Arquibancada
Há tempos temos uma unanimidade no futebol: a ARBITRAGEM. Melhor, a qualidade dela que anda passando do limite tolerável, longe do que exige a própria FIFA , CBF, clubes e atletas. Ninguém está satisfeito. Dia destes ouvi o próprio presidente da CBF, José M. Marim admitir que algo precisa ser feito.
Me parece que tudo seria diferente e mais compreensível aos olhos do torcedor, se no mínimo houvesse boa vontade das duas entidades em resolver o problema crônico no mundo todo. FIFA E CBF cobram, mas ainda fazem muito pouco para tentar melhorar o nível do “apito”. Não há hoje uma arbitragem livre de questionamentos. O problema é do futebol, onde tiver uma bola rolando e alguém com o poder do apito.
A Copa do Mundo nos mostrou isso – o que na verdade foi um alento, porque até então eu imaginava que éramos os únicos “ruins de apito”. Imagino que parte de todo o dinheiro que entra nas duas entidades (FIFA e CBF) poderia finalmente ser investido também na preparação dos árbitros. E o problema principal passa pela profissionalização. Cada vez mais o futebol se profissionaliza, mas a arbitragem não.
O árbitro de futebol ainda é o bancário, o policial, o vendedor, o comerciante, o dentista... o árbitro ainda é o cara que gosta de futebol e arrumou um quebra-galho para compor a renda familiar. Ainda é permitido que ele apite e viva profissionalmente em outra área. Existem algumas exceções, mas a grande maioria vive assim.
Enquanto FIFA E CBF não saírem do discurso, teremos arbitragens ruins, comprometedoras ao próprio trabalho profissional que se faz em alguns clubes, irritando atletas, dirigentes e torcedores. Enquanto o árbitro for a figura que apenas pune, e continuar errando grosseiramente, será o cara antipático e que muitas vezes vai mais atrapalhar do que ajudar.
É preciso fazer esta turma estudar, treinar, se especializar, só que pra isso vão ter que meter a mão no bolso e investir dinheiro. Dinheiro que anda sobrando dentro da FIFA e CBF e faltando nos clubes. Enquanto isso não acontece,teremos espetáculos comprometidos, com cenas como a que vimos recentemente, com o Coritiba sendo desclassificado da Copa do Brasil, por erros e despreparo da arbitragem.
O mundo do futebol ainda caminha por via suspeita e a arbitragem é um dos principais personagens.
Na Copa do Mundo, por exemplo, logo nas duas primeiras rodadas, com poucas partidas, já era possível apontar cinco erros imperdoáveis.
A teimosia em não ceder aos avanços que a tecnologia oferece, parece ter outros interesses. Não é de hoje que o vôlei, o tênis, o turfe e o atletismo usam a tecnologia, e que ajuda na evolução destas modalidades.
A FIFA ofereceu como novidade na Copa, o recurso da linha do gol, que é alguma coisa, mas ainda acho pouco. O futebol é outro, ficou rápido, o mundo mudou, só a FIFA que não.
Se cedem nesta questão, por que não fazer a coisa por inteiro, em outros vários pontos polêmicos, como exige o futebol moderno? Não há novidade no que digo. O tema é pra lá de batido, mas os últimos erros chamam novamente a velha questão e a Fifa faz o que quer e a CBF diz, sim senhora, dona FIFA.
O presidente do Coritiba, depois de anunciar uma representação contra a arbitragem de Flamengo e Coritiba, sem que ainda seja possível entender, agora passa a mão na cabeça de quem o prejudicou e faz ponderações pra lá de generosas dizendo: sim senhora, dona CBF. Parece que adotou a conversa do “ veja bem, não é bem assim...”
Ou isso é combatido de verdade, ou quem sabe teremos problemas mais sérios pela frente.
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