem a camisa de determinados clubes, se afina com a torcida. Kazim tem tudo isso com o Coritiba. Basta lembrar sua estreia com a camisa Coxa. O número que carrega nas costas tem peso. Antes de assumir a 10, pediu ao ídolo Alex licença para vesti-la. Um respeito que poucos conseguem ter neste mundo pra lá de soberbo do futebol.
Todo cuidado é pouco. O Coritiba é dono de fazer estas bobagens quando a coisa parece mais fácil. Até se justifica. Não é difícil entender que a partida contra o Santa Cruz seja mais difícil do que a de ontem, contra o Galo. Trata-se de um adversário de menor qualidade e por isso não vem aberto como veio o Atlético Mg, buscando o gol.
O Santa vem fechado, sem pretensões. Vai fazer a famosa partida dos 90 minutos “por uma bola”. Jogar no erro do Coritiba.
Jogo perigoso, se levar em conta que o Coxa erra muito, especialmente em passes do meio para trás. Às vezes abusa e se compromete com jogadas infantis, colocando a defesa em maus lençóis, como ontem por exemplo, quando Kleber tinha a bola dominada na intermediária e inventou que o passe deveria ser de calcanhar, perdendo a bola e pegando a defesa desarrumada, quase complicando a vida de seus companheiros.
Não temos craques e ainda não podemos nos dar a estes luxos justo agora. O momento exige muita seriedade, ainda. A água que batia no pescoço, agora bate na bunda. O momento ainda exige muita atenção e seriedade de todos.
A partida contra o Santa Cruz é para garantir o sossego eterno para este resto de 2016, já que contra o Vitória a encrenca será outra, num jogo que será de outras dificuldades.
Ainda não levo em conta os dois jogos fora, contra o Flamengo e Ponte Preta.
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