Arquibancada
Com todo respeito que tenho por grande parte da imprensa, especialmente a esportiva, com muitos amigos feitos durante anos de convivência, com alguns dividindo redação, outros feitos por afinidade, um deles, embora há muito tempo sem contato, Galvão Bueno também faz parte deste time. Que além de colega, foi um grande chefe na rápida passagem pela OM Brasil, depois CNT. Grande pessoa, grande chefe.
Em 1993 foi uma honra ter aprendido com este grande profissional da imprensa esportiva, mas que ultimamente anda exagerando na tentativa de vender os produtos que a Rede Globo coloca em suas mãos para convencer o torcedor que o produto é bom, como a Copa América, por exemplo, recém terminada, mas que de graça não teve nenhuma, a não ser o título vencido pelo Brasil, no Maracanã, na tarde noite deste domingo (7).
Sim, também acho que todo título tem lá sua graça, mesmo que seja de turno de campeonato regional, todo título tem sua graça, mas não é possível esconder que o nível do futebol brasileiro anda tão em baixa que vencer a Copa América não é um feito reconhecido pelo mundo como algo a ser respeitado e reverenciado. É a maior competição entre Seleções da América do Sul, este ano com dois convidados, mas perde de longe para uma competição entre clubes na Europa, pra dar um bom exemplo.
Tudo bem, são duas competições de níveis extremamente distintos, mas que alguns colegas, como Galvão Bueno, parecem não perceber este sentimento que é quase unânime, pelo menos aos que acompanham o futebol pelo mundo. Chega a ser engraçado o ufanismo dado a esta conquista, especialmente da Globo, detentora dos direitos quando tenta vender a Copa América como um produto de qualidade.
Vemos e acompanhamos porque gostamos de futebol, mas nossa inteligência precisa ser respeitada. Sem exageros, sem dar um tamanho que os cubes e o futebol sul-americano já não tem há muito tempo. Até porque a qualidade técnica desta copa América pode ser considerada como muito fraca.
Para nós Coxas, o estrago é maior ainda. Porque se não participamos nem da elite disso tudo, nosso nível de exigência é ainda mais baixo. Define nosso sentimento a frase de Nelson Rodrigues, que geralmente uso por aqui... sofremos e temos ultimamente exacerbado o complexo de vira-lata.
E é este conformismo, que parece enraizado nos porões do clube, que nos incomoda, ainda mais porque a raiz parece se aprofundar cada vez mais, sem que dirigentes e todo o comando ou conselho se mexam para tentar reverter o quadro cada vez mais dramático. O conformismo com a pobreza incomoda. Prova disso são as atitudes e manifestações.
Agem como a Rede Globo, quando tenta vender a nós uma Copa América sem graça, fraca tecnicamente, com discursos que subestimam a inteligência do torcedor.
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