Arquibancada
Não faz muito tempo e a torcida Coxa ainda era dividida. Desde os tempos de Cirino, Gionedis, Vilson, Bacellar, Samir e Follador, haviam facções dentro do clube.
Divergências que alimentavam discussões políticas sobre os melhores caminhos.
As discussões eram acaloradas, tão intensas que em alguns momentos parecia provocar a primeira grande cisão interna e finalmente quebrar a tradição de nunca ter se divido e a partir dali criar um “racha” e ser mais um entre os clubes brasileiros com histórico de divisão de forças, criando a sua primeira fusão, deixando de ser o tradicional Coritiba Foot Ball Club, fundado em outubro de 1909.
A história contemporânea mudou e a torcida hoje é uma só. As divergências internas deram lugar a um só coro. Agora contra toda a administração da Treecorp, grupo “arrendatário ” do clube.
O planejamento adotado caiu tanto em descrédito e insatisfação do torcedor que, em menos de um ano alcança a inédita unanimidade entre os torcedores que gritam contra a bagunça que se transformou o Coritiba.
A política interna acabou, as discussões de defesa dos interesses pessoais e também do clube, deram lugar ao que chamam de visão estratégica de negócios.
O Coritiba de hoje recupera um pouco a imagem de décadas atrás, quando o personagem do gibi Tio Patinhas, tinha como objetivo único os cifrões, símbolo de ostentação, riqueza e poder.
Parece piada, mas é verdade. Antes que o escudo do clube virasse um $, a torcida gritou e protocolou um protesto e foi atendida. Se não o escudo, o nome do Coritiba Foot Ball Club chegou a ser oficializado nas redes sociais como Coritiba- SAF. A torcida berrou, reverteu e a Treecorp atendeu esta única exigência feita pela torcida até aqui.
Sem força para ir mais longe que isso, movida apenas pelo amor, raramente visto no futebol, a torcida Coxa ainda alcança públicos impressionantes em partidas pouco interessantes, com quase nenhum apelo esportivo. Apenas a louca paixão é capaz de movimentar e levar 20 mil pessoas ao estádio para ver Coritiba x Brusque pela série B do brasileirão, como se fosse mais um dos adversários gabaritados do ano passado.
Mal sabem os novos gestores do clube, que o pouco ainda seria muito. Se tivesse um time pra torcer, que fosse ao menos candidato à briga pelo título com o Santos, Sport ou qualquer um dos candidatos na briga lá no primeiro pelotão da disputa, devolveria um pedaço do Coritiba que o torcedor perdeu. Porque mesmo na condição secundária de uma série B, o Coritiba estaria entre os grandes.
Ainda sonha e aposta num dia depois do outro… segue a saga no calvário que parece não ter fim.
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