Arquibancada
As portas do Coritiba se abriram, mas já estão se fechando para o atleta Mosquito. Provavelmente mal orientado por seu empresário, o jogador agora tenta dar uma guinada no rumo das negociações de renovação de seu contrato, entrando na Justiça do Trabalho com pedido de rescisão de seu vinculo com o clube.
Sem entrar no mérito do justo ou não. Da qualidade ou não de Mosquito, do merecimento ou não que o jogador possa ter, seu pedido primeiro invalida toda a primeira tentativa de acerto que havia entre empresários e clube. Agora, parece restar apenas a justiça como meio para solução do impasse.
Creio que nesta relação profissional, precisa haver entre as partes bom senso. O jogador me parece precipitado e mal orientado, decidindo, na minha opinião, pelo errado, pelo menos neste momento, o mais importante de sua carreira. Justo agora, quando as atenções deveriam ser nestes primeiros passos como atleta profissional, a cabeça de Mosquito foi feita pensando em “se dar bem”, já neste primeiro contrato como profissional.
Prevalece a ganância e não a preocupação com o desenvolvimento profissional do jogador. Atitude que pode ser relevada se a gente levar em conta que se trata de um menino de 20 anos, ainda sem maturidade para decidir sozinho o que é bom ou ruim para sua profissão.
Sim, Mosquito revela no mínimo imaturidade, não conseguindo dimensionar o tamanho do problema que cria para ele mesmo a partir de agora. Além da antipatia com a torcida do Coritiba, tanto ele como seus assessores são personagens que serão levados em conta por qualquer clube que possa se interessar pelo menino daqui pra frente. Pior que tudo isso é a possibilidade de ficar sem jogar quase o ano todo.
Você começa mal a sua carreira, Mosquito. Neste momento é preciso ser inteligente e pensar no seu futuro. Olhar pra frente e colocar na balança prós e contras. Até porque, você até agora não é nada mais do que um jogador ainda em formção, nada mais que uma promessa. E você sabe que a maioria fica pelo meio do caminho.
É preciso primeiro a vitrine que você despreza neste momento, para depois exigir alguma coisa. Caso esta história termine bem, tanto para você como para o Coritiba e lá na frente cheguem a um acordo, parece que seu caminho não deve ser o Alto da Glória.
Se assim for, será preciso cumprir um contrato pelo menos até setembro, quando a temporada estará entrando na reta final e você não terá jogado sequer uma partida como profissional. Estará em total inatividade durante quase todo o ano de 2018.
Quer um conselho? Procura os dirigentes do Coritiba e muda o rumo desta história. Tenta chegar a um acordo, um meio termo que agrade a você e ao Clube e fica aí, jogando pelo menos até setembro. Mesmo assim, você ainda terá que ser bem convincente a uma parcela da torcida que já te colocou na cruz. Dê um jeito de ganhar novamente a simpatia de alguns torcedores, se é que você pretende jogar este ano.
Parece mais inteligente manter a forma jogando, do que apenas treinando. Assim, você também se coloca na vitrine de novo. Por enquanto, o que você tem é mais um problema: ganhou a antipatia de alguns torcedores. Mesmo que a maioria, ou uma grande parte acredite que nesta relação deva prevalecer apenas a questão profissional e não a paixão que é apenas coisa de torcedor. Mesmo que queiram apenas o seu futebol, e de preferência com qualidade. Mesmo assim você terá que agora ser mais convincente do que foi até aqui.
Sabe-se muito bem como são as coisas neste mundo do futebol. Vocês atletas e clubes precisam mesmo manter a relação profissional. Ao torcedor sobra sempre a paixão, a inocência de achar que um dia alguém vista a camisa do seu clube por amor, como muitos um dia fizeram e que poucos ainda fazem.
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