Arquibancada
Já estive nos bastidores do futebol, mas nunca dentro de um vestiário ou de um departamento de futebol, onde a conversa corre solta, sem censura, sem melindres.
Gostaria de ter tido acesso a duas situações nestes dias, até para tentar entender o nível do trabalho de Marquinhos Santos. A minha primeira curiosidade é de querer saber o que este cara treinou durante a semana que antecedeu à decisão e que tipo de conversa estão tendo diretores e departamento técnico.
Lembro que na semana da decisão, fiz algumas conjecturas, dizendo que Marquinhos tinha as rédeas do jogo. Esteva com ele toda a estratégia para virar aquele placar adverso. Imaginei muitas situações, mas ainda lembrei que mesmo assim, para virar o jogo, precisava encarnar o espírito de Elba de Pádua Lima, o Tim, o maior de todos os treinadores que vi passar pelo Coritiba, o único que virava jogo no vestiário.
Como bom estudioso, julguei que Marquinhos deveria aparecer com algo no mínimo surpreendente. Não que nisso estivesse a nossa solução, mas algo pelo menos ousado. Mas não foi o que vimos. Ou ele foi mal entendido, ou de fato apenas fez o que vimos durante o jogo: novas situações para cobranças de escanteio e chuveirinho.
Por isso, minhas desconfianças com Marquinhos desde agora. Assim como Vaná que faz tempo que queimou seus últimos cartuchos, estou colocando Marquinhos Santos no mesmo pacote.
Minha curiosidade segue pelo que deve estar sendo conversado lá dentro, nos bastidores. Além do trivial, da conversa motivacional dele com os jogadores, algo mais inteligente deve acontecer entre ele e o departamento de futebol. Tento imaginar o conteúdo desta conversa. Porque ali não tem bobo. Imagino que tenha sido cobrado. Se não foi, precisa ser o mais rápido possível. O Coritiba precisa finalmente ganhar uma cara tática.
Meus amigos, a inexplicável campanha do Coritiba neste paranaense já tá pra lá de injustificável. Prevalece a máxima daquela história que o raio que não cai duas vezes no mesmo lugar. Aqui caiu muito mais que isso. Ano retrasado, passado e agora mais uma vez. Pra não lembrar os dois anos seguidos de vice na Copa do Brasil, outro raio que caiu duas vezes inexplicavelmente. Nunca chegamos numa final, quando chegamos por dois anos seguidos, somos vice.
Temo pelos próximos dias. Sem nenhuma confiança neste time e na turma que comanda ele, não quero nem pensar na outra porta que estamos prestes a abrir; a de uma crise sem precedentes, caso voltemos para casa sem nenhum ponto nesta semana. Uma derrota na Copa do Brasil e outra em Chapecó, afunda o barco. Você sabe que isso não é conversa de pessimista. Isso é possível, sim.
Se isso acontecer, a segunda feira amanhece cinza no Alto da Glória e coloca uma nova situação de descontrole, que para arrumar vai precisar de muita gente lúcida e acima de tudo experiente, coisa que não temos. O medo de um time descontrolado, sem comando, tomando surra de todo mundo neste brasileiro. O medo de não ser respeitado por ninguém. De adversários olharem pra tabela e contarem com os pontos quando o adversário é o Coritiba.
Apenas levanto mais uma questão para deixa-los pensando. Prefiro estar enganado e que na segunda-feira, eu possa voltar e me penitencie, respirando aliviado, mas todos sabemos que estamos em estado de alerta e esta conversa furada do vice de futebol, Ernesto Pedroso, que temos time para brigar pela ponta da tabela, é papo furado.
Temos duas partidas pela frente que podem definir nosso futuro para o resto da temporada. Olho aberto e atenção máxima, é o que exige o momento. Mais do que nunca.
Acorda, Coxa!
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