Arquibancada
Enquanto Pelé vai se despedindo, levando com ele a história de uma época já morta, fico aqui a lembrar das muitas vezes que perdi pra ele, muitas delas em pleno Couto Pereira - na época Belfort Duarte. Mesmo assim, nunca o tive como adversário. Porque Pelé era patrimônio nacional, ainda é. Com a camisa da Seleção ou do Santos. Vi sua despedida, a milhares de kms de distância, na primeira vez que a televisão conseguiu fazer uma transmissão ao vivo de uma Copa do Mundo. Sem alarde, sem anunciar que estava deixando o futebol.
Na Copa de 70, no auge de sua forma, fez dos campos do México uma passarela. Deu tchau pro mundo com um futebol exuberante. Depois até seguiu frequentando estádios, jogou sua “bolinha” com a mesma categoria de sempre, mas a despedida foi aquela, na Copa do México, em grande estilo, como tri campeão, com a camisa da Seleção, que hoje qualquer perna de pau veste, nos campos ou na rua, berrando em nome de uma causa.
Na Copa seguinte, na Alemanha, o homem que eternizou a 10, já não estava mais lá. Foi quando a Copa do Mundo ou a Seleção Brasileira começou a perder a graça para mim.
Vi Coritiba e Vila Nova, ontem, pensando o tempo todo nisso. Não cabe comparação, não cabe saudosismo. Épocas diferentes, futebol que passa de pai para filho, que preserva a mesma paixão, com Gamalho ou com Pelé.
De ponto em ponto, o Coritiba vai seguindo ao que parece inevitável. Mesmo tomando pressão, mais uma vez Wilson disse porque ficou, porque é titular... o Pelé do nosso gol. Mal ou bem, somou mais três pontos e neste caso é o que mais importa. Depois a gente vê como faz, mas agora, precisa fazer exatamente assim. A sorte que até bem pouco tempo passava longe do Couto, parece estar de volta. Com este futebol que temos e com ela, a sorte, juntos chegaremos lá.
Estou me candidatando a ser um dos 5 ou 10 mil que estarão no Couto, (não sei quantos lugares serão liberados para o jogo contra o Guaraní), não só para ver o time em campo e prestar meu apoio, mas pra chegar bem cedo e rever minha casa que há anos não entro. E ficar ali sentado, quieto, no meu canto, recuperando as muitas histórias que vivi ali dentro, de Pelé a Robinho, ou Alex, ou Tostão, ou Kruger, ou Zé Roberto. Se isso me for permitido, não será para beber com a torcida na Mauá. É pra chegar cedo sim, entrar, escolher um canto e namorar o Couto o tempo que der.
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