Arquibancada
Durante a semana falei que admitia até um empate, mas pelo menos com um futebol convincente, para com tranquilidade buscar a classificação na segunda partida no Couto. Nem foi convincente e tão pouco trouxe o empate.
Não estou entre os otimistas que se iludiram com os resultados com o Cianorte, mas também acreditei que teria havido uma mudança de chave na fase anterior. Só agora percebo que, se houve, foi negativa.
A derrota em Maringá traz não só a preocupação com o futuro, como nova decepção, com a qual não dá mais para conviver, embora já faça parte da nossa rotina há muitos anos.
Não gosto muito de dar palpites sobre resultados futuros, mas sinto que esta vaca já foi pro brejo. Não encontro um fator que determine motivação para buscar o resultado na próxima partida, como não encontro mais motivação também para seguir com o Coritiba, como fiz em boa parte de minha vida como torcedor.
Talvez precise de um tempo neste relacionamento já bem desgatado, não a ponto de acompanhar muitos amigos e conhecidos que saíram de cena e não voltaram mais. Acho que isso eu não conseguiria.
Mas no máximo acompanhar minha filha aos jogos e fazer o milagre que tenho feito, mantendo uma torcedora apaixonada, até que ela também desista.
Fiz muitos amigos no futebol. Foi minha profissão por alguns anos. O jornalismo esportivo me aproximou do esporte de verdade, que até pratiquei. Sim, como corredor há 20 anos quando fiz a partir dos meus 44 anos o triathlon e maratona. Troquei uma vida sedentária, de vícios com cigarro e bebidas, por saúde física e mental. Foi quando entendi que o futebol não é esporte, mas um grande negócio. E aí me afastei como torcedor de arquibancada. Voltei em 2014 quando conheci Ricardo Honório e Marcelo Carneiro. Ajudaram no renascimento do menino que nos anos 60 e 70, fazia loucuras pelo Coxa. Na última década ao lado do Coritiba com o COXAnautas.
Não tenho mais idade e nem paciência para seguir nesta infelicidade que o Coritiba tem me promovido. Esta falta de seriedade na relação com o torcedor não pode continuar. Não há saúde que aguente tanta desilusão.
A partir de agora tiro o pé do acelerador. Já vinha tirando, diminuindo minhas postagens com vídeos nas redes sociais.
Sigo, mas com a proposta de mudar de patamar, torcendo por um Coritiba melhor e que principalmente isso aconteça logo. A tempo de salvar pelo menos minha filha , sobrinhos o muitos adolescentes que começam motivados pelos pais, mas o desempenho do Coritiba frustra a tentativa do nascimento de um novo torcedor.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)